Nome: O nome é extraído dos reis cujos feitos os livros relatam. A história dos reis israelitas começa nos livros de Samuel e continua nos dois livros dos Reis. Nesses livros cada rei é julgado de acordo com a sua fidelidade a Deus. A partir de Salomão, o terceiro rei do povo judeu, o reinado é dividido entre os reinos do Norte (Israel) e do Sul (Judá), sucedendo-se reis e profetas em cada reinado.
Esboço - I Reis:
O fim do reinado de Davi - cap.1
Salomão torna-se rei - cap. 2
O reinado de Salomão - caps.3-11
Os dois reinos, Judá e Israel - caps. 12-22
Capítulos: 22
Palavra chave: Realeza
Versículos chave: I Rs 2.2,23
Autor: Segundo uma tradição rabínica Jeremias,
mas não se pode afirmar com certeza.
Data: 970-560 a.C.
Mensagens: - I Reis:
1) Com relação ao fracasso dos governos humanos. Aqui, há duas
verdades.
a) Todos os métodos dos homens falham. Isso vale para a Magnificência,
Autocracia, Democracia, os diferentes reis, etc.
b) Todos os métodos nacionais falham se Deus não for levado em
consideração.
2) Com relação ao governo infalível de Deus. Ele desempenha
o seu governo para o seu louvor. Isso é feito:
a) Através da expressão da verdade (pregação) pelos profetas.
b) Através da interferência direta usando as forças da
natureza tais como terremotos, secas, falta de alimentos, etc., e
através do levantamento de inimigos e exércitos hostis.
Escolha o capítulo que deseja estudar:
I Reis 1
1. Ora, o rei Davi era já velho, de idade mui avançada; e por mais que
o cobrissem de roupas não se aquecia.
2. Disseram-lhe, pois, os seus servos: Busque-se para o rei meu senhor
uma jovem donzela, que esteja perante o rei, e tenha cuidado dele; e durma no
seu seio, para que o rei meu senhor se aqueça.
3. Assim buscaram por todos os termos de Israel uma jovem formosa; e
acharam Abisague, a sunamita, e a trouxeram ao rei.
4. Era a jovem sobremaneira formosa; e cuidava do rei, e o servia; porém
o rei não a conheceu.
5. Então Adonias, filho de Hagite, se exaltou e disse: Eu reinarei. E
preparou para si carros e cavaleiros, e cinqüenta homens que corressem adiante
dele.
6. Ora, nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste
assim? Além disso, era ele muito formoso de parecer; e era mais moço do que
Absalão.
7. E teve entendimento com Joabe, filho de Zeruia, e com o sacerdote
Abiatar, os quais aderiram a ele e o ajudavam.
8. Mas Zadoque, o sacerdote, e Benaías, filho de Jeoiada, e Natã, o
profeta, e Simei, e Rei, e os valentes que Davi tinha, não eram por Adonias.
9. Adonias matou ovelhas, bois e animais cevados, junto à pedra de
Zoelete, que está perto de En-Rogel; e convidou a todos os seus irmãos, os
filhos do rei, e a todos os homens de Judá, servos do rei;
10. porém a Natã, o profeta, e a Benaías, e aos valentes, e a
Salomão, seu irmão, não os convidou.
11. Então falou Natã a Bate-Seba, mãe de Salomão, dizendo: Não
ouviste que Adonias, filho de Hagite, reina? e que nosso senhor Davi não o
sabe?
12. Vem, pois, agora e deixa-me dar-te um conselho, para que salves a tua
vida, e a de teu filho Salomão.
13. Vai à presença do rei Davi, e dize-lhe: Não juraste, ó rei meu
senhor, à tua serva, dizendo: Certamente teu filho Salomão reinará depois de
mim, e se assentará no meu trono? Por que, pois, reina Adonias?
14. Eis que, estando tu ainda a falar com o rei, eu também entrarei
depois de ti, e confirmarei as tuas palavras.
15. Foi, pois, Bate-Seba à presença do rei na sua câmara. Ele era mui
velho; e Abisague, a sunamita, o servia.
16. Bate-Seba inclinou a cabeça, e se prostrou perante o rei. Então o
rei lhe perguntou: Que queres?
17. Respondeu-lhe ela: Senhor meu, tu juraste à tua serva pelo Senhor
teu Deus, dizendo: Salomão, teu filho, reinará depois de mim, e se assentará
no meu trono.
18. E agora eis que Adonias reina; e tu, ó rei meu senhor, não o sabes.
19. Ele matou bois, animais cevados e ovelhas em abundância, e convidou
a todos os filhos do rei, e a Abiatar, o sacerdote, e a Joabe, general do
exército; mas a teu servo Salomão não o convidou.
20. Mas, ó rei meu senhor, os olhos de todo o Israel estão sobre ti,
para que lhes declares quem há de assentar-se no teu trono depois de ti.
21. Doutro modo sucederá que, quando o rei meu senhor dormir com seus
pais, eu e Salomão meu filho seremos tidos por ofensores.
22. Enquanto ela ainda falava com o rei, eis que chegou o profeta Natã.
23. E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis aí está o profeta Natã.
Entrou Natã à presença do rei, inclinou-se perante ele com o rosto em terra,
24. e disse: ó rei meu senhor, acaso disseste: Adonias reinará depois
de mim, e se assentará no meu trono?
25. Pois ele hoje desceu, e matou bois, animais cevados e ovelhas em
abundância, e convidou a todos os filhos do rei, e aos chefes do exército, e
ao sacerdote Abiatar; e eis que comem e bebem perante ele, e dizem: Viva o rei
Adonias!
26. Porém a mim teu servo, e ao sacerdote Zadoque, e a Benaías, filho
de Jeoiada, e ao teu servo Salomão, não convidou.
27. Foi feito isso da parte do rei meu senhor? e não fizeste saber a teu
servo quem havia de assentar-se no teu trono depois de ti?
28. Respondeu o rei Davi: Chamai-me a Bate-Seba. E ela entrou à
presença do rei, e ficou de pé diante dele.
29. Então o rei jurou, dizendo: Vive o Senhor, o qual remiu a minha alma
de toda a angústia,
30. que, assim como te jurei pelo Senhor Deus de Israel, dizendo: Teu
filho Salomão há de reinar depois de mim, e ele se assentará no meu trono, em
meu lugar; assim mesmo o cumprirei hoje.
31. Então Bate-Seba, inclinando-se com o rosto em terra perante o rei,
fez-lhe reverência e disse: Viva para sempre o rei Davi meu senhor!
32. Depois disse o rei Davi: Chamai-me a Zadoque, o sacerdote, e a Natã,
o profeta, e a Benaías, filho de Jeoiada. E estes entraram à presença do rei.
33. E o rei lhes disse: Tomai convosco os servos de vosso senhor, fazei
montar meu filho Salomão na minha mula, e levai-o a Giom.
34. E Zadoque, o sacerdote, com Natã, o profeta, ali o ungirão rei
sobre Israel. E tocareis a trombeta, e direis: Viva o rei Salomão!
35. Então subireis após ele, e ele virá e se assentará no meu trono;
pois reinará em meu lugar, porquanto o tenho designado para ser príncipe sobre
Israel e sobre Judá.
36. Ao que Benaías, filho de Jeoiada, respondeu ao rei, dizendo: Amém;
assim o diga também o Senhor Deus do rei meu senhor.
37. Como o Senhor foi com o rei meu senhor, assim seja ele com Salomão,
e faça que o seu trono seja maior do que o trono do rei Davi meu senhor.
38. Pelo que desceram Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e
Benaías, filho de Jeoiada, e os quereteus, e os peleteus, e fizeram montar
Salomão na mula que era do rei Davi, e o levaram a Giom.
39. Então Zadoque, o sacerdote, tomou do tabernáculo o vaso do azeite e
ungiu a Salomão. Então tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei
Salomão!
40. E todo o povo subiu após ele, tocando flauta e alegrando-se
sobremaneira, de modo que a terra retiniu com o seu clamor.
41. Adonias e todos os convidados que estavam com ele o ouviram, ao
acabarem de comer. E ouvindo Joabe o soar das trombetas, disse: Que quer dizer
este alvoroço na cidade?
42. Ele ainda estava falando, quando chegou Jônatas, filho de Abiatar, o
sacerdote; e disse Adonias: Entra, porque és homem de bem, e trazes boas novas.
43. Respondeu Jônatas a Adonias: Deveras! O rei Davi, nosso senhor,
constituiu rei a Salomão.
44. E o rei enviou com ele Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e
Benaías, filho de Jeoiada, os quereteus e os peleteus; e eles o fizeram montar
na mula do rei.
45. E Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, ungiram-no rei em Giom; e
dali subiram cheios de alegria, e a cidade está alvoroçada. Este é o clamor
que ouvistes.
46. E Salomão já está assentado no trono do reino.
47. Além disso os servos do rei vieram abençoar o nosso senhor, o rei
Davi, dizendo: Faça teu Deus o nome de Salomão mais célebre do que o teu
nome, e faça o seu trono maior do que o teu trono. E o rei se inclinou no
leito.
48. Também assim falou o rei: Bendito o Senhor Deus de Israel, que hoje
tem dado quem se assente no meu trono, e que os meus olhos o vissem.
49. Então, tomados de pavor, levantaram-se todos os convidados que
estavam com Adonias, e cada qual se foi seu caminho.
50. Adonias, porém, temeu a Salomão e, levantando-se, foi apegar-se às
pontas do altar.
51. E foi dito a Salomão: Eis que Adonias teme ao rei Salomão; pois que
se apegou às pontas do altar, dizendo: Jure-me hoje o rei Salomão que não
matará o seu servo à espada.
52. Ao que disse Salomão: Se ele se houver como homem de bem, nem um só
de seus cabelos cairá em terra; se, porém, se houver dolosamente, morrerá.
53. Então o rei Salomão deu ordem, e tiraram Adonias do altar. E vindo
ele, inclinou-se perante o rei Salomão, o qual lhe disse: Vai para tua casa.
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I Reis 2
1. Ora, aproximando-se o dia da morte de Davi, deu ele ordem a Salomão,
seu filho, dizendo:
2. Eu vou pelo caminho de toda a terra; sê forte, pois, e porta-te como
homem.
3. Guarda as ordenanças do Senhor teu Deus, andando nos seus caminhos, e
observando os seus estatutos, os seus mandamentos, os seus preceitos e os seus
testemunhos, como está escrito na lei de Moisés, para que prosperes em tudo
quanto fizeres e por onde quer que fores,
4. e para que o Senhor confirme a palavra que falou acerca de mim,
dizendo: Se teus filhos guardarem os seus caminhos, andando perante a minha face
fielmente, com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca te faltará
sucessor ao trono de Israel.
5. Tu sabes também o que me fez Joabe, filho de Zeruia, a saber, o que
fez aos dois chefes do exército de Israel, a Abner, filho de Ner, e a Amasa,
filho de Jeter, os quais ele matou, e em tempo de paz derramou o sangue de
guerra, manchando com ele o cinto que tinha nos lombos, e os sapatos que trazia
nos pés.
6. Faze, pois, segundo a tua sabedoria, e não permitas que suas cãs
desçam à sepultura em paz.
7. Mas para com os filhos de Barzilai, o gileadita, usa de benevolência,
e estejam eles entre os que comem à tua mesa; porque assim se houveram comigo,
quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão.
8. E eis que também contigo está Simei, filho de Gêra, benjamita, de
Baurim, que me lançou atroz maldição, no dia em que eu ia a Maanaim; porém
ele saiu a encontrar-se comigo junto ao Jordão, e eu lhe jurei pelo Senhor,
dizendo: Não te matarei à espada.
9. Agora, porém, não o tenhas por inocente; pois és homem sábio, e
bem saberás o que lhe hás de fazer; farás com que as suas cãs desçam à
sepultura com sangue.
10. Depois Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi.
11. E foi o tempo que Davi reinou sobre Israel quarenta anos: sete anos
reinou em Hebrom, e em Jerusalém reinou trinta e três anos.
12. Salomão, pois, assentou-se no trono de Davi, seu pai; e o seu reino
se fortificou sobremaneira.
13. Então Adonias, filho de Hagite, veio a Bate-Seba, mãe de Salomão;
e perguntou ela: De paz é a tua vinda? Respondeu ele: É de paz.
14. E acrescentou: Uma palavra tenho que dizer-te. Respondeu ela: Fala.
15. Disse, pois, ele: Bem sabes que o reino era meu, e que todo o Israel
tinha posto a vista em mim para que eu viesse a reinar; contudo o reino se
transferiu e veio a ser de meu irmão, porque foi feito seu pelo Senhor.
16. Agora uma só coisa te peço; não ma recuses. Ela lhe disse: Fala.
17. E ele disse: Peço-te que fales ao rei Salomão (porque ele não to
recusará) , que me dê por mulher a Abisague, a sunamita.
18. Respondeu Bate-Seba: Pois bem; eu falarei por ti ao rei.
19. Foi, pois, Bate-Seba ter com o rei Salomão, para falar-lhe por
Adonias. E o rei se levantou a encontrar-se com ela, e se inclinou diante dela;
então, assentando-se no seu trono, mandou que pusessem um trono para a
rainha-mãe; e ela se assentou à sua direita.
20. Então disse ela: Só uma pequena coisa te peço; não ma recuses.
Respondeu-lhe o rei: Pede, minha mãe, porque não te recusarei.
21. E ela disse: Dê-se Abisague, a sunamita, por mulher a teu irmão
Adonias.
22. Então respondeu o rei Salomão, e disse a sua mãe: E por que pedes
Abisague, a sunamita, para Adonias? Pede também para ele o reino (porque é meu
irmão mais velho); sim, para ele, e também para Abiatar, o sacerdote, e para
Joabe, filho de Zeruia.
23. E jurou o rei Salomão pelo Senhor, dizendo: Assim Deus me faça, e
outro tanto, se não falou Adonias esta palavra contra a sua vida.
24. Agora, pois, vive o Senhor, que me confirmou e me fez assentar no
trono de Davi, meu pai, e que me estabeleceu casa, como tinha dito, que hoje
será morto Adonias.
25. E o rei Salomão deu ordem a Benaías, filho de Jeoiada, o qual feriu
a Adonias, de modo que morreu.
26. Também a Abiatar, o sacerdote, disse o rei: Vai para Anatote, para
os teus campos, porque és homem digno de morte; porém hoje não te matarei,
porquanto levaste a arca do Senhor Deus diante de Davi, meu pai, e porquanto
participaste de todas as aflições de meu pai.
27. Salomão, pois, expulsou Abiatar, para que não fosse sacerdote do
Senhor, assim cumprindo a palavra que o Senhor tinha dito acerca da casa de Eli
em Siló.
28. Ora, veio esta notícia a Joabe (pois Joabe se desviara após
Adonias, ainda que não se tinha desviado após Absalão) ; pelo que Joabe fugiu
para o tabernáculo do Senhor, e apegou-se as pontas do altar.
29. E disseram ao rei Salomão: Joabe fugiu para o tabernáculo do
Senhor; e eis que está junto ao altar. Então Salomão enviou Benaías, filho
de Jeoiada, dizendo: Vai, mata-o.
30. Foi, pois, Benaías ao tabernáculo do Senhor, e disse a Joabe: Assim
diz o rei: Sai daí. Respondeu Joabe: Não! porém aqui morrerei. E Benaías
tornou com a resposta ao rei, dizendo: Assim falou Joabe, e assim me respondeu.
31. Ao que lhe disse o rei: Faze como ele disse; mata-o, e sepulta-o,
para que tires de sobre mim e de sobre a casa de meu pai o sangue que Joabe sem
causa derramou.
32. Assim o Senhor fará recair o sangue dele sobre a sua cabeça, porque
deu sobre dois homens mais justos e melhores do que ele, e os matou à espada,
sem que meu pai Davi o soubesse, a saber: a Abner, filho de Ner, chefe do
exército de Israel, e a Amasa, filho de Jeter, chefe do exército de Judá.
33. Assim recairá o sangue destes sobre a cabeça de Joabe e sobre a
cabeça da sua descendência para sempre; mas a Davi, e à sua descendência, e
à sua casa, e ao seu trono, o Senhor dará paz para sempre.
34. Então Benaías, filho de Jeoiada, subiu e, arremetendo contra Joabe,
o matou. E foi sepultado em sua casa, no deserto.
35. Em lugar dele o rei pôs a Benaías, filho de Jeoiada, sobre o
exército; e a Zadoque, o sacerdote, pôs em lugar de Abiatar.
36. Depois o rei mandou chamar a Simei e lhe disse: Edifica para ti uma
casa em Jerusalém, habita aí, e daí não saias, nem para uma nem para outra
parte.
37. E fica sabendo que, no dia em que saíres e passares o ribeiro de
Cedrom, de certo hás de morrer. O teu sangue será sobre a tua cabeça.
38. Respondeu Simei ao rei: Boa é essa palavra; como tem dito o rei meu
senhor, assim fará o teu servo. E Simei habitou em Jerusalém muitos dias.
39. Sucedeu porém que, ao cabo de três anos, dois servos de Simei
fugiram para Aquis, filho de Maacá, rei de Gate. E deram parte a Simei,
dizendo: Eis que teus servos estão em Gate.
40. Então Simei se levantou, albardou o seu jumento e foi a Gate ter com
Aquis, em busca dos seus servos; assim foi Simei, e os trouxe de Gate.
41. Disseram a Salomão que Simei fora de Jerusalém a Gate, e já havia
voltado.
42. Então o rei mandou chamar a Simei e lhe disse: Não te conjurei pelo
Senhor e não te protestei, dizendo: No dia em que saíres para qualquer parte,
sabe de certo que hás de morrer? E tu me disseste: Boa é essa palavra que
ouvi.
43. Por que, então, não guardaste o juramento do Senhor, e a ordem que
te dei?
44. Disse-lhe mais: Bem sabes tu, e o teu coração reconhece toda a
maldade que fizeste a Davi, meu pai; pelo que o Senhor fará recair a tua
maldade sobre a tua cabeça.
45. Mas o rei Salomão será abençoado, e o trono de Davi será
confirmado perante o Senhor para sempre:
46. E o rei deu ordem a Benaías, filho de Jeoiada, o qual saiu, e feriu
a Simei, de modo que morreu. Assim foi confirmado o reino na mão de Salomão.
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I Reis 3
1. Ora, Salomão aparentou-se com Faraó, rei do Egito, pois tomou por
mulher a filha dele; e a trouxe à cidade de Davi, até que acabasse de edificar
a sua casa, e a casa do Senhor, e a muralha de Jerusalém em redor.
2. Entretanto o povo oferecia sacrifícios sobre os altos, porque até
aqueles dias ainda não se havia edificado casa ao nome do Senhor.
3. E Salomão amava ao Senhor, andando nos estatutos de Davi, seu pai;
exceto que nos altos oferecia sacrifícios e queimava incenso.
4. Foi, pois, o rei a Gibeão para oferecer sacrifícios ali, porque
aquele era o principal dentre os altos; mil holocaustos sacrificou Salomão
naquele altar.
5. Em Gibeão apareceu o Senhor a Salomão de noite em sonhos, e
disse-lhe: Pede o que queres que eu te dê.
6. Respondeu Salomão: De grande benevolência usaste para com teu servo
Dai, meu pai, porquanto ele andou diante de ti em verdade, em justiça, e em
retidão de coração para contigo; e guardaste-lhe esta grande benevolência, e
lhe deste um filho, que se assentasse no seu trono, como se vê neste dia.
7. Agora, pois, ó Senhor meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar
de Davi, meu pai. E eu sou apenas um menino pequeno; não sei como sair, nem
como entrar.
8. Teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, que nem
se pode contar, nem numerar, pela sua multidão.
9. Dá, pois, a teu servo um coração entendido para julgar o teu povo,
para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque, quem poderia julgar
a este teu tão grande povo?
10. E pareceu bem aos olhos do Senhor o ter Salomão pedido tal coisa.
11. Pelo que Deus lhe disse: Porquanto pediste isso, e não pediste para
ti muitos dias, nem riquezas, nem a vida de teus inimigos, mas pediste
entendimento para discernires o que é justo,
12. eis que faço segundo as tuas palavras. Eis que te dou um coração
tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti
teu igual não se levantará.
13. Também te dou o que não pediste, assim riquezas como glória; de
modo que não haverá teu igual entre os reis, por todos os teus dias.
14. E ainda, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos e
os meus mandamentos, como andou Davi,
15. Então Salomão acordou, e eis que era sonho. E, voltando ele a
Jerusalém, pôs-se diante da arca do pacto do Senhor, sacrificou holocaustos e
preparou sacrifícios pacíficos, e deu um banquete a todos os seus servos.
16. Então vieram duas mulheres prostitutas ter com o rei, e se puseram
diante dele.
17. E disse-lhe uma das mulheres: Ah, meu senhor! eu e esta mulher
moramos na mesma casa; e tive um filho, estando com ela naquela casa.
18. E sucedeu que, no terceiro dia depois de meu parto, também esta
mulher teve um filho. Estávamos juntas; nenhuma pessoa estranha estava conosco
na casa; somente nós duas estávamos ali.
19. Ora, durante a noite morreu o filho desta mulher, porquanto se
deitara sobre ele.
20. E ela se levantou no decorrer da noite, tirou do meu lado o meu
filho, enquanto a tua serva dormia, e o deitou no seu seio, e a seu filho morto
deitou-o no meu seio.
21. Quando me levantei pela manhã, para dar de mamar a meu filho, eis
que estava morto; mas, atentando eu para ele à luz do dia, eis que não era o
filho que me nascera.
22. Então disse a outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho, e teu
filho o morto. Replicou a primeira: Não; o morto é teu filho, e meu filho o
vivo. Assim falaram perante o rei.
23. Então disse o rei: Esta diz : Este que vive é meu filho, e teu
filho o morto; e esta outra diz: Não; o morto é teu filho, e meu filho o vivo.
24. Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante
dele.
25. E disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo, e dai a metade a
uma, e metade a outra.
26. Mas a mulher cujo filho em suas entranhas se lhe enterneceram por seu
filho), e disse: Ah, meu senhor! dai-lhe o menino vivo, e de modo nenhum o
mateis. A outra, porém, disse: Não será meu, nem teu; dividi-o.
27. Respondeu, então, o rei: Dai à primeira o menino vivo, e de modo
nenhum o mateis; ela é sua mãe.
28. E todo o Israel ouviu a sentença que o rei proferira, e temeu ao
rei; porque viu que havia nele a sabedoria de Deus para fazer justiça.
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I Reis 4
1. Assim foi Salomão rei sobre todo o Israel.
2. E estes eram os príncipes que tinha: Azarias, filho de Zadoque, era
sacerdote;
3. Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, secretários; Jeosafá, filho de
Ailude, cronista;
4. Benaías, filho de Jeoiada, estava sobre o exército; Zadoque e
Abiatar eram sacerdotes;
5. Azarias, filho de Natã, estava sobre os intendentes; Zabude, filho de
Natã, era o oficial-mor, amigo do rei;
6. Aisar, o mordomo; e Adonirão, filho de Abda, estava sobre a gente de
trabalhos forçados.
7. Salomão tinha doze intendentes sobre todo o Israel, que proviam de
mantimentos ao rei e à sua casa; e cada um tinha que prover mantimentos para um
mês no ano.
8. São estes os seus nomes: Ben-Hur, na região montanhosa de Efraim.
9. Ben-Dequer, em Macaz, Saalabim, Bete-Semes e Elom-Bete-Hanã;
10. Ben-Hesede, em Arubote; também este tinha Socó e toda a terra de
Jefer;
11. Ben-Abinadabe, em toda a região alta de Dor; tinha este a Tafate,
filha de Salomão, por mulher;
12. Baaná, filho de Ailude, em Taanaque e Megido, e em toda a Bete-Seã,
que está junto a Zaretã, abaixo de Jizreel, desde Bete-Seã até Abel-Meolá,
para além de Jocmeão;
13. o filho de Geber, em Ramote-Gileade; tinha este as aldeias de Jair,
filho de Manassés, as quais estão em Gileade; também tinha a região de
Argobe, o qual está em Basã, sessenta grandes cidades com muros e ferrolhos de
bronze:
14. Ainadabe, filho de Ido, em Maanaim;
15. Aimaaz, em Naftali; também este tomou a Basemate, filha de Salomão,
por mulher;
16. Baaná, filho de Hasai, em Aser e em Alote;
17. Jeosafá, filho de Paruá, em Issacar;
18. Simei, filho de Elá, em Benjamim;
19. Geber, filho de Uri, na terra de Gileade, a terra de Siom, rei dos
amorreus, e de Ogue, rei de Basã; havia um só intendente naquela terra.
20. Eram, pois, os de Judá e Israel numerosos, como a areia que está à
beira do mar; e, comendo e bebendo, se alegravam.
21. E dominava Salomão sobre todos os reinos, desde o rio até a terra
dos filisteus e até o termo do Egito; eles pagavam tributo, e serviram a
Salomão todos os dias da sua vida.
22. O provimento diário de Salomão era de trinta coros de flor de
farinha, e sessenta coros e farinha;
23. dez bois cevados, vinte bois de pasto e cem ovelhas, afora os veados,
gazelas, cabras montesas e aves cevadas.
24. Pois dominava ele sobre toda a região e sobre todos os reis daquém
do rio, desde Tifsa até Gaza; e tinha paz por todos os lados em redor.
25. Judá e Israel habitavam seguros, desde Dã até Berseba, cada um
debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, por todos os dias de
Salomão.
26. Salomão tinha também quarenta mil manjedouras para os cavalos dos
seus carros, e doze mil cavaleiros.
27. Aqueles intendentes, pois, cada um no seu mês, proviam de
mantimentos o rei Salomão e todos quantos se chegavam à sua mesa; coisa
nenhuma deixavam faltar.
28. Também traziam, cada um segundo seu cargo, a cevada e a palha para
os cavalos e os ginetes, para o lugar em que estivessem.
29. Ora, Deus deu a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e
conhecimentos múltiplos, como a areia que está na praia do mar.
30. A sabedoria de Salomão era maior do que a de todos os do Oriente e
do que toda a sabedoria dos egípcios.
31. Era ele ainda mais sábio do que todos os homens, mais sábio do que
Etã, o ezraíta, e do que Hemã, Calcol e Darda, filhos de Maol; e a sua fama
correu por todas as nações em redor.
32. Proferiu ele três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e
cinco.
33. Dissertou a respeito das árvores, desde o cedro que está no Líbano
até o hissopo que brota da parede; também dissertou sobre os animais, as aves,
os répteis e os peixes.
34. De todos os povos vinha gente para ouvir a sabedoria de Salomão, e
da parte de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria.
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I Reis 5
1. Hirão, rei de Tiro, enviou os seus servos a Salomão, quando ouviu
que o haviam ungido rei em lugar de seu pai; porquanto Hirão fora sempre muito
amigo de Davi.
2. Salomão, pois, mandou dizer a Hirão.
3. Bem sabes tu que Davi, meu pai, não pôde edificar uma casa ao nome
do Senhor seu Deus, por causa das guerras com que o cercaram, até que o Senhor
lhe pôs os inimigos debaixo dos seus pés.
4. Agora, porém, o Senhor meu Deus me tem dado descanso de todos os
lados: adversário não há, nem calamidade alguma.
5. Pretendo, pois, edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, como
falou o senhor a Davi, meu pai, dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar no
teu trono, ele edificará uma casa ao meu nome.
6. Portanto, dá ordem agora que do Líbano me cortem cedros; os meus
servos estarão com os teus servos; eu te pagarei o salário dos teus servos,
conforme tudo o que disseres; porque tu sabes que entre nós ninguém há que
saiba cortar madeira como os sidônios.
7. Quando Hirão ouviu as palavras de Salomão, muito se alegrou, e
disse: Bendito seja hoje o Senhor, que deu a Davi um filho sábio sobre este
tão grande povo.
8. E Hirão mandou dizer a Salomão: Ouvi o que me mandaste dizer. Eu
farei tudo quanto desejas acerca das madeiras de cedro e de cipreste.
9. Os meus servos as levarão do Líbano até o mar, e farei conduzi-las
em jangadas pelo mar até o lugar que me designares; ali as desamarrarei, e tu
as receberás; também farás o meu desejo, dando sustento à minha casa.
10. Assim dava Hirão a Salomão madeira de cedro e madeira de cipreste,
conforme todo o seu desejo.
11. E Salomão dava a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da
sua casa, e vinte , coros de azeite batido; isso fazia anualmente.
12. Deu, pois, o Senhor a Salomão sabedoria, como lhe tinha prometido. E
houve paz entre Hirão e Salomão; e fizeram aliança entre si.
13. Também e rei Salomão fez, dentre todo o Israel, uma leva de gente
para trabalho forçado; e a leva se compunha de trinta mil homens.
14. E os enviava ao Líbano por turnos, cada mês dez mil; um mês
estavam no Líbano, e dois meses cada um em sua casa; e Adonirão estava sobre a
leva.
15. Tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas, e oitenta
mil que talhavam pedras nas montanhas,
16. afora os mestres de obra que estavam sobre aquele serviço, três mil
e trezentos, os quais davam as ordens aos trabalhadores.
17. Por ordem do rei eles cortaram grandes pedras, de grande preço, para
fundarem a casa em pedras lavradas.
18. Lavraram-nas, pois, os edificadores de Salomão, e os de Hirão, e os
gebalitas, e prepararam as madeiras e as pedras para edificar a casa.
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I Reis 6
1. Sucedeu, pois, que no ano quatrocentos e oitenta depois de saírem os
filhos de Israel da terra do Egito, no quarto ano do reinado de Salomão sobre
Israel, no mês de zive, que é o segundo mês, começou-se a edificar a casa do
Senhor.
2. Ora, a casa que e rei Salomão edificou ao Senhor era de sessenta
côvados de comprimento, vinte côvados de largura, e trinta côvados de altura.
3. E o pórtico diante do templo da casa era de vinte côvados de
comprimento, segundo a largura da casa, e de dez côvados de largura.
4. E fez para a casa janelas de gelósias fixas.
5. Edificou andares em torno da casa, contra a parede, tanto do templo
como do oráculo, fazendo assim câmaras laterais ao seu redor.
6. A câmara de baixo era de cinco côvados, a do meio de seis côvados,
e a terceira de sete côvados de largura. E do lado de fora, ao redor da casa,
fez pilastras de reforço, para que as vigas não se apoiassem nas paredes da
casa.
7. E edificava-se a casa com pedras lavradas na pedreira; de maneira que
nem martelo, nem machado, nem qualquer outro instrumento de ferro se ouviu na
casa enquanto estava sendo edificada.
8. A porta para as câmaras laterais do meio estava à banda direita da
casa; e por escadas espirais subia-se ao andar do meio, e deste ao terceiro.
9. Assim, pois, edificou a casa, e a acabou, cobrindo-a com traves e
pranchas de cedro.
10. Também edificou os andares, contra toda a casa, de cinco côvados de
altura, e os ligou à casa com madeira de cedro.
11. Então veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo:
12. Quanto a esta casa que tu estás edificando, se andares nos meus
estatutos, e executares os meus preceitos, e guardares todos os meus
mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, que falei
a Davi, teu pai;
13. e habitarei no meio dos filhos de Israel, e não desampararei o meu
povo de Israel.
14. Salomão, pois, edificou aquela casa, e a acabou.
15. Também cobriu as paredes da casa por dentro com tábuas de cedro;
desde o soalho da casa até e teto, tudo cobriu com madeira por dentro; e cobriu
o soalho da casa com tábuas de cipreste.
16. A vinte côvados do fundo da casa fez de tábuas de cedro uma
divisão, de altura igual à do teto; e por dentro a preparou para o oráculo,
isto é, para a lugar santíssimo.
17. E era a casa, isto é, o templo fronteiro ao oráculo, de quarenta
côvados de comprido.
18. O cedro da casa por dentro era lavrado de botões e flores abertas;
tudo era cedro; pedra nenhuma se via.
19. No meio da casa, na parte mais interior, preparou o oráculo, para
pôr ali a arca do pacto do Senhor.
20. E o oráculo era, por dentro, de vinte côvados de comprimento, vinte
de largura e vinte de altura; e o cobriu de ouro puro. Também cobriu de cedro o
altar.
21. Salomão, pois, cobriu a casa por dentro de ouro puro; e estendeu
cadeias de ouro diante do oráculo, que cobriu também de ouro.
22. Assim cobriu inteiramente de ouro a casa toda; também cobriu de ouro
todo o altar do oráculo.
23. No oráculo fez dois querubins de madeira de oliveira, cada um com
dez côvados de altura.
24. Uma asa de um querubim era de cinco côvados, e a outra de cinco
côvados; dez côvados havia desde a extremidade de uma das suas asas até a
extremidade da outra.
25. Assim era também o outro querubim; ambos os querubins eram da mesma
medida e do mesmo talho.
26. Um querubim tinha dez côvados de altura, e assim também o outro.
27. E pôs os querubins na parte mais interior da casa. As asas dos
querubins se estendiam de maneira que a asa de um tocava numa parede, e a do
outro na outra parede, e as suas asas no meio da casa tocavam uma na outra.
28. Também cobriu de ouro os querubins.
29. Quanto a todas as paredes da casa em redor, entalhou-as de querubins,
de palmas e de palmas abertas, tanto na parte mais interior como na mais
exterior.
30. Também cobriu de ouro o soalho da casa, de uma e de outra parte.
31. E para a entrada do oráculo fez portas de madeira de oliveira; a
verga com os umbrais faziam a quinta parte da parede.
32. Assim fez as duas portas de madeira de oliveira; e entalhou-as de
querubins, de palmas e de flores abertas, que cobriu de ouro também estendeu
ouro sobre os querubins e sobre as palmas.
33. Assim também fez para a porta do templo umbrais de madeira de
oliveira, que constituíam a quarta parte da parede;
34. E eram as duas partes de madeira de cipreste; e as duas folhas duma
porta eram dobradiças, como também as duas folhas da outra porta.
35. E as lavrou de querubins, de palmas e de flores abertas; e as cobriu
de ouro acomodado ao lavor.
36. Também edificou o átrio interior de três ordens de pedras lavradas
e de uma ordem de vigas de cedro.
37. No quarto ano se pôs o fundamento da casa do Senhor, no mês de
zive.
38. E no undécimo ano, no mês de bul, que é o oitavo mês, se acabou
esta casa com todas as suas dependências, e com tudo o que lhe convinha. Assim
levou sete anos para edificá-la.
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I Reis 7
1. Salomão edificou também a sua casa, levando treze anos para
acabá-la.
2. Edificou ainda a casa do bosque de Líbano, de cem côvados de
comprimento, cinqüenta de largura e trinta de altura, sobre quatro ordens de
colunas de cedros, e vigas de cedro sobre as colunas.
3. E por cima estava coberta de cedro sobre as câmaras, que estavam
sobre quarenta e cinco colunas, quinze em cada ordem.
4. E havia três ordens de janelas, e uma janela estava defronte da outra
janela, em três fileiras.
5. Todas as portas e esquadrias eram quadradas; e uma janela estava
defronte da outra, em três fileiras.
6. Depois fez um pórtico de colunas, de cinqüenta côvados de
comprimento e trinta de largura; e defronte dele outro pórtico, com suas
respectivas colunas e degraus.
7. Também fez o pórtico para o trono onde julgava, isto é, o pórtico
do juízo, o qual era coberto de cedro desde o soalho até o teto.
8. E em sua casa, em que morava, havia outro átrio por dentro do
pórtico, de obra semelhante à deste; também para a filha de Faraó, que ele
tomara por mulher, fez uma casa semelhante àquele pórtico.
9. Todas estas casas eram de pedras de grande preço, cortadas sob
medida, tendo as suas faces por dentro e por fora serradas à serra; e isto
desde o fundamento até as beiras do teto, e por fora até o grande átrio.
10. Os fundamentos eram de pedras de grande preço, pedras grandes, de
dez e de oito côvados,
11. e por cima delas havia pedras de grande preço, lavradas sob medida,
e madeira de cedro.
12. O átrio grande tinha em redor três ordens de pedras lavradas, com
uma ordem de vigas de cedro; assim era também o átrio interior da casa do
Senhor e o pórtico da casa.
13. O rei Salomão mandou trazer de Tiro a Hirão.
14. Era ele filho de uma viúva, da tribo de Naftali, e fora seu pai um
homem de Tiro, que trabalhava em bronze; ele era cheio de sabedoria, de
entendimento e de ciência para fazer toda sorte de obras de bronze. Este veio
ter com o rei Salomão, e executou todas as suas obras.
15. Formou as duas colunas de bronze; a altura de cada coluna era de
dezoito côvados; e um fio de doze côvados era a medida da circunferência de
cada uma das colunas;
16. também fez dois capitéis de bronze fundido para pôr sobre o alto
das colunas; de cinco côvados era a altura dum capitel, e de cinco côvados
também a altura do outro.
17. Havia redes de malha, e grinaldas entrelaçadas, para os capitéis
que estavam sobre o alto das colunas: sete para um capitel e sete para o outro.
18. Assim fez as colunas; e havia duas fileiras de romãs em redor sobre
uma rede, para cobrir os capitéis que estavam sobre o alto das colunas; assim
fez com um e outro capitel.
19. Os capitéis que estavam sobre o alto das colunas, no pórtico,
figuravam lírios, e eram de quatro côvados.
20. Os capitéis, pois, sobre as duas colunas estavam também justamente
em cima do bojo que estava junto à rede; e havia duzentas romãs, em fileiras
em redor, sobre um e outro capitel.
21. Depois levantou as colunas no pórtico do templo; levantando a coluna
direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna esquerda, pôs-lhe o
nome de Boaz.
22. Sobre o alto das colunas estava a obra de lírios. E assim se acabou
a obra das colunas.
23. Fez também o mar de fundição; era redondo e media dez côvados
duma borda à outra, cinco côvados de altura e trinta de circunferência.
24. Por baixo da sua borda em redor havia betões que o cingiam, dez em
cada côvado, cercando aquele mar em redor; duas eram as fileiras destes
botões, fundidas juntamente com o mar.
25. E firmava-se sobre doze bois, três dos quais olhavam para o norte,
três para o ocidente, três para o sul e três para o oriente; e o mar
descansava sobre eles, e as partes posteriores deles estavam para a banda de
dentro.
26. A sua grossura era de três polegadas, e a borda era como a de um
copo, como flor de lírio; ele levava dois mil batos.
27. Fez também as dez bases de bronze; cada uma tinha quatro côvados de
comprimento, quatro de largura e três de altura.
28. E a estrutura das bases era esta: tinham elas almofadas, as quais
estavam entre as junturas;
29. e sobre as almofadas que estavam entre as junturas havia leões,
bois, e querubins, bem como os havia sobre as junturas em cima; e debaixo dos
leões e dos bois havia grinaldas pendentes.
30. Cada base tinha quatro rodas de bronze, e eixos de bronze; e os seus
quatro cantos tinham suportes; debaixo da pia estavam estes suportes de
fundição, tendo eles grinaldas de cada lado.
31. A sua boca, dentro da coroa, e em cima, era de um côvado; e era
redonda segundo a obra dum pedestal, de côvado e meio; e também sobre a sua
boca havia entalhes, e as suas almofadas eram quadradas, não redondas.
32. As quatro rodas estavam debaixo das almofadas, e os seus eixos
estavam na base; e era a altura de cada roda de côvado e meio.
33. O feitio das rodas era como o de uma roda de carro; seus eixos, suas
cambas, seus raios e seus cubos, todos eram fundidos.
34. Havia quatro suportes aos quatro cantos de cada base, os quais faziam
parte da própria base.
35. No alto de cada base havia um cinto redondo, de meio côvado de
altura; também sobre o topo de cada base havia esteios e almofadas que faziam
parte dela.
36. E nas placas dos seus esteios e nas suas almofadas lavrou querubins,
leões e palmas, segundo o espaço que havia em cada uma, com grinaldas em
redor.
37. Deste modo fez as dez bases: todas com a mesma fundição, a mesma
medida e o mesmo entalhe.
38. Também fez dez pias de bronze; em cada uma cabiam quarenta batos, e
cada pia era de quatro côvados; e cada uma delas estava sobre uma das dez
bases.
39. E pôs cinco bases à direita da casa, e cinco à esquerda; porém o
mar pôs ao lado direito da casa para a banda do oriente, na direção do sul.
40. Hirão fez também as caldeiras, as pás e as bacias; assim acabou de
fazer toda a obra que executou para o rei Salomão, para a casa do Senhor,
41. a saber: as duas colunas, os globos dos capitéis que estavam sobre o
alto das colunas, e as duas redes para cobrir os dois globos dos capitéis que
estavam sobre o alto das colunas,
42. e as quatrocentas romãs para as duas redes, a saber, duas carreiras
de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam
em cima das colunas;
43. as dez bases, e as dez pias sobre as bases;
44. o mar, e os doze bois debaixo do mesmo;
45. as caldeiras, as pás e as bacias; todos estes objetos que Hirão fez
para o rei Salomão, para a casa do Senhor, eram de bronze polido.
46. O rei os fez fundir na planície do Jordão, num terreno argiloso que
havia entre Sucote e Zaretã.
47. E Salomão deixou de pesar esses objetos devido ao seu excessivo
número; não se averiguou o peso do bronze.
48. Também fez Salomão todos os utensílios para a casa do Senhor: o
altar de ouro, e a mesa de ouro, sobre a qual estavam os pães da proposição;
49. os castiçais, cinco à direita e cinco esquerda, diante do oráculo,
de ouro puro; as flores, as lâmpadas e as tenazes, também de ouro;
50. e as taças, as espevitadeiras, as bacias, as colheres e os
braseiros, de ouro puro; e os gonzos para as portas da casa interior, para o
lugar santíssimo, e os das portas da casa, isto é, do templo, também de ouro.
51. Assim se acabou toda a obra que o rei Salomão fez para a casa do
Senhor. Então trouxe Salomão as coisas que seu pai Davi tinha consagrado, a
saber, a prata, o ouro e os vasos; e os depositou nos tesouros da casa do
senhor.
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I Reis 8
1. Então congregou Salomão diante de si em Jerusalém os anciãos de
Israel, e todos os cabeças das tribos, os chefes das casas paternas, dentre os
filhos de Israel, para fazerem subir da cidade de Davi, que é Sião, a arca do
pacto do Senhor:
2. De maneira que todos os homens de Israel se congregaram ao rei
Salomão, na ocasião da festa, no mês de etanim, que é o sétimo mês.
3. E tendo chegado todos os anciãos de Israel, os sacerdotes alçaram a
arca;
4. e trouxeram para cima a arca do Senhor, e a tenda da revelação,
juntamente com todos os utensílios sagrados que havia na tenda; foram os
sacerdotes e os levitas que os trouxeram para cima.
5. E o rei Salomão, e toda a congregação de Israel, que se ajuntara
diante dele, estavam diante da arca, imolando ovelhas e bois, os quais não se
podiam contar nem numerar, pela sua multidão.
6. E os sacerdotes introduziram a arca do pacto do Senhor no seu lugar,
no oráculo da casa, no lugar santíssimo, debaixo das asas dos querubins.
7. Pois os querubins estendiam ambas as asas sobre o lugar da arca, e
cobriam por cima a arca e os seus varais.
8. Os varais sobressaíam tanto que as suas pontas se viam desde o
santuário diante do oráculo, porém de fora não se viam; e ali estão até o
dia de hoje.
9. Nada havia na arca, senão as duas tábuas de pedra, que Moisés ali
pusera, junto a Horebe, quando o Senhor, fez u pacto com os filhos de Israel, ao
sairem eles da terra do Egito.
10. E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a
casa do Senhor;
11. de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé para ministrarem,
por causa da nuvem; porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor.
12. Então falou Salomão: O Senhor disse que habitaria na escuridão.
13. Certamente te edifiquei uma casa para morada, assento para a tua
eterna habitação.
14. Então o rei virou o rosto, e abençoou toda a congregação de
Israel; e toda a congregação ficou em pe.
15. E disse Salomão: Bendito seja e Senhor, Deus de Israel, que falou
pela sua boca a Davi, meu pai, e pela sua mão cumpriu a palavra que disse:
16. Desde o dia em que eu tirei do Egito o meu povo Israel, não escolhi
cidade alguma de todas as tribos de Israel para se edificar ali uma casa em que
estivesse o meu nome; porém escolhi a Davi, para que presidisse sobre o meu
povo Israel.
17. Ora, Davi, meu pai, propusera em seu coração edificar uma casa ao
nome de Senhor, Deus de Israel.
18. Mas o Senhor disse a Davi, meu pai: Quanto ao teres proposto no teu
coração o edificar casa ao meu nome, bem fizeste em o propor no teu coração.
19. Todavia, tu não edificarás a casa; porém teu filho, que sair de
teus lombos, esse edificará a casa ao meu nome.
20. E o Senhor cumpriu a palavra que falou; porque me levantei em lugar
de Davi, meu pai, e me assentei no trono de Israel, como falou o Senhor, e
edifiquei uma casa, ao nome do Senhor, Deus de Israel.
21. E ali constituí lugar para a arca em que está o pacto do Senhor,
que ele fez com nossos pais quando os tirou da terra de Egito.
22. Depois Salomão se pôs diante do altar do Senhor, em frente de toda
a congregação de Israel e, estendendo as mãos para os céus,
23. disse: Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima no
céu nem em baixo na terra, que guardas o pacto e a benevolência para com os
teus servos que andam diante de ti com inteireza de coração;
24. que cumpriste com teu servo Davi, meu pai, o que lhe prometeste;
porque com a tua boca o disseste, e com a tua mão o cumpriste, como neste dia
se vê.
25. Agora, pois, ó Senhor, Deus de Israel, faz a teu servo Davi, meu
pai, o que lhe prometeste ao dizeres: Não te faltará diante de mim sucessor,
que se assente no trono de Israel; contanto que teus filhos guardem o seu
caminho, para andarem diante e mim como tu andaste.
26. Agora também, ó Deus de Israel, cumpra-se a tua palavra, que
disseste a teu servo Davi, meu pai.
27. Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que o céu, e até o
céu dos céus, não te podem conter; quanto menos esta casa que edifiquei!
28. Contudo atende à oração de teu servo, e à sua súplica, ó Senhor
meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo hoje faz diante de
ti;
29. para que os teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa,
sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para ouvires a
oração que o teu servo fizer, voltado para este lugar.
30. Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando
orarem voltados para este lugar. Sim, ouve tu do lugar da tua habitação no
céu; ouve, e perdoa.
31. Se alguém pecar contra o seu próximo e lhe for exigido que jure, e
ele vier jurar diante do teu altar nesta casa,
32. ouve então do céu, age, e julga os teus servos; condena ao culpado,
fazendo recair sobre a sua cabeça e seu proceder, e justifica ao reto,
retribuindo-lhe segundo a sua retidão.
33. Quando o teu povo Israel for derrotado diante do inimigo, por ter
pecado contra ti; se eles voltarem a ti, e confessarem o teu nome, e orarem e
fizerem súplicas a ti nesta casa,
34. ouve então do céu, e perdoa a pecado do teu povo Israel, e torna a
levá-lo à terra que deste a seus pais.
35. Quando o céu se fechar e não houver chuva, por terem pecado contra
ti, e orarem, voltados para este lugar, e confessarem o teu nome, e se
converterem dos seus pecados, quando tu os afligires,
36. ouve então do céu, e perdoa o pecado dos teus servos e do teu povo
Israel, ensinando-lhes o bom caminho em que devem andar; e envia chuva sobre a
tua terra que deste ao teu povo em herança.
37. Se houver na terra fome ou peste, se houver crestamento ou ferrugem,
gafanhotos ou lagarta; se o seu inimigo os cercar na terra das suas cidades;
seja qual for a praga ou doença que houver;
38. toda oração, toda súplica que qualquer homem ou todo o teu povo
Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração, e estendendo as suas
mãos para esta casa,
39. ouve então do céu, lugar da tua habitação, perdoa, e age,
retribuindo a cada um conforme todos os seus caminhos, segundo vires o seu
coração (pois tu, só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens);
40. para que te temam todos os dias que viverem na terra que deste a
nossos pais.
41. Também quando o estrangeiro, que não é do teu povo Israel, vier de
terras remotas por amor do teu nome
42. (porque ouvirão do teu grande nome, e da tua forte mão, e do teu
braço estendido), quando vier orar voltado para esta casa,
43. ouve do céu, lugar da tua habitação, e faze conforme tudo o que o
estrangeiro a ti clamar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu
nome, e te temam como o teu povo Israel, e saibam que pelo teu nome é chamada
esta casa que edifiquei.
44. Quando o teu povo sair à guerra contra os seus inimigos, seja qual
for o caminho por que os enviares, e orarem ao Senhor, voltados para a cidade
que escolheste, e para a casa que edifiquei ao teu nome,
45. ouve então do céu a sua oração e a sua súplica, e defende a sua
causa.
46. Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu
te indignares contra eles, e os entregares ao inimigo, de modo que os levem em
cativeiro para a terra inimiga, longínqua ou próxima;
47. se na terra aonde forem levados em cativeiro caírem em si, e se
converterem, e na terra do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos e
procedemos perversamente, cometemos iniqüidade;
48. se voltarem a ti de todo o seu coração e de toda a sua alma, na
terra de seus inimigos que os tenham levado em cativeiro, e orarem a ti,
voltados para a sua terra, que deste a seus pais, para a cidade que escolheste,
e para a casa que edifiquei ao teu nome,
49. ouve então do céu, lugar da tua habitação, a sua oração e a sua
súplica, e defende a sua causa;
50. perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti, perdoa todas as
transgressões que houverem cometido contra ti, e dá-lhes alcançar
misericórdia da parte dos que os levarem cativos, para que se compadeçam
deles;
51. porque são o teu povo e a tua herança, que tiraste da terra do
Egito, do meio da fornalha de ferro.
52. Estejam abertos os teus olhos à súplica do teu servo e à súplica
do teu povo Israel, a fim de os ouvires sempre que clamarem a ti.
53. Pois tu, ó Senhor Jeová, os separaste dentre todos os povos da
terra, para serem a tua herança como falaste por intermédio de Moisés, teu
servo, quando tiraste do Egito nossos pais.
54. Sucedeu pois que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta oração
e esta súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para o céu, se
levantou de diante do altar do Senhor,
55. pôs-se em pé, e abençoou em alta voz a toda a congregação de
Israel, dizendo:
56. Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo
tudo o que disse; não falhou nem sequer uma de todas as boas palavras que falou
por intermédio de Moisés, seu servo.
57. O Senhor nosso Deus seja conosco, como foi com nossos pais; não nos
deixe, nem nos abandone;
58. mas incline a si os nossos corações, a fim de andarmos em todos os
seus caminhos, e guardarmos os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus
preceitos, que ordenou a nossos pais.
59. E que estas minhas palavras, com que supliquei perante o Senhor,
estejam perto, diante do Senhor nosso Deus, de dia e de noite, para que defenda
ele a causa do seu servo e a causa do seu povo Israel, como cada dia o exigir,
60. para que todos os povos da terra, saibam que o Senhor é Deus, e que
não há outro.
61. E seja o vosso coração perfeito para com o Senhor nosso Deus, para
andardes nos seus estatutos, e guardardes os seus mandamentos, como hoje o
fazeis.
62. Então o rei e todo o Israel com ele ofereceram sacrifícios perante
o Senhor.
63. Ora, Salomão deu, para o sacrifício pacífico que ofereceu ao
Senhor, vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim o rei e todos
os filhos de Israel consagraram a casa do Senhor.
64. No mesmo dia o rei santificou o meio do átrio que estava diante da
casa do Senhor; porquanto ali ofereceu o holocausto, a oferta de cereais e a
gordura das ofertas pacíficas, porque o altar de bronze que está diante do
Senhor era muito pequeno para nele caberem o holocausto, a oferta de cereais, e
a gordura das ofertas pacíficas.
65. No mesmo tempo celebrou Salomão a festa, e todo o Israel com ele,
uma grande congregação, vinda desde a entrada de Hamate e desde o rio do
Egito, perante a face do Senhor nosso Deus, por sete dias, e mais sete dias
(catorze dias ao todo).
66. E no oitavo dia despediu o povo, e todos bendisseram ao rei; então
se foram às suas tendas, alegres e de coração contente, por causa de todo o
bem que o Senhor fizera a Davi seu servo, e a Israel seu povo.
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I Reis 9
1. Sucedera pois que, tendo Salomão acabado de edificar a casa do
Senhor, e a casa do rei, e tudo quanto lhe aprouve fazer,
2. apareceu-lhe o Senhor segunda vez, como lhe tinha aparecido em
Gibeão.
3. E o Senhor lhe disse: Ouvi a tua oração e a tua súplica, que
fizeste perante mim; santifiquei esta casa que edificaste, a fim de pôr ali o
meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os
dias.
4. Ora, se tu andares perante mim como andou Davi, teu pai, com inteireza
de coração e com eqüidade, fazendo conforme tudo o que te ordenei, e
guardando os meus estatutos e as minhas ordenanças,
5. então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre, como
prometi a teu pai Davi, dizendo: Não te faltará varão sobre o trono de
Israel.
6. Se, porém, vós e vossos filhos de qualquer maneira vos desviardes e
não me seguirdes, nem guardardes os meus mandamentos e os meus estatutos, que
vos tenho proposto, mas fordes, e servirdes a outros deuses, curvando-vos
perante eles,
7. então exterminarei a Israel da terra que lhe dei; e a esta casa, que
santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença, e Israel será por
provérbio e motejo entre todos os povos.
8. E desta casa, que é tão exaltada, todo aquele que por ela passar
pasmará e assobiará, e dirá: Por que fez o Senhor assim a esta terra e a esta
casa?
9. E lhe responderão: E porque deixaram ao Senhor seu Deus, que tirou da
terra do Egito a seus pais, e se apegaram a deuses alheios, e perante eles se
encurvaram, e os serviram; por isso o Senhor trouxe sobre eles todo este mal.
10. Ao fim dos vinte anos em que Salomão edificara as duas casas, a casa
do Senhor e a casa do rei,
11. como Hirão, rei de Tiro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de
cipreste, e ouro segundo todo o seu desejo, deu o rei Salomão a Hirão vinte
cidades na terra da Galiléia.
12. Hirão, pois, saiu de Tiro para ver as cidades que Salomão lhe dera;
porém não lhe agradaram.
13. Pelo que disse: Que cidades são estas que me deste, irmão meu? De
sorte que são chamadas até hoje terra de Cabul.
14. Hirão enviara ao rei cento e vinte talentos de ouro.
15. A razão da leva de gente para trabalho forçado que o rei Salomão
fez é esta: edificar a casa do Senhor e a sua própria casa, e Milo, e o muro
de Jerusalém, como também Hazor, e Megido, e Gezer.
16. Pois Faraó, rei do Egito, tendo subido, tomara a Gezer e a queimara
a fogo, e matando os cananeus que moravam na cidade, dera-a em dote a sua filha,
mulher de Salomão.
17. Salomão edificou Gezer, Bete-Horom a baixa,
18. Baalate, Tamar no deserto daquela terra,
19. como também todas as cidades-armazéns que Salomão tinha, as
cidades dos carros as cidades dos cavaleiros, e tudo o que Salomão quis
edificar em Jerusalém, no Líbano, e em toda a terra de seu domínio.
20. Quanto a todo o povo que restou dos amorreus, dos heteus, dos
perizeus, dos heveus e dos jebuseus, que não eram dos filhos de Israel,
21. a seus filhos, que restaram depois deles na terra, os quais os filhos
de Israel não puderam destruir totalmente, Salomão lhes impôs tributo de
trabalho forçado, até hoje.
22. Mas dos filhos de Israel não fez Salomão escravo algum; porém eram
homens de guerra, e seus servos, e seus príncipes, e seus capitães, e chefes
dos seus carros e dos seus cavaleiros.
23. Estes eram os chefes dos oficiais que estavam sobre a obra de
Salomão, quinhentos e cinqüenta, que davam ordens ao povo que trabalhava na
obra.
24. Subiu, porém, a filha de Faraó da cidade de Davi à sua casa, que
Salomão lhe edificara; então ele edificou Milo.
25. E Salomão oferecia três vezes por ano holocaustos e ofertas
pacíficas sobre a altar que edificara ao Senhor, queimando com eles incenso
sobre o altar que estava perante o Senhor, depois que acabou de edificar a casa.
26. Também o rei Salomão fez uma frota em Eziom-Geber, que está junto
a Elote, na praia do Mar Vermelho, na terra de Edom.
27. Hirão mandou com aquela frota, em companhia dos servos de Salomão,
os seus próprios servos, marinheiros que conheciam o mar;
28. os quais foram a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos
de ouro, que trouxeram ao rei Salomão.
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I Reis 10
1. Tendo a rainha de Sabá ouvido da fama de Salomão, no que concerne ao
nome do Senhor, veio prová-lo por enigmas.
2. E chegou a Jerusalém com uma grande comitiva, com camelos carregados
de especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; e, tendo-se apresentado
a Salomão, conversou com ele acerca de tudo o que tinha na coração.
3. E Salomão lhe deu resposta a todas as suas perguntas; não houve nada
que o rei não lhe soubesse explicar.
4. Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, a casa
que edificara,
5. as iguarias da sua mesa, o assentar dos seus oficiais, as funções e
os trajes dos seus servos, e os seus copeiros, e os holocaustos que ele oferecia
na casa do Senhor, ficou estupefata,
6. e disse ao rei: Era verdade o que ouvi na minha terra, acerca dos teus
feitos e da tua sabedoria.
7. Contudo eu não o acreditava, até que vim e os meus olhos o viram.
Eis que não me disseram metade; sobrepujaste em sabedoria e bens a fama que
ouvi.
8. Bem-aventurados os teus homens! Bem-aventuradas estes teus servos, que
estão sempre diante de ti, que ouvem a tua sabedoria!
9. Bendito seja o Senhor teu Deus, que se agradou de ti e te colocou no
trono de Israel! Porquanto o Senhor amou Israel para sempre, por isso te
estabeleceu rei, para executares juízo e justiça.
10. E deu ela ao rei cento e vinte talentos de ouro, especiarias em
grande quantidade e pedras preciosas; nunca mais apareceu tamanha abundância de
especiarias como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
11. Também a frota de Hirão, que de Ofir trazia ouro, trouxe dali
madeira de almugue em quantidade, e pedras preciosas.
12. Desta madeira de almugue fez e rei balaústres para a casa do Senhor,
e para a casa de rei, como também harpas e alaúdes para os cantores; não se
trouxe nem se viu mais tal madeira de almugue, até o dia de hoje.
13. E o rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo o que ela desejou, tudo
quanto pediu, além de que lhe dera espontaneamente, da sua munificência real.
Então voltou e foi para a sua terra, ela e os seus servos.
14. Ora, o peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de
seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro,
15. além do que vinha dos vendedores ambulantes, e do tráfico dos
negociantes, e de todos as reis da Arábia, e dos governadores do país.
16. Também o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido; de
seiscentos siclos de ouro mandou fazer cada pavês;
17. do mesmo modo fez também trezentos escudos de ouro batido; de três
minas de auro mandou fazer cada escudo. Então e rei os pôs na casa do bosque
de Líbano.
18. Fez mais o rei um grande trono de marfim, e o revestiu de ouro
puríssimo.
19. Tinha o trono seis degraus, e o alto do trono era redondo pelo
espaldar; de ambos os lados tinha braços junto ao assento, e dois leões em pé
junto aos braços.
20. E sobre os seis degraus havia doze leões de ambos os lados; outro
tal não se fizera em reino algum.
21. Também todos os vasos de beber de rei Salomão eram de ouro, e todos
os vasos da casa do bosque do Líbano eram de ouro puro; não havia nenhum de
prata, porque nos dias de Salomão a prata não tinha estimação alguma.
22. Porque o rei tinha no mar uma frota de Társis, com a de Hirão; de
três em três anos a frota de Társis voltava, trazendo ouro e prata, marfim,
bugios e pavões.
23. Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em
riquezas como em sabedoria.
24. E toda a terra buscava a presença de Salomão para ouvir a sabedoria
que Deus lhe tinha posto no coração.
25. Cada um trazia seu presente, vasos de prata, vasos de ouro, vestidos,
armaduras, especiarias, cavalos e mulas; isso faziam cada ano.
26. Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, de sorte que tinha mil
e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, e os distribuiu pelas cidades dos
carros, e junto ao rei em Jerusalém.
27. E o rei tornou a prata tão comum em Jerusalém como as pedras, e os
cedros tantos em abundância como os sicômoros que há pelas campinas.
28. Os cavalos que Salomão tinha eram trazidos do Egito e de Coa; os
mercadores do rei os recebiam de Coa por preço determinado.
29. E subia e saía um carro do Egito por seiscentos siclos de prata, e
um cavalo por cento e cinqüenta; e assim, por intermédio desses mercadores,
eram exportados para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria.
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I Reis 11
1. Ora, o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha
de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias,
2. das nações de que o Senhor dissera aos filhos de Israel: Não ireis
para elas, nem elas virão para vós; doutra maneira perverterão o vosso
coração para seguirdes os seus deuses. A estas se apegou Salomão, levado pelo
amor.
3. Tinha ele setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e
suas mulheres lhe perverteram o coração.
4. Pois sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe
perverteram o coração para seguir outros deuses; e seu coração já não era
perfeito para com o Senhor seu Deus, como fora o de Davi, seu pai;
5. Salomão seguiu a Astarete, deusa dos sidônios, e a Milcom,
abominação dos amonitas.
6. Assim fez Salomão o que era mau aos olhos do Senhor, e não
perseverou em seguir, como fizera Davi, seu pai.
7. Nesse tempo edificou Salomão um alto a Quemós, abominação dos
moabitas, sobre e monte que está diante de Jerusalém, e a Moleque,
abominação dos amonitas.
8. E assim fez para todas as suas mulheres estrangeiras, as quais
queimavam incenso e ofereciam sacrifícios a seus deuses.
9. Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão, porquanto e seu
coração se desviara do Senhor Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera,
10. e lhe ordenara expressamente que não seguisse a outros deuses. Ele,
porém, não guardou o que o Senhor lhe ordenara.
11. Disse, pois, o Senhor a Salomão: Porquanto houve isto em ti, que
não guardaste a meu pacto e os meus estatutos que te ordenei, certamente
rasgarei de ti este reino, e o darei a teu servo.
12. Contudo não o farei nos teus dias, por amor de Davi, teu pai; da
mão de teu filho o rasgarei.
13. Todavia não rasgarei o reino todo; mas uma tribo darei a teu filho,
por amor de meu servo Davi, e por amor de Jerusalém, que escolhi.
14. O Senhor levantou contra Salomão um adversário, Hadade, o edomeu; o
qual era da estirpe real de Edom.
15. Porque sucedeu que, quando Davi esteve em guerra contra Edom, tendo
Jeabe, o chefe do exército, subido a enterrar os mortos, e ferido a todo varão
em Edom
16. (porque Joabe ficou ali seis meses com todo o Israel, até que
destruiu a todo varão em Edom),
17. Hadade, que era ainda menino, fugiu para o Egito com alguns edemeus,
servos de seu pai.
18. Levantando-se, pois, de Midiã, foram a Parã; e tomando consigo
homens de Parã, foram ao Egito ter com Faraó, rei do Egito, o qual deu casa a
Hadade, proveu-lhe a subsistência, e lhe deu terras.
19. E Hadade caiu tanto em graça a Faraó, que este lhe deu por mulher a
irmã de sua mulher, a irmã da rainha Tafnes.
20. Ora, desta irmã de Tafnes nasceu a Hadade seu filho Genubate, a qual
Tafnes criou na casa de Faraó, onde Genubate esteve entre os filhos de rei.
21. Ouvindo, pois, Hadade no Egito que Davi adormecera com seus pais, e
que Jeabe, chefe do exército, era morto, disse o Faraó: Deixa-me ir, para que
eu volte à minha terra.
22. Perguntou-lhe Faraó: Que te falta em minha companhia, que procuras
partir para a tua terra? Respondeu ele: Nada; todavia, peço que me deixes ir.
23. Deus levantou contra Salomão ainda outro adversário, Rezom, filho
de Eliadá, que tinha fugido de seu senhor Hadadézer, rei de Zobá.
24. Pois ele ajuntara a si homens, e se fizera capitão de uma tropa,
quando Davi matou os de Zebá; e, indo-se para Damasco, habitaram ali; e
fizeram-no rei em Damasco.
25. E foi adversário de Israel por todos os dias de Salomão, e isto
além do mal que Hadade fazia; detestava a Israel, e reinava sobre a Síria.
26. Também Jeroboão, filho de Nebate, efrateu de Zeredá, servo de
Salomão, cuja mãe era viúva, por nome Zeruá, levantou a mão contra o rei.
27. E esta foi a causa por que levantou a mão contra o rei: Salomão
tinha edificado a Milo, e cerrado a brecha da cidade de Davi, seu pai.
28. Ora, Jeroboão era homem forte e valente; e vendo Salomão que este
mancebo era laborioso, colocou-o sobre toda a carga imposta à casa de José.
29. E sucedeu naquele tempo que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o
profeta Aías, o silonita, o encontrou no caminho; este se tinha vestido duma
capa nova; e os dois estavam sós no campo.
30. Então Aías pegou na capa nova que tinha sobre si, e a rasgou em
doze pedaços.
31. E disse a Jeroboão: Toma estes dez pedaços para ti, porque assim
diz e Senhor Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a
ti darei dez tribos.
32. Ele, porém, terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor
de Jerusalém, a cidade que escolhi dentre todas as tribos de Israel.
33. Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos sidônios,
a Quemés, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos amonitas; e não andaram
pelos meus caminhos, para fazerem o que parece reto aos meus olhos, e para
guardarem os meus estatutos e os meus preceitos, como o fez Davi, seu pai.
34. Todavia não tomarei da sua mão o reino todo; mas deixá-lo-ei
governar por todos os dias da sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem
escolhi, o qual guardou os meus mandamentos e os meus estatutos.
35. Mas da mão de seu filho tomarei e reino e to darei a ti, isto é, as
dez tribos.
36. Todavia a seu filho darei uma tribo, para que Davi, meu servo, sempre
tenha uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que escolhi para ali
pôr o meu nome.
37. Então te tomarei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma, e
serás rei sobre Israel.
38. E há de ser que, se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares
pelos meus caminhos, e fizeres o que é reto aos meus olhos, guardando os meus
estatutos e os meus mandamentos, como o fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e
te edificarei uma casa firme, como o fiz para Davi, e te darei Israel.
39. E por isso afligirei a descendência de Davi, todavia não para
sempre.
40. Pelo que Salomão procurou matar Jeroboão; porém este se levantou,
e fugiu para o Egito, a ter com Sisaque, rei de Egito, onde esteve até a morte
de Salomão.
41. Quanto ao restante dos atos de Salomão, e a tudo o que ele fez, e à
sua sabedoria, porventura não está escrito no livro dos atos de Salomão?
42. O tempo que Salomão reinou em Jerusalém sobre todo o Israel foi
quarenta anos.
43. E Salomão dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi,
seu pai; e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.
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I Reis 12
1. Foi então Roboão para Siquém, porque todo o Israel se congregara
ali para fazê-lo rei.
2. E Jeroboão, filho de Nebate, que estava ainda no Egito, para onde
fugira da presença do rei Salomão, ouvindo isto, voltou do Egito.
3. E mandaram chamá-lo; Jeroboão e toda a congregação de Israel
vieram, e falaram a Roboão, dizendo:
4. Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia a dura servidão e o
pesado juro que teu pai nos impôs, e nós te serviremos.
5. Ele lhes respondeu: Ide-vos até o terceiro dia, e então voltai a
mim. E o povo se foi.
6. Teve o rei Roboão conselho com os anciãos que tinham assistido
diante de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, e perguntou-lhes: como
aconselhais vós que eu responda a este povo?
7. Eles lhe disseram: Se hoje te tornares servo deste povo, e o servires,
e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, eles serão para sempre teus
servos.
8. Ele, porém, deixou o conselho que os anciãos lhe deram, e teve
conselho com os mancebos que haviam crescido com ele, e que assistiam diante
dele,
9. perguntando-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo,
que me disse: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?
10. E os mancebos que haviam crescido com ele responderam-lhe: A este
povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesado o nosso jugo, mas tu o alivia de
sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos
de meu pai.
11. Assim que, se meu pai vos carregou dum jugo pesado, eu ainda
aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos
castigarei com escorpiões.
12. Veio, pois, Jeroboão com todo o povo a Roboão ao terceiro dia, como
o rei havia ordenado, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia.
13. E o rei respondeu ao povo asperamente e, deixando o conselho que os
anciãos lhe haviam dado,
14. falou-lhe conforme o conselho dos mancebos, dizendo: Meu pai agravou
o vosso jugo, porém eu ainda o aumentarei; meu pai vos castigou com açoites,
porém eu vos castigarei com escorpiões.
15. O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque esta mudança vinha do
Senhor, para confirmar a palavra que o Senhor dissera por intermédio de Aías,
o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate.
16. Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos,
respondeu-lhe, dizendo: Que parte temos nós em Davi? Não temos herança no
filho de Jessé. Às tuas tendas, ó Israel! Agora olha por tua casa, ó Davi!
Então Israel se foi para as suas tendas.
17. (Mas quanto aos filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá,
sobre eles reinou Roboão.)
18. Então o rei Roboão enviou-lhes Adorão, que estava sobre a leva de
tributários servis; e todo o Israel o apedrejou, e ele morreu. Pelo que o rei
Roboão se apressou a subir ao seu carro e fugiu para Jerusalém.
19. Assim Israel se rebelou contra a casa de Davi até o dia de hoje.
20. Sucedeu então que, ouvindo todo o Israel que Jeroboão tinha
voltado, mandaram chamá-lo para a congregação, e o fizeram rei sobre todo o
Israel; e não houve ninguém que seguisse a casa de Davi, senão somente a
tribo de Judá.
21. Tendo Roboão chegado a Jerusalém, convocou toda a casa de Judá e a
tribo de Benjamim, cento e oitenta mil homens escolhidos, destros para a guerra,
para pelejarem contra a casa de Israel a fim de restituírem o reino a Roboão,
filho de Salomão.
22. Veio, porém, a palavra de Deus a Semaías, homem de Deus, dizendo:
23. Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a toda a casa de
Judá e de Benjamim, e ao resto do povo, dizendo:
24. Assim diz o Senhor: Não subireis, nem pelejareis contra vossos
irmãos, os filhos de Israel; volte cada um para a sua casa, porque de mim
proveio isto. E ouviram a palavra do Senhor, e voltaram segundo o seu mandado.
25. Jeroboão edificou Siquém, na região montanhosa de Efraim, e
habitou ali; depois, saindo dali, edificou Penuel.
26. Disse Jeroboão no seu coração: Agora tornará o reino para a casa
de Davi.
27. Se este povo subir para fazer sacrifícios na casa do Senhor, em
Jerusalém, o seu coração se tornará para o seu senhor, Roboão, rei de
Judá; e, matando-me, voltarão para Roboão, rei de Judá.
28. Pelo que o rei, tendo tomado conselho, fez dois bezerros de ouro, e
disse ao povo: Basta de subires a Jerusalém; eis aqui teus deuses, ó Israel,
que te fizeram subir da terra do Egito.
29. E pôs um em Betel, e o outro em Dã.
30. Ora, isto se tornou em pecado; pois que o povo ia até Dã para
adorar o ídolo.
31. Também fez casas nos altos, e constituiu sacerdotes dentre o povo,
que não eram dos filhos de Levi.
32. E Jeroboão ordenou uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto
do mês, como a festa que se celebrava em Judá, e sacrificou no altar.
Semelhantemente fez em Betel, sacrificando aos bezerros que tinha feito; também
em Betel estabeleceu os sacerdotes dos altos que fizera.
33. Sacrificou, pois, no altar, que fizera em Betel, no dia décimo
quinto do oitavo mês, mês que ele tinha escolhido a seu bel prazer; assim
ordenou uma festa para os filhos de Israel, e sacrificou no altar, queimando
incenso.
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I Reis 13
1. Eis que, por ordem do Senhor, veio de Judá a Betel um homem de Deus;
e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso.
2. E o homem clamou contra o altar, por ordem do Senhor, dizendo: Altar,
altar! assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome
será Josias; e qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti
queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti.
3. E deu naquele mesmo dia um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o
Senhor falou; Eis que o altar se fenderá, e a cinza que está sobre ele se
derramará.
4. Sucedeu pois que, ouvindo o rei Jeroboão a palavra que o homem de
Deus clamara contra o altar de Betel, estendeu a mão de sobre o altar, dizendo:
Pegai-o! E logo, a mão que estendera contra ele secou-se, de modo que não
podia tornar a trazê-la a si.
5. E o altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar, conforme o sinal
que o homem de Deus, por ordem do Senhor, havia dado.
6. Então respondeu o rei, e disse ao homem de Deus: Suplica ao Senhor
teu Deus, e roga por mim, para que se me restitua a minha mão. Pelo que o homem
de Deus suplicou ao Senhor, e a mão do rei se lhe restituiu, e ficou como
dantes.
7. Disse então o rei ao homem de Deus: Vem comigo a minha casa, e
conforta-te, e dar-te-ei uma recompensa.
8. Mas o homem de Deus respondeu ao rei: Ainda que me desses metade da
tua casa, não iria contigo, nem comeria pão, nem beberia água neste lugar.
9. Porque assim me ordenou o Senhor pela sua palavra, dizendo: Não comas
pão, nem bebas água, nem voltes pelo caminho por onde vieste.
10. Ele, pois, se foi por outro caminho, e não voltou pelo caminho por
onde viera a Betel.
11. Ora, morava em Betel um velho profeta. Seus filhos vieram contar-lhe
tudo o que o homem de Deus fizera aquele dia em Betel; e as palavras que ele
dissera ao rei, contaram-nas também a seu pai.
12. Perguntou-lhes seu pai: Por que caminho se foi? pois seus filhos
tinham visto o caminho por onde fora o homem de Deus que viera de Judá.
13. Então disse a seus filhos: Albardai-me o jumento. E albardaram-lhe o
jumento, no qual ele montou.
14. E tendo ido após o homem de Deus, achou-o sentado debaixo de um
carvalho, e perguntou-lhe: És tu o homem de Deus que vieste de Judá? Respondeu
ele: Sou.
15. Então lhe disse: Vem comigo a casa, e come pão.
16. Mas ele tornou: Não posso voltar contigo, nem entrar em tua casa;
nem tampouco comerei pão, nem beberei água contigo neste lugar;
17. porque me foi mandado pela palavra de Senhor: Ali não comas pão,
nem bebas água, nem voltes pelo caminho por onde vieste.
18. Respondeu-lhe o outro: Eu também sou profeta como tu, e um anjo me
falou por ordem do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa, para que
coma pão e beba água. Mas mentia-lhe.
19. Assim o homem voltou com ele, comeu pão em sua casa, e bebeu água.
20. Estando eles à mesa, a palavra do Senhor veio ao profeta que o tinha
feito voltar;
21. e ele clamou ao homem de Deus que viera de Judá, dizendo: Assim diz
o Senhor: Porquanto foste rebelde à ordem do Senhor, e não guardaste o
mandamento que o Senhor teu Deus te mandara,
22. mas voltaste, e comeste pão e bebeste água no lugar de que te
dissera: Não comas pão, nem bebas água; o teu cadáver não entrará no
sepulcro de teus pais.
23. E, havendo eles comido e bebido, albardou o jumento para o profeta
que fizera voltar.
24. Este, pois, se foi, e um leão o encontrou no caminho, e o matou; o
seu cadáver ficou estendido no caminho, e o jumento estava parado junto a ele,
e também o leão estava junto ao cadáver.
25. E, passando por ali alguns homens, viram o cadáver estendido no
caminho, e o leão ao lado dele. Foram, pois, e o disseram na cidade onde o
velho profeta habitava.
26. Quando o profeta que o fizera voltar do caminho ouviu isto, disse: É
o homem de Deus, que foi rebelde à palavra do Senhor; por isso o Senhor o
entregou ao leão, que o despedaçou e matou, segundo a palavra que o Senhor lhe
dissera.
27. E disse a seus filhos: Albardai-me e jumento. Eles lho albardaram.
28. Então foi e achou o cadáver estendido no caminho, e o jumento e o
leão, que estavam parados junto ao cadáver; o leão não o havia devorado, nem
havia despedaçado o jumento.
29. Então e profeta levantou o cadáver do homem de Deus e, pondo-o em
cima do jumento, levou-o consigo; assim veio o velho profeta à cidade para o
chorar e o sepultar.
30. E colocou o cadáver no seu próprio sepulcro; e prantearam-no,
dizendo: Ah, irmão meu!
31. Depois de o haver sepultado, disse a seus filhos. Quando eu morrer,
sepultai-me no sepulcro em que o homem de Deus está sepultado; ponde os meus
ossos junto aos ossos dele.
32. Porque certamente se cumprirá o que, pela palavra de Senhor, clamou,
contra o altar que está em Betel, como também contra todas as casas dos altos
que estão nas cidades de Samária.
33. Nem depois destas coisas deixou Jeroboão e seu mau caminho, porém
tornou a fazer dentre todo o povo sacerdotes dos lugares altos; e a qualquer que
o queria consagrava sacerdote dos lugares altos.
34. E isso foi causa de pecado à casa de Jeroboão, para destruí-la e
extingui-la da face da terra.
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I Reis 14
1. Naquele tempo adoeceu Abias, filho de Jeroboão.
2. E disse Jeroboão a sua mulher: Levanta-te, e disfarça-te, para que
não conheçam que és mulher de Jeroboão, e vai a Siló. Eis que lá está o
profeta Aías, o qual falou acerca de mim que eu seria rei sobre este povo.
3. Leva contigo dez pães, alguns bolos e uma botija de mel, e vai ter
com ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino.
4. Assim, pois, fez a mulher de Jeroboão; e, levantando-se, foi a Siló,
e entrou na casa de Aías. Este já não podia ver, pois seus olhos haviam
cegado por causa da velhice.
5. O Senhor, porém, dissera a Aías: Eis que a mulher de Jeroboão vem
consultar-te sobre seu filho, que está doente. Assim e assim lhe falarás;
porque há de ser que, entrando ela, fingirá ser outra.
6. Sucedeu que, ouvindo Aías o ruído de seus pés, ao entrar ela pela
porta, disse: Entra, mulher de Jeroboão; por que te disfarças assim? Pois eu
sou enviado a ti com duras novas.
7. Vai, dize a Jeroboão: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Porquanto te
exaltei do meio do povo, e te constituí príncipe sobre o meu povo de Israel,
8. e rasguei o reino da casa de Davi, e o dei a ti; todavia não tens
sido como o meu servo Davi, que guardou os meus mandamentos e que me seguiu de
todo o coração para fazer somente o que era reto aos meus olhos;
9. mas tens praticado o mal, pior do que todos os que foram antes de ti,
e foste fizeste para ti outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me
à ira, e me lançaste para trás das tuas costas;
10. portanto, eis que trarei o mal sobre a casa de Jeroboão, e
exterminarei de Jeroboão todo homem, escravo ou livre, em Israel, e lançarei
fora os remanescentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até
que de todo se acabe.
11. Quem morrer a Jeroboão na cidade, comê-lo-ão os cães; e o que lhe
morrer no campo, comê-lo-ão as aves do céu; porque o Senhor o disse.
12. Levanta-te, pois, e vai-te para tua casa; ao entrarem os teus pés na
cidade, o menino morrerá.
13. E todo o Israel o pranteará, e o sepultará; porque de Jeroboão só
este entrará em sepultura, porquanto, dos da casa de Jeroboão, só nele se
achou alguma coisa boa para com o Senhor Deus de Israel.
14. O Senhor, porém, levantará para si um rei sobre Israel, que
destruirá a casa de Jeroboão. Este é o dia! Sim desde agora.
15. Ferirá o Senhor a Israel, como se agita a cana nas águas; e
arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará
para além do rio, porquanto fizeram os seus aserins, provocando o Senhor à
ira.
16. E entregará Israel por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou
e fez pecar a Israel.
17. Então a mulher de Jeroboão se levantou e partiu, e veio para Tirza;
chegando ela ao limiar da casa, o menino morreu.
18. E todo o Israel o sepultou e o pranteou, conforme a palavra do
Senhor, que ele falara por intermédio de seu servo Aías, o profeta.
19. Quanto ao restante dos atos de Jeroboão, como guerreou, e como
reinou, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
20. E o tempo que Jeroboão reinou foi vinte e dois anos. E dormiu com
seus pais; e Nadabe, seu filho, reinou em seu lugar.
21. Reinou em Judá Roboão, filho de Salomão. Tinha quarenta e um anos
quando começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém, a cidade que o
Senhor escolhera dentre todas as tribos de Israel para pôr ali o seu nome. E
era o nome de sua mãe Naamá, a amonita.
22. E fez Judá o que era mau aos olhos do Senhor; e, com os seus pecados
que cometeram, provocaram-no a zelos, mais do que o fizeram os seus pais.
23. Porque também eles edificaram altos, e colunas, e aserins sobre todo
alto outeiro e debaixo de toda árvore frondosa;
24. e havia também sodomitas na terra: fizeram conforme todas as
abominações dos povos que o Senhor tinha expulsado de diante dos filhos de
Israel.
25. Ora, sucedeu que, no quinto ano do rei Roboão, Sisaque, rei do
Egito, subiu contra Jerusalém,
26. e tomou os tesouros da casa de Senhor e os tesouros da casa do rei;
levou tudo. Também tomou todos os escudos de ouro que Salomão tinha feito.
27. Em lugar deles, fez o rei Roboão escudos de bronze, e os entregou
nas mãos dos capitães da guarda, que guardavam a porta da casa do rei.
28. E todas as vezes que o rei entrava na casa do Senhor os da guarda
levavam os escudos, e depois tornavam a pô-los na câmara da guarda.
29. Quanto ao restante dos atos de Reboão, e a tudo quanto fez,
porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?
30. Houve guerra continuamente entre Roboão e Jeroboão.
31. E Roboão dormiu com seus pais, e foi sepultado com eles na cidade de
Davi. Era o nome de sua mãe Naamá, a amonita. E Abião, seu filho, reinou em
seu lugar.
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I Reis 15
1. No décimo oitavo ano do rei Jeroboão, filho de Nebate, começou
Abião a reinar sobre Judá.
2. Reinou três anos em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Maacá, filha
de Absalão.
3. Ele andou em todos os pecados que seu pai tinha cometido antes dele; o
seu coração não foi perfeito para com o Senhor seu Deus como o coração de
Davi, seu pai.
4. Mas por amor de Davi o Senhor lhe deu uma lâmpada em Jerusalém,
levantando a seu filho depois dele, e confirmando a Jerusalém;
5. porque Davi fez o que era reto aos olhos do Senhor, e não se desviou
de tudo o que lhe ordenou em todos os dias da sua vida, a não ser no caso de
Urias, o heteu.
6. Ora, houve guerra entre Roboão e Jeroboão todos os dias da vida de
Roboão.
7. Quanto ao restante dos atos de Abião, e a tudo quanto fez, porventura
não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá? Também houve
guerra entre Abião e Jeroboão.
8. Abião dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi. E Asa,
seu filho, reinou em seu lugar.
9. No vigésimo ano de Jeroboão, rei de Israel, começou Asa a reinar em
Judá,
10. e reinou quarenta e um anos em Jerusalém. Era o nome de sua mãe
Maacá, filha de Absalão.
11. Asa fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai.
12. Porque tirou da terra os sodomitas, e removeu todos os ídolos que
seus pais tinham feito.
13. E até a Maacá, sua mãe, removeu para que não fosse rainha,
porquanto tinha feito um abominável ídolo para servir de Asera; e Asa desfez
esse ídolo, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom.
14. Os altos, porém, não foram tirados; todavia o coração de Asa foi
reto para com o Senhor todos os seus dias.
15. E trouxe para a casa do Senhor as coisas que seu pai havia
consagrado, e as coisas que ele mesmo consagrara: prata, ouro e vasos.
16. Ora, houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus
dias.
17. Pois Baasa, rei de Israel, subiu contra Judá, e edificou Ramá, para
que a ninguém fosse permitido sair, nem entrar a ter com Asa, rei de Judá.
18. Então Asa tomou toda a prata e ouro que ficaram nos tesouros da casa
do Senhor, e os tesouros da casa do rei, e os entregou nas mãos de seus servos.
E o rei Asa os enviou a Ben-Hadade, filho de Tabrimom, filho de Heziom, rei da
Síria, que habitava em Damasco, dizendo:
19. Haja aliança entre mim e ti, como houve entre meu pai e teu pai. Eis
que aqui te mando um presente de prata e de ouro; vai, e anula a tua aliança
com Baasa, rei de Israel, para que ele se retire de mim.
20. Ben-Hadade, pois, deu ouvidos ao rei Asa, e enviou os capitães dos
seus exércitos contra as cidades de Israel; e feriu a Ijom, a Dã, a
Abel-Bete-Maacá, e a todo o distrito de Quinerote, com toda a terra de Naftali.
21. E sucedeu que, ouvindo-o Baasa, deixou de edificar Ramá, e ficou em
Tirza.
22. Então o rei Asa fez apregoar por toda a Judá que todos, sem
exceção, trouxessem as pedras de Ramá, e a madeira com que Baasa a edificava;
e com elas o rei Asa edificou Geba de Benjamim e Mizpá.
23. Quanto ao restante de todos os atos de Asa, e todo o seu poder, e
tudo quanto fez, e as cidades que edificou, porventura não estão escritos no
livro das crônicas dos reis de Judá? Porém, na velhice, ficou, enfermo dos
pés.
24. E Asa dormiu com seus pais, e foi sepultado com eles na cidade de
Davi seu pai; e Jeosafá, seu filho reinou em seu lugar.
25. Nadabe, filho de Jeroboão, começou a reinar sobre Israel no segundo
ano de Asa, rei de Judá, e reinou sobre Israel dois anos.
26. E fez o que era mau aos olhos de Senhor, andando nos caminhos de seu
pai, e no seu pecado com que tinha feito Israel pecar.
27. Conspirou contra ele Baasa, filho de Aías, da casa de Issacar, e o
feriu em Gibetom, que pertencia aos filisteus; pois Nadabe e todo o Israel
sitiavam a Gibetom.
28. Matou-o, pois, Baasa no terceiro ano de Asa, rei de Judá, e reinou
em seu lugar.
29. E logo que começou a reinar, feriu toda a casa de Jeroboão; a
ninguém de Jeroboão que tivesse fôlego deixou de destruir totalmente,
conforme a palavra do Senhor que ele falara por intermédio de seu servo Aías,
o silonita,
30. por causa dos pecados que Jeroboão cometera, e com que fizera Israel
pecar, e por causa da provocação com que provocara à ira o Senhor Deus de
Israel.
31. Quanto ao restante dos atos de Nadabe, e a tudo quanto fez,
porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
32. Houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus dias.
33. No terceiro ano de Asa, rei de Judá, Baasa, filho de Aías, começou
a reinar sobre todo o Israel em Tirza, e reinou vinte e quatro anos.
34. E fez o que era mau aos olhos do Senhor, andando no caminho de
Jeroboão e no seu pecado com que tinha feito Israel pecar.
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I Reis 16
1. Então veio a palavra do Senhor a Jeú, filho de Hanâni, contra
Baasa, dizendo:
2. Porquanto te exaltei do pó, e te constituí chefe sobre o meu povo
Israel, e tu tens andado no caminho de Jeroboão, e tens feito o meu povo Israel
pecar, provocando-me à ira com os seus pecados,
3. eis que exterminarei os descendentes de Baasa, e os descendentes da
casa dele; sim, tornarei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate.
4. Quem morrer a Baasa na cidade, comê-lo-ão os cães; e o que lhe
morrer no campo, comê-lo-ão as aves do céu.
5. Quanto ao restante dos atos de Baasa, e ao que fez, e ao seu poder,
porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
6. E Baasa dormiu com seus pais, e foi sepultado em Tirza. Então Elá,
seu filho, reinou em seu lugar.
7. Assim veio também a palavra do Senhor, por intermédio do profeta
Jeú, filho de Hanâni, contra Baasa e contra a casa dele, não somente por
causa de todo o mal que fizera aos olhos do Senhor, de modo a provocá-lo à ira
com a obra de suas mãos, tornando-se como a casa de Jeroboão, mas também
porque exterminara a casa de Jeroboão.
8. No ano vinte e seis de Asa, rei de Judá, Elá, filho de Baasa,
começou a reinar em Tirza sobre Israel, e reinou dois anos.
9. E Zinri, seu servo, chefe de metade dos carros, conspirou contra ele.
Ora, Elá achava-se em Tirza bebendo e embriagando-se em casa de Arza, que era o
seu mordomo em Tirza.
10. Entrou, pois, Zinri e o feriu, e o matou, no ano vigésimo sétimo de
Asa, rei de Judá, e reinou em seu lugar.
11. Quando ele começou a reinar, logo que se assentou no seu trono,
feriu toda a casa de Baasa; não lhe deixou homem algum, nem de seus parentes,
nem de seus amigos.
12. Assim destruiu Zinri toda a casa de Baasa, conforme a palavra do
Senhor, que ele falara contra Baasa por intermédio do profeta Jeú,
13. por causa de todos os pecados de Baasa, e dos pecados de Elá, seu
filho, com que pecaram, e com que fizeram Israel pecar, provocando à ira, com
as suas vaidades, o Senhor Deus de Israel.
14. Quanto ao restante dos atos de Elá, e a tudo quanto fez, porventura
não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
15. No ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá, reinou Zinri sete dias
em Tirza. Estava o povo acampado contra Gibetom, que pertencia aos filisteus.
16. E o povo que estava acampado ouviu dizer: Zinri conspirou, e matou o
rei; pelo que no mesmo dia, no arraial, todo o Israel constituiu rei sobre
Israel a Onri, chefe do exercito.
17. Então Onri subiu de Gibetom com todo o Israel, e cercaram Tirza.
18. Vendo Zinri que a cidade era tomada, entrou no castelo da casa do
rei, e queimou-a sobre si; e morreu,
19. por causa dos pecados que cometera, fazendo o que era mau aos olhos
do Senhor, andando no caminho de Jeroboão, e no pecado que este cometera,
fazendo Israel pecar.
20. Quanto ao restante dos atos de Zinri, e à conspiração que fez,
porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
21. Então o povo de Israel se dividiu em dois partidos: metade do povo
seguia a Tíbni, filho de Ginate, para fazê-lo rei, e a outra metade seguia a
Onri.
22. Mas o povo que seguia a Onri prevaleceu contra o que seguia a Tíbni,
filho de Ginate; de sorte que Tíbni morreu, e Onri reinou.
23. No trigésimo primeiro ano de Asa, rei de Judá, Onri começou a
reinar sobre Israel, e reinou doze anos. Reinou seis anos em Tirza.
24. E de Semer comprou o outeiro de Samária por dois talentos de prata,
e edificou nele; e chamou a cidade que edificou Samária, do nome de Semer, dono
do outeiro.
25. E fez Onri o que era mau aos olhos do Senhor; pior mesmo do que todos
os que o antecederam.
26. Pois ele andou em todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate,
como também nos pecados com que este fizera Israel pecar, provocando à ira,
com as suas vaidades, o Senhor Deus de Israel.
27. Quanto ao restante dos atos que Onri fez, e ao poder que manifestou,
porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
28. Onri dormiu com seus pais, e foi sepultado em Samária. E Acabe, seu
filho, reinou em seu lugar.
29. No trigésimo oitavo ano de Asa, rei de Judá, começou Acabe, filho
de Onri, a reinar sobre Israel; e reinou sobre Israel em Samária vinte e dois
anos.
30. E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais
do que todos os que o antecederam.
31. E, como se fosse pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de
Nebate, ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e
foi e serviu a Baal, e o adorou;
32. e levantou um altar a Baal na casa de Baal que ele edificara em
Samária;
33. também fez uma asera. De maneira que Acabe fez muito mais para
provocar à ira o Senhor Deus de Israel do que todos os reis de Israel que o
antecederam.
34. Em seus dias Hiel, o betelita, edificou Jericó. Quando lançou os
seus alicerces, morreu-lhe Abirão, seu primogênito; e quando colocou as suas
portas, morreu-lhe Segube, seu filho mais moço; conforme a palavra do Senhor,
que ele falara por intermédio de Josué, filho de Num.
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I Reis 17
1. Então Elias, o tisbita, que habitava em Gileade, disse a Acabe: Vive
o Senhor, Deus de Israel, em cuja presença estou, que nestes anos não haverá
orvalho nem chuva, senão segundo a minha palavra.
2. Depois veio a Elias a palavra do Senhor, dizendo:
3. Retira-te daqui, vai para a banda de oriente, e esconde-te junto ao
ribeiro de Querite, que está ao oriente do Jordão.
4. Beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te
sustentem.
5. Partiu, pois, e fez conforme a palavra do Senhor; foi habitar junto ao
ribeiro de Querite, que está ao oriente do Jordão.
6. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e
carne à tarde; e ele bebia do ribeiro.
7. Mas, decorridos alguns dias, o ribeiro secou, porque não tinha havido
chuva na terra.
8. Veio-lhe então a palavra do Senhor, dizendo:
9. Levanta-te, vai para Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali; eis
que eu ordenei a uma mulher viúva ali que te sustente.
10. Levantou-se, pois, e foi para Sarepta. Chegando ele à porta da
cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; ele a chamou e lhe
disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco d'água, para eu beber.
11. Quando ela ia buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me também
um bocado de pão contigo.
12. Ela, porém, respondeu: Vive o Senhor teu Deus, que não tenho nem um
bolo, senão somente um punhado de farinha na vasilha, e um pouco de azeite na
botija; e eis que estou apanhando uns dois gravetos, para ir prepará-lo para
mim e para meu filho, a fim de que o comamos, e morramos.
13. Ao que lhe disse Elias: Não temas; vai, faze como disseste; porém,
faze disso primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois o farás
para ti e para teu filho.
14. Pois assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da vasilha não se
acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê
chuva sobre a terra.
15. Ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeram, ele, e
ela e a sua casa, durante muitos dias.
16. Da vasilha a farinha não se acabou, e da botija o azeite não
faltou, conforme a palavra do Senhor, que ele falara por intermédio de Elias.
17. Depois destas coisas aconteceu adoecer o filho desta mulher, dona da
casa; e a sua doença se agravou tanto, que nele não ficou mais fôlego.
18. Então disse ela a Elias: Que tenho eu contigo, ó homem de Deus?
Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares meu
filho?
19. Respondeu-lhe ele: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço,
e o levou para cima, ao quarto onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama.
20. E, clamando ao Senhor, disse: Ó Senhor meu Deus, até sobre esta
viúva, que me hospeda, trouxeste o mal, matando-lhe o filho?
21. Então se estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor,
dizendo: Ó Senhor meu Deus, faze que a vida deste menino torne a entrar nele.
22. O Senhor ouviu a voz de Elias, e a vida do menino tornou a entrar
nele, e ele reviveu.
23. E Elias tomou o menino, trouxe-o do quarto à casa, e o entregou a
sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive:
24. Então a mulher disse a Elias: Agora sei que tu és homem de Deus, e
que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.
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I Reis 18
1. Depois de muitos dias veio a Elias a palavra do Senhor, no terceiro
ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe; e eu mandarei chuva sobre a terra.
2. Então Elias foi apresentar-se a Acabe. E a fome era extrema em
Samária.
3. Acabe chamou a Obadias, o mordomo (ora, Obadias temia muito ao Senhor;
4. pois sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do Senhor, Obadias
tomou cem profetas e os escondeu, cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os
sustentou com pão e água);
5. e disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água, e
a todos os rios. Pode ser que achemos erva para salvar a vida dos cavalos e
mulas, de maneira que não percamos todos os animais.
6. E repartiram entre si a terra, para a percorrerem; e foram a sós,
Acabe por um caminho, e Obadias por outro.
7. Quando, pois, Obadias já estava em caminho, eis que Elias se
encontrou com ele; e Obadias, reconhecendo-o, prostrou-se com o rosto em terra e
disse: És tu, meu senhor Elias?
8. Respondeu-lhe ele: Sou eu. Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está
aqui.
9. Ele, porém, disse: Em que pequei, para que entregues teu servo na
mão de Acabe, para ele me matar?
10. Vive o Senhor teu Deus, que não há nação nem reino aonde o meu
senhor não tenha mandado em busca de ti; e dizendo eles: Aqui não está;
então fazia-os jurar que não te haviam achado.
11. Agora tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui.
12. E será que, apartando-me eu de ti, o Espírito do Senhor te levará
não sei para onde; e, vindo eu dar as novas a Acabe, e não te achando ele,
matar-me-á. Todavia eu, teu servo, temo ao Senhor desde a minha mocidade.
13. Porventura não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel
matava os profetas do Senhor, como escondi cem dos profetas do Senhor,
cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os sustentei com pão e água:
14. E agora tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui!
Ele me matará.
15. E disse Elias: Vive o Senhor dos exércitos, em cuja presença estou,
que deveras hoje hei de apresentar-me a ele.
16. Então foi Obadias encontrar-se com Acabe, e lho anunciou; e Acabe
foi encontrar-se com Elias.
17. E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe: És tu, perturbador de
Israel?
18. Respondeu Elias: Não sou eu que tenho perturbado a Israel, mas és
tu e a casa de teu pai, por terdes deixado os mandamentos do Senhor, e por teres
tu seguido os baalins.
19. Agora pois manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo, como
também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e os quatrocentos
profetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel.
20. Então Acabe convocou todos os filhos de Israel, e reuniu os profetas
no monte Carmelo.
21. E Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre
dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o. O povo,
porém, não lhe respondeu nada.
22. Então disse Elias ao povo: Só eu fiquei dos profetas do Senhor; mas
os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens.
23. Dêem-se-nos, pois, dois novilhos; e eles escolham para si um dos
novilhos, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe
metam fogo; e eu prepararei o outro novilho, e o porei sobre a lenha, e não lhe
meterei fogo.
24. Então invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor;
e há de ser que o deus que responder por meio de fogo, esse será Deus. E todo
o povo respondeu, dizendo: É boa esta palavra.
25. Disse, pois, Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós: um dos
novilhos, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do Senhor,
vosso deus, mas não metais fogo ao sacrifício.
26. E, tomando o novilho que se lhes dera, prepararam-no, e invocaram o
nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah Baal, responde-nos!
Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam em volta do altar que
tinham feito.
27. Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em
altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha
alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e
necessite de que o acordem.
28. E eles clamavam em altas vozes e, conforme o seu costume, se
retalhavam com facas e com lancetas, até correr o sangue sobre eles.
29. Também sucedeu que, passado o meio dia, profetizaram eles até a
hora de se oferecer o sacrifício da tarde. Porém não houve voz; ninguém
respondeu, nem atendeu.
30. Então Elias disse a todo o povo: chegai-vos a mim. E todo o povo se
chegou a ele. E Elias reparou o altar do Senhor, que havia sido derrubado.
31. Tomou doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó,
ao qual viera a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome;
32. e com as pedras edificou o altar em nome do Senhor; depois fez em
redor do altar um rego, em que podiam caber duas medidas de semente.
33. Então armou a lenha, e dividiu o novilho em pedaços, e o pôs sobre
a lenha, e disse: Enchei de água quatro cântaros, e derramai-a sobre o
holocausto e sobre a lenha.
34. Disse ainda: fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. De novo
disse: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez.
35. De maneira que a água corria ao redor do altar; e ele encheu de
água também o rego.
36. Sucedeu pois que, sendo já hora de se oferecer o sacrifício da
tarde, o profeta Elias se chegou, e disse: Ó Senhor, Deus de Abraão, de
Isaque, e de Israel, seja manifestado hoje que tu és Deus em Israel, e que eu
sou teu servo, e que conforme a tua palavra tenho feito todas estas coisas.
37. Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo conheça que
tu, ó Senhor, és Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.
38. Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as
pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39. Quando o povo viu isto, prostraram-se todos com o rosto em terra e
disseram: O senhor é Deus! O Senhor é Deus!
40. Disse-lhes Elias: Agarrai os profetas de Baal! que nenhum deles
escape: Agarraram-nos; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, onde os
matou.
41. Então disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque há ruído de
abundante chuva.
42. Acabe, pois, subiu para comer e beber; mas Elias subiu ao cume do
Carmelo e, inclinando-se por terra, meteu o rosto entre os joelhos.
43. E disse ao seu moço: Sobe agora, e olha para a banda do mar. E ele
subiu, olhou, e disse: Não há nada. Então disse Elias: Volta lá sete vezes.
44. Sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis que se levanta do mar uma
nuvem, do tamanho da mão dum homem: Então disse Elias: Sobe, e dize a Acabe:
Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça.
45. E sucedeu que em pouco tempo o céu se enegreceu de nuvens e vento, e
caiu uma grande chuva. Acabe, subindo ao carro, foi para Jizreel:
46. E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu os lombos, e
veio correndo perante Acabe, até a entrada de Jizreel.
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I Reis 19
1. Ora, Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como
matara à espada todos os profetas.
2. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me
façam os deuses, e outro tanto, se até amanhã a estas horas eu não fizer a
tua vida como a de um deles.
3. Quando ele viu isto, levantou-se e, para escapar com vida, se foi. E
chegando a Berseba, que pertence a Judá, deixou ali o seu moço.
4. Ele, porém, entrou pelo deserto caminho de um dia, e foi sentar-se
debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, dizendo: Já basta, ó Senhor;
toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais.
5. E deitando-se debaixo do zimbro, dormiu; e eis que um anjo o tocou, e
lhe disse: Levanta-te e come.
6. Ele olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as
brasas, e uma botija de água. Tendo comido e bebido, tornou a deitar-se.
7. O anjo do Senhor veio segunda vez, tocou-o, e lhe disse: Levanta-te e
come, porque demasiado longa te será a viagem.
8. Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força desse alimento
caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
9. Ali entrou numa caverna, onde passou a noite. E eis que lhe veio a
palavra do Senhor, dizendo: Que fazes aqui, Elias?
10. Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos
exércitos; porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus
altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e
buscam a minha vida para ma tirarem.
11. Ao que Deus lhe disse: Vem cá fora, e põe-te no monte perante o
Senhor: E eis que o Senhor passou; e um grande e forte vento fendia os montes e
despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; e
depois do vento um terremoto, porém o Senhor não estava no terremoto;
12. e depois do terremoto um fogo, porém o Senhor não estava no fogo; e
ainda depois do fogo uma voz mansa e delicada.
13. E ao ouvi-la, Elias cobriu o rosto com a capa e, saindo, pôs-se à
entrada da caverna. E eis que lhe veio uma voz, que dizia: Que fazes aqui,
Elias?
14. Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos
exércitos; porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus
altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e
buscam a minha vida para ma tirarem.
15. Então o Senhor lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto
de Damasco; quando lá chegares, ungirás a Hazael para ser rei sobre a Síria.
16. E a Jeú, filho de Ninsi, ungirás para ser rei sobre Israel; bem
como a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás para ser profeta em teu
lugar.
17. E há de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú;
e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu.
18. Todavia deixarei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se
dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou.
19. Partiu, pois, Elias dali e achou Eliseu, filho de Safate, que andava
lavrando com doze juntas de bois adiante dele, estando ele com a duodécima;
chegando-se Elias a Eliseu, lançou a sua capa sobre ele.
20. Então, deixando este os bois, correu após Elias, e disse: Deixa-me
beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. Respondeu-lhe Elias: Vai,
volta; pois, que te fiz eu?
21. Voltou, pois, de o seguir, tomou a junta de bois, e os matou, e com
os aparelhos dos bois cozeu a carne, e a deu ao povo, e comeram. Então se
levantou e seguiu a Elias, e o servia.
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I Reis 20
1. Ora, Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou todo o seu exército; e havia
com ele trinta e dois reis, e cavalos e carros. Então subiu, cercou a Samária,
e pelejou contra ela.
2. E enviou à cidade mensageiros a Acabe, rei de Israel, a dizer-lhe:
Assim diz: Ben-Hadade:
3. A tua prata e o teu ouro são meus; e também, das tuas mulheres e dos
teus filhos, os melhores são meus.
4. Ao que respondeu o rei de Israel, dizendo: Conforme a tua palavra, ó
rei meu senhor, sou teu, com tudo quanto tenho.
5. Tornaram a vir os mensageiros, e disseram: Assim fala Ben-Hadade,
dizendo: Enviei-te, na verdade, mensageiros que dissessem: Tu me hás de
entregar a tua prata e o teu ouro, as tuas mulheres e os teus filhos;
6. todavia amanhã a estas horas te enviarei os meus servos, os quais
esquadrinharão a tua casa, e as casas dos teus servos; e há de ser que tudo o
que de precioso tiveres, eles tomarão consigo e o levarão.
7. Então o rei de Israel chamou todos os anciãos da terra, e disse:
Notai agora, e vede como esse homem procura o mal; pois mandou pedir-me as
minhas mulheres, os meus filhos, a minha prata e o meu ouro, e não os neguei.
8. Responderam-lhe todos os anciãos e todo o povo: Não lhe dês
ouvidos, nem consintas.
9. Pelo que disse aos mensageiros de Ben-Hadade: Dizei ao rei, meu
senhor: Tudo o que a princípio mandaste pedir a teu servo, farei; porém isto
não posso fazer. Voltaram os mensageiros, e lhe levaram a resposta.
10. Tornou Ben-Hadade a enviar-lhe mensageiros, e disse: Assim me façam
os deuses, e outro tanto, se o pó de Samária bastar para encher as mãos de
todo o povo que me segue.
11. O rei de Israel, porém, respondeu: Dizei-lhe: Não se gabe quem se
cinge das armas como aquele que as depõe.
12. E sucedeu que, ouvindo ele esta palavra, estando a beber com os reis
nas tendas, disse aos seus servos: Ponde-vos em ordem. E eles se puseram em
ordem contra a cidade.
13. E eis que um profeta, chegando-se a Acabe, rei de Israel, lhe disse:
Assim diz o Senhor: Viste toda esta grande multidão eis que hoje te entregarei
nas mãos, e saberás que eu sou o Senhor.
14. Perguntou Acabe: Por quem? Respondeu ele: Assim diz o Senhor: Pelos
moços dos chefes das províncias. Ainda perguntou Acabe: Quem começará a
peleja? Respondeu ele: Tu.
15. Então contou os moços dos chefes das províncias, e eram duzentos e
trinta e dois; e depois deles contou todo o povo, a saber, todos os filhos de
Israel, e eram sete mil.
16. Saíram, pois, ao meio-dia. Ben-Hadade, porém, estava bebendo e se
embriagando nas tendas, com os reis, os trinta e dois reis que o ajudavam.
17. E os moços dos chefes das províncias saíram primeiro; e Ben-Hadade
enviou espias, que lhe deram aviso, dizendo: Saíram de Samária uns homens.
18. Ao que ele disse: Quer venham eles tratar de paz, quer venham à
peleja, tomai-os vivos.
19. Saíram, pois, da cidade os moços dos chefes das províncias, e o
exército que os seguia.
20. E eles mataram cada um o seu adversário. Então os sírios fugiram,
e Israel os perseguiu; mas Ben-Hadade, rei da Síria, escapou a cavalo, com
alguns cavaleiros.
21. E saindo o rei de Israel, destruiu os cavalos e os carros, e infligiu
aos sírios grande derrota.
22. Então o profeta chegou-se ao rei de Israel e lhe disse: Vai,
fortalece-te; atenta bem para o que hás de fazer; porque decorrido um ano, o
rei da Síria subirá contra ti.
23. Os servos do rei da Síria lhe disseram: Seus deuses são deuses dos
montes, por isso eles foram mais fortes do que nós; mas pelejemos com eles na
planície, e por certo prevaleceremos contra eles.
24. Faze, pois, isto: tira os reis, cada um do seu lugar, e substitui-os
por capitães;
25. arregimenta outro exército, igual ao exército que perdeste, cavalo
por cavalo, e carro por carro; pelejemos com eles na planície, e por certo
prevaleceremos contra eles. Ele deu ouvidos ao que disseram, e assim fez.
26. Passado um ano, Ben-Hadade arregimentou os sírios, e subiu a Afeque,
para pelejar contra Israel.
27. Também os filhos de Israel foram arregimentados e, providos de
víveres, marcharam contra eles. E os filhos de Israel acamparam-se defronte
deles, como dois pequenos rebanhos de cabras; mas os sírios enchiam a terra.
28. Nisso chegou o homem de Deus, e disse ao rei de Israel: Assim diz o
Senhor: Porquanto os sírios disseram: O Senhor é Deus dos montes, e não Deus
dos vales, entregarei nas tuas mãos toda esta grande multidão, e saberás que
eu sou o Senhor.
29. Assim, pois, estiveram acampados sete dias, uns defronte dos outros.
Ao sétimo dia a peleja começou, e num só dia os filhos de Israel mataram dos
sírios cem mil homens da infantaria.
30. E os restantes fugiram para Afeque, e entraram na cidade; e caiu o
muro sobre vinte e sete mil homens que restavam. Ben-Hadade, porém, fugiu, e
veio à cidade, onde se meteu numa câmara interior.
31. Disseram-lhe os seus servos: Eis que temos ouvido dizer que os reis
da casa de Israel são reis clementes; ponhamos, pois, sacos aos lombos, e
cordas aos pescoços, e saiamos ao rei de Israel; pode ser que ele te poupe a
vida.
32. Então cingiram sacos aos lombos e cordas aos pescoços e, indo ter
com o rei de Israel, disseram-lhe: Diz o teu servo Ben-Hadade: Deixa-me viver,
rogo-te. Ao que disse Acabe: Pois ainda vive? É meu irmão.
33. Aqueles homens, tomando isto por bom presságio, apressaram-se em
apanhar a sua palavra, e disseram: Ben-Hadade é teu irmão! Respondeu-lhes ele:
Ide, trazei-me. Veio, pois, Ben-Hadade à presença de Acabe; e este o fez subir
ao carro.
34. Então lhe disse Ben-Hadade: Eu te restituirei as cidades que meu pai
tomou a teu pai; e farás para ti praças em Damasco, como meu pai as fez em
Samária. E eu, respondeu Acabe, com esta aliança te deixarei ir. E fez com ele
aliança e o deixou ir.
35. Ora, certo homem dentre os filhos dos profetas disse ao seu
companheiro, pela palavra do Senhor: Fere-me, peço-te. Mas o homem recusou
feri-lo.
36. Pelo que ele lhe disse: Porquanto não obedeceste à voz do Senhor,
eis que, em te apartando de mim, um leão te matará. E logo que se apartou dele
um leão o encontrou e o matou.
37. Depois o profeta encontrou outro homem, e disse-lhe: Fere-me,
peço-te. E aquele homem deu nele e o feriu.
38. Então foi o profeta, pôs-se a esperar e rei no caminho, e
disfarçou-se, cobrindo os olhos com o seu turbante.
39. E passando o rei, clamou ele ao rei, dizendo: Teu servo estava no
meio da peleja; e eis que um homem, voltando-se, me trouxe um outro, e disse:
Guarda-me este homem; se ele de qualquer maneira vier a faltar, a tua vida
responderá pela vida dele, ou então pagarás um talento de prata.
40. E estando o teu servo ocupado de uma e de outra parte, eis que o
homem desapareceu. Ao que lhe respondeu o rei de Israel: Esta é a tua
sentença; tu mesmo a pronunciaste.
41. Então ele se apressou, e tirou o turbante de sobre os seus olhos; e
o rei de Israel o reconheceu, que era um dos profetas.
42. E disse ele ao rei: Assim diz o Senhor: Porquanto deixaste escapar da
mão o homem que eu havia posto para destruição, a tua vida responderá pela
sua vida, e o teu povo pelo seu povo.
43. E o rei de Israel seguiu para sua casa, desgostoso e indignado, e
veio a Samária.
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I Reis 21
1. Sucedeu depois destas coisas que, tendo Nabote, o jizreelita, uma
vinha em Jizrreel, junto ao palácio de Acabe, rei de Samária,
2. falou este a Nabote, dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de
horta, porque está vizinha, ao pé da minha casa; e te darei por ela outra
vinha melhor; ou, se desejares, dar-te-ei o seu valor em dinheiro.
3. Respondeu, porém, Nabote a Acabe: Guarde-me o Senhor de que eu te dê
a herança de meus pais.
4. Então Acabe veio para sua casa, desgostoso e indignado, por causa da
palavra que Nabote, o jizreelita, lhe falara; pois este lhe dissera: Não te
darei a herança de meus pais. Tendo-se deitado na sua cama, virou a rosto, e
não quis comer.
5. Mas, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Por que está o teu
espírito tão desgostoso que não queres comer?
6. Ele lhe respondeu: Porque falei a Nabote, o jizreelita, e lhe disse:
Dá-me a tua vinha por dinheiro; ou, se te apraz, te darei outra vinha em seu
lugar. Ele, porém, disse: Não te darei a minha vinha.
7. Ao que Jezabel, sua mulher, lhe disse: Governas tu agora no reino de
Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de
Nabote, o jizreelita.
8. Então escreveu cartas em nome de Acabe e, selando-as com o sinete
dele, mandou-as aos anciãos e aos nobres que habitavam com Nabote na sua
cidade.
9. Assim escreveu nas cartas: Apregoai um jejum, e ponde Nabote diante do
povo.
10. E ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem
contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois conduzi-o
para fora, e apedrejai-o até que morra.
11. Pelo que os homens da cidade dele, isto é, os anciãos e os nobres
que habitavam na sua cidade, fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme estava
escrito nas cartas que ela lhes mandara.
12. Apregoaram um jejum, e puseram Nabote diante do povo.
13. Também vieram dois homens, filhos de Belial, e sentaram-se defronte
dele; e estes filhos de Belial testemunharam contra Nabote perante o povo,
dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. Então o conduziram para
fora da cidade e o apedrejaram, de sorte que morreu.
14. Depois mandaram dizer a Jezabel : Nabote foi apedrejado e morreu.
15. Ora, ouvindo Jezabel que Nabote fora apedrejado e morrera, disse a
Acabe: Levanta-te e toma posse da vinha de Nabote, e jizreelita, a qual ele
recusou dar-te por dinheiro; porque Nabote já não vive, mas é morto.
16. Quando Acabe ouviu que Nabote já era morto, levantou-se para descer
à vinha de Nabote, o jizreelita, a fim de tomar posse dela.
17. Então veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo:
18. Levanta-te, desce para encontrar-te com Acabe, rei de Israel, que
está em Samária. Eis que está na vinha de Nabote, aonde desceu a fim de tomar
posse dela.
19. E falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor: Porventura não mataste
e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o Senhor: No lugar
em que os cães lamberam o sangue de Nabote, lamberão também o teu próprio
sangue.
20. Ao que disse Acabe a Elias: Já me achaste, ó inimigo meu? Respondeu
ele: Achei-te; porque te vendeste para fazeres o que é mau aos olhos do Senhor.
21. Eis que trarei o mal sobre ti; lançarei fora a tua posteridade, e
arrancarei de Acabe todo homem, escravo ou livre, em Israel;
22. e farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como
a casa de Baasa, filho de Aías, por causa da provocação com que me provocaste
à ira, fazendo Israel pecar.
23. Também acerca de Jezabel falou o Senhor, dizendo: Os cães comerão
Jezabel junto ao antemuro de Jizreel.
24. Quem morrer a Acabe na cidade, os cães o comerão; e o que lhe
morrer no campo, as aves do céu o comerão.
25. (Não houve, porém, ninguém como Acabe, que se vendeu para fazer o
que era mau aos olhos do Senhor, sendo instigado por Jezabel, sua mulher.
26. E fez grandes abominações, seguindo os ídolos, conforme tudo o que
fizeram os amorreus, os quais o Senhor lançou fora da sua possessão, de diante
dos filhos de Israel.)
27. Sucedeu, pois, que Acabe, ouvindo estas palavras, rasgou as suas
vestes, cobriu de saco a sua carne, e jejuou; e jazia em saco, e andava
humildemente.
28. Então veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo:
29. Não viste que Acabe se humilha perante mim? Por isso, porquanto se
humilha perante mim, não trarei o mal enquanto ele viver, mas nos dias de seu
filho trarei o mal sobre a sua casa.
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I Reis 22
1. Passaram-se três anos sem haver guerra entre a Síria e Israel.
2. No terceiro ano, porém, desceu Jeosafá, rei de Judá, a ter com o
rei de Israel.
3. E o rei de Israel disse aos seus servos: Não sabeis vós que
Ramote-Gileade é nossa, e nós estamos quietos, sem a tomar da mão do rei da
Síria?
4. Então perguntou a Jeosafá: Irás tu comigo à peleja, a
Ramote-Gileade? Respondeu Jeosafá ao rei de Israel: Como tu és sou eu, o meu
povo como o teu povo, e os meus cavalos como os teus cavalos.
5. Disse mais Jeosafá ao rei de Israel: Rogo-te, porém, que primeiro
consultes a palavra do Senhor.
6. Então o rei de Israel ajuntou os profetas, cerca de quatrocentos
homens, e perguntou-lhes: Irei à peleja contra Ramote-Gileade, ou deixarei de
ir? Responderam eles: Sobe, porque o Senhor a entregará nas mãos do rei.
7. Disse, porém, Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor,
ao qual possamos consultar?
8. Então disse o rei de Israel a Jeosafá: Ainda há um homem por quem
podemos consultar ao Senhor-Micaías, filho de Inlá; porém eu o odeio, porque
nunca profetiza o bem a meu respeito, mas somente o mal. Ao que disse Jeosafá:
Não fale o rei assim.
9. Então o rei de Israel chamou um eunuco, e disse: Traze-me depressa
Micaías, filho de Inlá.
10. Ora, o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, vestidos de seus
trajes reais, estavam assentados cada um no seu trono, na praça à entrada da
porta de Samária; e todos os profetas profetizavam diante deles.
11. E Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e
disse: Assim diz o Senhor: Com estes ferirás os sírios, até que sejam
consumidos.
12. Do mesmo modo também profetizavam todos os profetas, dizendo: Sobe a
Ramote-Gileade, e serás bem sucedido; porque o Senhor a entregará nas mãos do
rei.
13. O mensageiro que fora chamar Micaías falou-lhe, dizendo: Eis que as
palavras dos profetas, a uma voz, são favoráveis ao rei; seja, pois, a tua
palavra como a de um deles, e fala o que é bom.
14. Micaías, porém, disse: Vive o Senhor, que o que o Senhor me disser,
isso falarei.
15. Quando ele chegou à presença do rei, este lhe disse: Micaías,
iremos a Ramote-Gileade à peleja, ou deixaremos de ir? Respondeu-lhe ele: Sobe,
e serás bem sucedido, porque o Senhor a entregará nas mãos do rei.
16. E o rei lhe disse: Quantas vezes hei de conjurar-te que não me fales
senão a verdade em nome do Senhor?
17. Então disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como
ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne
cada um em paz para sua casa.
18. Disse o rei de Israel a Jeosafá: Não te disse eu que ele não
profetizaria o bem a meu respeito, mas somente o mal?
19. Micaías prosseguiu: Ouve, pois, a palavra do Senhor! Vi o Senhor
assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé junto a ele, à sua
direita e à sua esquerda.
20. E o Senhor perguntou: Quem induzirá Acabe a subir, para que caia em
Ramote-Gileade? E um respondia de um modo, e outro de outro.
21. Então saiu um espírito, apresentou-se diante do Senhor, e disse: Eu
o induzirei. E o Senhor lhe perguntou: De que modo?
22. Respondeu ele: Eu sairei, e serei um espírito mentiroso na boca de
todos os seus profetas. Ao que disse o Senhor: Tu o induzirás, e prevalecerás;
sai, e faze assim.
23. Agora, pois, eis que o Senhor pôs um espírito mentiroso na boca
dentes da casa dele; sim, tornarei a tua casa como a casa de respeito de ti.
24. Então Zedequias, filho de Quenaaná, chegando-se, feriu a Micaías
na face e disse: Por onde passou de mim o Espírito do Senhor para falar a ti?
25. Respondeu Micaías: Eis que tu o verás naquele dia, quando entrares
numa câmara interior, para te esconderes.
26. Então disse o rei de Israel: Tomai Micaías, e tornai a levá-lo a
Amom, o governador da cidade, e a Joás, filho do rei,
27. dizendo-lhes: Assim diz o rei: Metei este homem no cárcere, e
sustentai-o a pão e água, até que eu volte em paz.
28. Replicou Micaías: Se tu voltares em paz, o senhor não tem falado
por mim. Disse mais: Ouvi, povos todos!
29. Assim o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, subiram a
Ramote-Gileade.
30. E disse o rei de Israel a Jeosafá: Eu me disfarçarei, e entrarei na
peleja; tu, porém, veste os teus trajes reais. Disfarçou-se, pois, o rei de
Israel, e entrou na peleja.
31. Ora, o rei da Síria tinha ordenado aos capitães dos carros, que
eram trinta e dois, dizendo: Não pelejeis nem contra pequeno nem contra grande,
senão só contra o rei de Israel.
32. E sucedeu que, vendo os capitães dos carros a Jeosafá, disseram:
Certamente este é o rei de Israel. Viraram-se, pois, para pelejar com ele, e
Jeosafá gritou.
33. Vendo os capitães dos carros que não era o rei de Israel, deixaram
de segui-lo.
34. Então um homem entesou o seu arco, e atirando a esmo, feriu o rei de
Israel por entre a couraça e a armadura abdominal. Pelo que ele disse ao seu
carreteiro: Dá volta, e tira-me do exército, porque estou gravemente ferido.
35. E a peleja tornou-se renhida naquele dia; contudo o rei foi
sustentado no carro contra os sírios; porém à tarde ele morreu; e o sangue da
ferida corria para o fundo do carro.
36. Ao pôr do sol passou pelo exército a palavra: Cada um para a sua
cidade, e cada um para a sua terra!
37. Morreu, pois, o rei, e o levaram para Samária, e ali o sepultaram.
38. E lavaram o seu carro junto ao tanque de Samária, e os cães
lamberam-lhe o sangue, conforme a palavra que o Senhor tinha dito; ora, as
prostitutas se banhavam ali.
39. Quanto ao restante dos atos de Acabe, e a tudo quanto fez, e à casa
de marfim que construiu, e a todas as cidades que edificou, porventura não
estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
40. Assim dormiu Acabe com seus pais. E Acazias, seu filho, reinou em seu
lugar.
41. Ora, Jeosafá, filho de Asa, começou a reinar sobre Judá no quarto
ano de Acabe, rei de Israel.
42. Era Jeosafá da idade de trinta e cinco anos quando começou a
reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Azuba,
filha de Sili.
43. E andou em todos os caminhos de seu pai Asa; não se desviou deles,
mas fez o que era reto aos olhos do Senhor. Todavia os altos não foram tirados
e o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos altos.
44. E Jeosafá teve paz com o rei de Israel.
45. Quanto ao restante dos atos de Jeosafá, e ao poder que mostrou, e
como guerreou, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis
de Judá?
46. Também expulsou da terra o restante dos sodomitas, que ficaram nos
dias de seu pai Asa
47. Nesse tempo não havia rei em Edom; um vice-rei governava.
48. E Jeosafá construiu navios de Társis para irem a Ofir em busca de
ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em Eziom-Geber.
49. Então Acazias, filho de Acabe, disse a Jeosafá: Vão os meus servos
com os teus servos nos navios. Jeosafá, porém, não quis.
50. Depois Jeosafá dormiu com seus pais, e foi sepultado junto a eles na
cidade de Davi, seu pai. E em seu lugar reinou seu filho Jeorão.
51. Ora, Acazias, filho de Acabe, começou a reinar em Samaria no ano
dezessete de Jeosafá, rei de Judá, e reinou dois anos sobre Israel.
52. E fez o que era mau aos olhos do Senhor; porque andou no caminho de
seu pai, como também no caminho de sua mãe, e no caminho de Jeroboão, filho
de Nebate, que fez Israel pecar.
53. Serviu a Baal, e o adorou, provocando à ira o Senhor Deus de Israel,
conforme tudo quanto seu pai fizera.
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