SALMOS |
Nome: Salmos é o livro de hinos e de orações
da Bíblia. Os salmos foram escritos por diferentes autores num
período de cerca de 800 anos. Eram usados pelo povo de Israel
nas suas reuniões de adoração a Deus.
Há salmos de louvor, de petição, de agradecimento, de súplicas,
de pedidos para que Deus castigue os inimigos, orações em favor
do rei, etc. Jesus cantou e recitou salmos . Eles foram citados
mais de cem vezes pelos escritores do Novo Testamento. Têm sido
uma fonte de inspiração e devoção nas reuniões da igreja e
no seu trabalho missionário.
Esboço:
Primeiro livro - caps. 1-41
Segundo livro - caps.42-72
Terceiro livro - caps. 73-89
Quarto livro - caps. 90-106
Quinto livro - caps. 107-150
Capítulos: 150
Palavra chave: Louvor
Versículo chave: 111.1
Autores: Davi, Asafe, os filhos de Coré, Moisés,
Salomão e outros.
Data: 1050 a 975 a.C.
Mensagens:
1) Relacionadas com a atitude humana na adoração. Aqui
encontramos três palavras valiosas:
a) O homem deve ser submisso. Esta é a resposta do homem diante
da soberania divina que requer reverência e obediência.
b) O homem deve confiar em Deus. Esta é a resposta do homem ao
poder de Deus e requer honestidade e coragem.
c) O homem deve ser alegre. Esta é a resposta humana diante da
graça divina e requer arrependimento e adoração.
2) Relacionadas com as pessoas envolvidas na adoração:
a) Deus, o qual solicita a adoração do homem é um Deus
sobretudo fiel e verdadeiro, que age em amor.
b) O homem que se aproxima de Deus, derrama a sua alma e recebe dádivas
de Deus, oferecendo em troca o louvor.
Escolha o capítulo que deseja estudar:
Salmos 1
1. Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores;
2. antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e
noite.
3. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a
qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto
fizer prosperará.
4. Não são assim os ímpios, mas são semelhantes à moinha que o vento
espalha.
5. Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na
congregação dos justos;
6. porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos
ímpios conduz à ruína.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 2
1. Por que se amotinam as nações, e os povos tramam em vão?
2. Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra
o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:
3. Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.
4. Aquele que está sentado nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.
5. Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os confundirá,
dizendo:
6. Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte.
7. Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te
gerei.
8. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da
terra por possessão.
9. Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um
vaso de oleiro.
10. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da
terra.
11. Servi ao Senhor com temor, e regozijai-vos com tremor.
12. Beijai o Filho, para que não se ire, e pereçais no caminho; porque
em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele
confiam.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 3
1. Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários! Muitos se
levantam contra mim.
2. Muitos são os que dizem de mim: Não há socorro para ele em Deus.
3. Mas tu, Senhor, és um escudo ao redor de mim, a minha glória, e
aquele que exulta a minha cabeça.
4. Com a minha voz clamo ao Senhor, e ele do seu santo monte me responde.
5. Eu me deito e durmo; acordo, pois o Senhor me sustenta.
6. Não tenho medo dos dez milhares de pessoas que se puseram contra mim
ao meu redor.
7. Levanta-te, Senhor! salva-me, Deus meu! pois tu feres no queixo todos
os meus inimigos; quebras os dentes aos ímpios.
8. A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 4
1. Responde-me quando eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia
me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.
2. Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em
infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira?
3. Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me
ouve quando eu clamo a ele.
4. Irai-vos e não pequeis; consultai com o vosso coração em vosso
leito, e calai-vos.
5. Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor.
6. Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Levanta, Senhor, sobre nós a
luz do teu rosto.
7. Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que
se lhes multiplicam o trigo e o vinho.
8. Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar
em segurança.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 5
1. Dá ouvidos às minhas palavras, ó Senhor; atende aos meus gemidos.
2. Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois é a ti que oro.
3. Pela manhã ouves a minha voz, ó Senhor; pela manhã te apresento a
minha oração, e vigio.
4. Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem
contigo habitará o mal.
5. Os arrogantes não subsistirão diante dos teus olhos; detestas a
todos os que praticam a maldade.
6. Destróis aqueles que proferem a mentira; ao sanguinário e ao
fraudulento o Senhor abomina.
7. Mas eu, pela grandeza da tua benignidade, entrarei em tua casa; e em
teu temor me inclinarei para o teu santo templo.
8. Guia-me, Senhor, na tua justiça, por causa dos meus inimigos; aplana
diante de mim o teu caminho.
9. Porque não há fidelidade na boca deles; as suas entranhas são
verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua
língua.
10. Declara-os culpados, ó Deus; que caiam por seus próprios conselhos;
lança-os fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se revoltaram
contra ti.
11. Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente,
porquanto tu os defendes; sim, gloriem-se em ti os que amam o teu nome.
12. Pois tu, Senhor, abençoas o justo; tu o circundas do teu favor como
de um escudo.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 6
1. Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
2. Tem compaixão de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor,
porque os meus ossos estão perturbados.
3. Também a minha alma está muito perturbada; mas tu, Senhor, até
quando?...
4. Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua misericórdia.
5. Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol quem te louvará?
6. Estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar em lágrimas a
minha cama, inundo com elas o meu leito.
7. Os meus olhos estão consumidos pela mágoa, e enfraquecem por causa
de todos os meus inimigos.
8. Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade; porque o
Senhor já ouviu a voz do meu pranto.
9. O Senhor já ouviu a minha súplica, o Senhor aceita a minha oração.
10. Serão envergonhados e grandemente perturbados todos os meus
inimigos; tornarão atrás e subitamente serão envergonhados.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 7
1. Senhor, Deus meu, confio, salva-me de todo o que me persegue, e
livra-me;
2. para que ele não me arrebate, qual leão, despedaçando-me, sem que
haja quem acuda.
3. Senhor, Deus meu, se eu fiz isto, se há perversidade nas minhas
mãos,
4. se paguei com o mal àquele que tinha paz comigo, ou se despojei o meu
inimigo sem causa.
5. persiga-me o inimigo e alcance-me; calque aos pés a minha vida no
chão, e deite no pó a minha glória.
6. Ergue-te, Senhor, na tua ira; levanta-te contra o furor dos meus
inimigos; desperta-te, meu Deus, pois tens ordenado o juízo.
7. Reúna-se ao redor de ti a assembléia dos povos, e por cima dela
remonta-te ao alto.
8. O Senhor julga os povos; julga-me, Senhor, de acordo com a minha
justiça e conforme a integridade que há em mim.
9. Cesse a maldade dos ímpios, mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó
justo Deus, provas o coração e os rins.
10. O meu escudo está em Deus, que salva os retos de coração.
11. Deus é um juiz justo, um Deus que sente indignação todos os dias.
12. Se o homem não se arrepender, Deus afiará a sua espada; armado e
teso está o seu arco;
13. já preparou armas mortíferas, fazendo suas setas inflamadas.
14. Eis que o mau está com dores de perversidade; concedeu a malvadez, e
dará à luz a falsidade.
15. Abre uma cova, aprofundando-a, e cai na cova que fez.
16. A sua malvadez recairá sobre a sua cabeça, e a sua violência
descerá sobre o seu crânio.
17. Eu louvarei ao Senhor segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao
nome do Senhor, o Altíssimo.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 8
1. Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a
terra, tu que puseste a tua glória dos céus!
2. Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa
dos teus adversários para fazeres calar o inimigo e vingador.
3. Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as
estrelas que estabeleceste,
4. que é o homem, para que te lembres dele? e o filho do homem, para que
o visites?
5. Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de honra o
coroaste.
6. Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo
de seus pés:
7. todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo,
8. as aves do céu, e os peixes do mar, tudo o que passa pelas veredas
dos mares.
9. Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a
terra!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 9
1. Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as
tuas maravilhas.
2. Em ti me alegrarei e exultarei; cantarei louvores ao teu nome, ó
Altíssimo;
3. porquanto os meus inimigos retrocedem, caem e perecem diante de ti.
4. Sustentaste o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no
tribunal, julgando justamente.
5. Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome
para sempre e eternamente.
6. Os inimigos consumidos estão; perpétuas são as suas ruínas.
7. Mas o Senhor está entronizado para sempre; preparou o seu trono para
exercer o juízo.
8. Ele mesmo julga o mundo com justiça; julga os povos com eqüidade.
9. O Senhor é também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio
em tempos de angústia.
10. Em ti confiam os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, não
abandonas aqueles que te buscam.
11. Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os
povos os seus feitos.
12. Pois ele, o vingador do sangue, se lembra deles; não se esquece do
clamor dos aflitos.
13. Tem misericórdia de mim, Senhor; olha a aflição que sofro daqueles
que me odeiam, tu que me levantas das portas da morte.
14. para que eu conte todos os teus louvores nas portas da filha de Sião
e me alegre na tua salvação.
15. Afundaram-se as nações na cova que abriram; na rede que ocultaram
ficou preso o seu pé.
16. O Senhor deu-se a conhecer, executou o juízo; enlaçado ficou o
ímpio nos seus próprios feitos.
17. Os ímpios irão para o Seol, sim, todas as nações que se esquecem
de Deus.
18. Pois o necessitado não será esquecido para sempre, nem a esperança
dos pobres será frustrada perpetuamente.
19. Levanta-te, Senhor! Não prevaleça o homem; sejam julgadas as
nações na tua presença!
20. Senhor, incute-lhes temor! Que as nações saibam que não passam de
meros homens!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 10
1. Por que te conservas ao longe, Senhor? Por que te escondes em tempos
de angústia?
2. Os ímpios, na sua arrogância, perseguem furiosamente o pobre; sejam
eles apanhados nas ciladas que maquinaram.
3. Pois o ímpio gloria-se do desejo do seu coração, e o que é dado à
rapina despreza e maldiz o Senhor.
4. Por causa do seu orgulho, o ímpio não o busca; todos os seus
pensamentos são: Não há Deus.
5. Os seus caminhos são sempre prósperos; os teus juízos estão acima
dele, fora da sua vista; quanto a todos os seus adversários, ele os trata com
desprezo.
6. Diz em seu coração: Não serei abalado; nunca me verei na
adversidade.
7. A sua boca está cheia de imprecações, de enganos e de opressão;
debaixo da sua língua há malícia e iniqüidade.
8. Põe-se de emboscada nas aldeias; nos lugares ocultos mata o inocente;
os seus olhos estão de espreita ao desamparado.
9. Qual leão no seu covil, está ele de emboscada num lugar oculto;
está de emboscada para apanhar o pobre; apanha-o, colhendo-o na sua rede.
10. Abaixa-se, curva-se; assim os desamparados lhe caem nas fortes
garras.
11. Diz ele em seu coração: Deus se esqueceu; cobriu o seu rosto; nunca
verá isto.
12. Levanta-te, Senhor; ó Deus, levanta a tua mão; não te esqueças
dos necessitados.
13. Por que blasfema de Deus o ímpio, dizendo no seu coração: Tu não
inquirirás?
14. Tu o viste, porque atentas para o trabalho e enfado, para o tomares
na tua mão; a ti o desamparado se entrega; tu és o amparo do órfão.
15. Quebra tu o braço do ímpio e malvado; esquadrinha a sua maldade,
até que a descubras de todo.
16. O Senhor é Rei sempre e eternamente; da sua terra perecerão as
nações.
17. Tu, Senhor, ouvirás os desejos dos mansos; confortarás o seu
coração; inclinarás o teu ouvido,
18. para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem,
que é da terra, não mais inspire terror.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 11
1. No Senhor confio. Como, pois, me dizeis: Foge para o monte, como um
pássaro?
2. Pois eis que os ímpios armam o arco, põem a sua flecha na corda,
para atirarem, às ocultas, aos retos de coração.
3. Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?
4. O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus;
os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
5. O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a
violência.
6. Sobre os ímpios fará chover brasas de fogo e enxofre; um vento
abrasador será a porção do seu copo.
7. Porque o Senhor é justo; ele ama a justiça; os retos, pois, verão o
seu rosto.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 12
1. Salva-nos, Senhor, pois não existe mais o piedoso; os fiéis
desapareceram dentre os filhos dos homens.
2. Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios
lisonjeiros e coração dobre.
3. Corte o Senhor todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala
soberbamente,
4. os que dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; os nossos lábios a
nós nos pertencem; quem sobre nós é senhor?
5. Por causa da opressão dos pobres, e do gemido dos necessitados,
levantar-me-ei agora, diz o Senhor; porei em segurança quem por ela suspira.
6. As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada numa
fornalha de barro, purificada sete vezes.
7. Guarda-nos, ó Senhor; desta geração defende-nos para sempre.
8. Os ímpios andam por toda parte, quando a vileza se exalta entre os
filhos dos homens.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 13
1. Até quando, ó Senhor, te esquecerás de mim? para sempre? Até
quando esconderás de mim o teu rosto?
2. Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu
coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim?
3. Considera e responde-me, ó Senhor, Deus meu; alumia os meus olhos
para que eu não durma o sono da morte;
4. para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus
adversários não se alegrem, em sendo eu abalado.
5. Mas eu confio na tua benignidade; o meu coração se regozija na tua
salvação.
6. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 14
1. Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se
corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem.
2. O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia
algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus.
3. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem
faça o bem, não há sequer um.
4. Acaso não tem conhecimento nem sequer um dos que praticam a
iniqüidade, que comem o meu povo como se comessem pão, e que não invocam o
Senhor?
5. Achar-se-ão ali em grande pavor, porque Deus está na geração dos
justos.
6. Vós quereis frustar o conselho dos pobres, mas o Senhor é o seu
refúgio.
7. Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando o Senhor
fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará
Israel.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 15
1. Quem, Senhor, habitará na tua tenda? quem morará no teu santo monte?
2. Aquele que anda irrepreensivelmente e pratica a justiça, e do
coração fala a verdade;
3. que não difama com a sua língua, nem faz o mal ao seu próximo, nem
contra ele aceita nenhuma afronta;
4. aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra os que
temem ao Senhor; aquele que, embora jure com dano seu, não muda;
5. que não empresta o seu dinheiro a juros, nem recebe peitas contra o
inocente. Aquele que assim procede nunca será abalado.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 16
1. Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio.
2. Digo ao Senhor: Tu és o meu Senhor; além de ti não tenho outro bem.
3. Quanto aos santos que estão na terra, eles são os ilustres nos quais
está todo o meu prazer.
4. Aqueles que escolhem a outros deuses terão as suas dores
multiplicadas; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os
seus nomes nos meus lábios.
5. Tu, Senhor, és a porção da minha herança e do meu cálice; tu és
o sustentáculo do meu quinhão.
6. As sortes me caíram em lugares deliciosos; sim, coube-me uma formosa
herança.
7. Bendigo ao Senhor que me aconselha; até os meus rins me ensinam de
noite.
8. Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está
à minha mão direita, não serei abalado.
9. Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma;
também a minha carne habitará em segurança.
10. Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu
Santo veja corrupção.
11. Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há
plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 17
1. Ouve, Senhor, a justa causa; atende ao meu clamor; dá ouvidos à
minha oração, que não procede de lábios enganosos.
2. Venha de ti a minha sentença; atendam os teus olhos à eqüidade.
3. Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e não achas
iniqüidade; a minha boca não transgride.
4. Quanto às obras dos homens, pela palavra dos teus lábios eu me tenho
guardado dos caminhos do homem violento.
5. Os meus passos apegaram-se às tuas veredas, não resvalaram os meus
pés.
6. A ti, ó Deus, eu clamo, pois tu me ouvirás; inclina para mim os teus
ouvidos, e ouve as minhas palavras.
7. Faze maravilhosas as tuas beneficências, ó Salvador dos que à tua
destra se refugiam daqueles que se levantam contra eles.
8. Guarda-me como à menina do olho; esconde-me, à sombra das tuas asas,
9. dos ímpios que me despojam, dos meus inimigos mortais que me cercam.
10. Eles fecham o seu coração; com a boca falam soberbamente.
11. Andam agora rodeando os meus passos; fixam em mim os seus olhos para
me derrubarem por terra.
12. Parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa, e com o
leãozinho que espreita em esconderijos.
13. Levanta-te, Senhor, detém-nos, derruba-os; livra-me dos ímpios,
pela tua espada,
14. dos homens, pela tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cujo quinhão
está nesta vida. Enche-lhes o ventre da tua ira entesourada. Fartem-se dela os
seus filhos, e dêem ainda os sobejos por herança aos seus pequeninos.
15. Quanto a mim, em retidão contemplarei a tua face; eu me satisfarei
com a tua semelhança quando acordar.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 18
1. Eu te amo, ó Senhor, força minha.
2. O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu
Deus, o meu rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha
salvação, e o meu alto refúgio.
3. Invoco o Senhor, que é digno de louvor, e sou salvo dos meus
inimigos.
4. Cordas de morte me cercaram, e torrentes de perdição me
amedrontaram.
5. Cordas de Seol me cingiram, laços de morte me surpreenderam.
6. Na minha angústia invoquei o Senhor, sim, clamei ao meu Deus; do seu
templo ouviu ele a minha voz; o clamor que eu lhe fiz chegou aos seus ouvidos.
7. Então a terra se abalou e tremeu, e os fundamentos dos montes também
se moveram e se abalaram, porquanto ele se indignou.
8. Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo devorador;
dele saíram brasas ardentes.
9. Ele abaixou os céus e desceu; trevas espessas havia debaixo de seus
pés.
10. Montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.
11. Fez das trevas o seu retiro secreto; o pavilhão que o cercava era a
escuridão das águas e as espessas nuvens do céu.
12. Do resplendor da sua presença saíram, pelas suas espessas nuvens,
saraiva e brasas de fogo.
13. O Senhor trovejou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo.
14. Despediu as suas setas, e os espalhou; multiplicou raios, e os
perturbou.
15. Então foram vistos os leitos das águas, e foram descobertos os
fundamentos do mundo, à tua repreensão, Senhor, ao sopro do vento das tuas
narinas.
16. Do alto estendeu o braço e me tomou; tirou-me das muitas águas.
17. Livrou-me do meu inimigo forte e daqueles que me odiavam; pois eram
mais poderosos do que eu.
18. Surpreenderam-me eles no dia da minha calamidade, mas o Senhor foi o
meu amparo.
19. Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em
mim.
20. Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me
conforme a pureza das minhas mãos.
21. Pois tenho guardado os caminhos do Senhor, e não me apartei
impiamente do meu Deus.
22. Porque todas as suas ordenanças estão diante de mim, e nunca
afastei de mim os seus estatutos.
23. Também fui irrepreensível diante dele, e me guardei da iniqüidade.
24. Pelo que o Senhor me recompensou conforme a minha justiça, conforme
a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.
25. Para com o benigno te mostras benigno, e para com o homem perfeito te
mostras perfeito.
26. Para com o puro te mostras puro, e para com o perverso te mostras
contrário.
27. Porque tu livras o povo aflito, mas os olhos altivos tu os abates.
28. Sim, tu acendes a minha candeia; o Senhor meu Deus alumia as minhas
trevas.
29. Com o teu auxílio dou numa tropa; com o meu Deus salto uma muralha.
30. Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito; a promessa do Senhor é
provada; ele é um escudo para todos os que nele confiam.
31. Pois, quem é Deus senão o Senhor? e quem é rochedo senão o nosso
Deus?
32. Ele é o Deus que me cinge de força e torna perfeito o meu caminho;
33. faz os meus pés como os das corças, e me coloca em segurança nos
meus lugares altos.
34. Adestra as minhas mãos para a peleja, de sorte que os meus braços
vergam um arco de bronze.
35. Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me
sustém, e a tua clemência me engrandece.
36. Alargas o caminho diante de mim, e os meus pés não resvalam.
37. Persigo os meus inimigos, e os alcanço; não volto senão depois de
os ter consumido.
38. Atravesso-os, de modo que nunca mais se podem levantar; caem debaixo
dos meus pés.
39. Pois me cinges de força para a peleja; prostras debaixo de mim
aqueles que contra mim se levantam.
40. Fazes também que os meus inimigos me dêem as costas; aos que me
odeiam eu os destruo.
41. Clamam, porém não há libertador; clamam ao Senhor, mas ele não
lhes responde.
42. Então os esmiuço como o pó diante do vento; lanço-os fora como a
lama das ruas.
43. Livras-me das contendas do povo, e me fazes cabeça das nações; um
povo que eu não conhecia se me sujeita.
44. Ao ouvirem de mim, logo me obedecem; com lisonja os estrangeiros se
me submetem.
45. Os estrangeiros desfalecem e, tremendo, saem dos seus esconderijos.
46. Vive o Senhor; bendita seja a minha rocha, e exaltado seja o Deus da
minha salvação,
47. o Deus que me dá vingança, e sujeita os povos debaixo de mim,
48. que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os que se
levantam contra mim; tu me livras do homem violento.
49. Pelo que, ó Senhor, te louvarei entre as nações, e entoarei
louvores ao teu nome.
50. Ele dá grande livramento ao seu rei, e usa de benignidade para com o
seu ungido, para com Davi e sua posteridade, para sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 19
1. Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das
suas mãos.
2. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a
outra noite.
3. Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz.
4. Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas palavras até os
consfins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
5. que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói,
a correr a sua carreira.
6. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a
outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu calor.
7. A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do
Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.
8. Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento
do Senhor é puro, e alumia os olhos.
9. O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do
Senhor são verdadeiros e inteiramente justos.
10. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e
mais doces do que o mel e o que goteja dos favos.
11. Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande
recompensa.
12. Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me tu dos que me
são ocultos.
13. Também de pecados de presunção guarda o teu servo, para que não
se assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e ficarei limpo de grande
transgressão.
14. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu
coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 20
1. O Senhor te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te
proteja.
2. Envie-te socorro do seu santuário, e te sustenha de Sião.
3. Lembre-se de todas as tuas ofertas, e aceite os teus holocaustos.
4. Conceda-te conforme o desejo do teu coração, e cumpra todo o teu
desígnio.
5. Nós nos alegraremos pela tua salvação, e em nome do nosso Deus
arvoraremos pendões; satisfaça o Senhor todas as tuas petições.
6. Agora sei que o Senhor salva o seu ungido; ele lhe responderá lá do
seu santo céu, com a força salvadora da sua destra.
7. Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção
do nome do Senhor nosso Deus.
8. Uns encurvam-se e caem, mas nós nos erguemos e ficamos de pé.
9. Salva-nos, Senhor; ouça-nos o Rei quando clamarmos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 21
1. Na tua força, ó Senhor, o rei se alegra; e na tua salvação quão
grandemente se regozija!
2. Concedeste-lhe o desejo do seu coração, e não lhe negaste a
petição dos seus lábios.
3. Pois o proveste de bênçãos excelentes; puseste-lhe na cabeça uma
coroa de ouro fino.
4. Vida te pediu, e lha deste, longura de dias para sempre e eternamente.
5. Grande é a sua glória pelo teu socorro; de honra e de majestade o
revestes.
6. Sim, tu o fazes para sempre abençoado; tu o enches de gozo na tua
presença.
7. Pois o rei confia no Senhor; e pela bondade do Altíssimo permanecerá
inabalável.
8. A tua mão alcançará todos os teus inimigos, a tua destra
alcançará todos os que te odeiam.
9. Tu os farás qual fornalha ardente quando vieres; o Senhor os
consumirá na sua indignação, e o fogo os devorará.
10. A sua prole destruirás da terra, e a sua descendência dentre os
filhos dos homens.
11. Pois intentaram o mal contra ti; maquinaram um ardil, mas não
prevalecerão.
12. Porque tu os porás em fuga; contra os seus rostos assestarás o teu
arco.
13. Exalta-te, Senhor, na tua força; então cantaremos e louvaremos o
teu poder.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 22
1. Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que estás afastado
de me auxiliar, e das palavras do meu bramido?
2. Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também de noite,
mas não acho sossego.
3. Contudo tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel.
4. Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
5. A ti clamaram, e foram salvos; em ti confiaram, e não foram
confundidos.
6. Mas eu sou verme, e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do
povo.
7. Todos os que me vêem zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a
cabeça, dizendo:
8. Confiou no Senhor; que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem
prazer.
9. Mas tu és o que me tiraste da madre; o que me preservaste, estando eu
ainda aos seios de minha mãe.
10. Nos teus braços fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde
o ventre de minha mãe.
11. Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há
quem acuda.
12. Muitos touros me cercam; fortes touros de Basã me rodeiam.
13. Abrem contra mim sua boca, como um leão que despedaça e que ruge.
14. Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o
meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.
15. A minha força secou-se como um caco e a língua se me pega ao
paladar; tu me puseste no pó da morte.
16. Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca;
transpassaram-me as mãos e os pés.
17. Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a mirar-me.
18. Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam
sortes.
19. Mas tu, Senhor, não te alongues de mim; força minha, apressa-te em
socorrer-me.
20. Livra-me da espada, e a minha vida do poder do cão.
21. Salva-me da boca do leão, sim, livra-me dos chifres do boi selvagem.
22. Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio
da congregação.
23. Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, filhos de Jacó,
glorificai-o; temei-o todos vós, descendência de Israel.
24. Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem dele
escondeu o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
25. De ti vem o meu louvor na grande congregação; pagarei os meus votos
perante os que o temem.
26. Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o
buscam. Que o vosso coração viva eternamente!
27. Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor,
e diante dele adorarão todas as famílias das nações.
28. Porque o domínio é do Senhor, e ele reina sobre as nações.
29. Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem
ao pó se prostrarão perante ele, os que não podem reter a sua vida.
30. A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração
vindoura.
31. Chegarão e anunciarão a justiça dele; a um povo que há de nascer
contarão o que ele fez.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 23
1. O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.
2. Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas
tranqüilas.
3. Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do
seu nome.
4. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal
algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
5. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges
com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.
6. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias
da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 24
1. Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele
habitam.
2. Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.
3. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?
4. Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a
sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.
5. Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua
salvação.
6. Tal é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua
face, ó Deus de Jacó.
7. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas
eternas, e entrará o Rei da Glória.
8. Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso
na batalha.
9. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas
eternas, e entrará o Rei da Glória.
10. Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; ele é o Rei da
Glória.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 25
1. A ti, Senhor, elevo a minha alma.
2. Deus meu, em ti confio; não seja eu envergonhado; não triunfem sobre
mim os meus inimigos.
3. Não seja envergonhado nenhum dos que em ti esperam; envergonhados
sejam os que sem causa procedem traiçoeiramente.
4. Faze-me saber os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas.
5. Guia-me na tua verdade, e ensina-me; pois tu és o Deus da minha
salvação; por ti espero o dia todo.
6. Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua benignidade, porque elas
são eternas.
7. Não te lembres dos pecado da minha mocidade, nem das minhas
transgressões; mas, segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, pela tua
bondade, ó Senhor.
8. Bom e reto é o Senhor; pelo que ensina o caminho aos pecadores.
9. Guia os mansos no que é reto, e lhes ensina o seu caminho.
10. Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade para aqueles
que guardam o seu pacto e os seus testemunhos.
11. Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é
grande.
12. Qual é o homem que teme ao Senhor? Este lhe ensinará o caminho que
deve escolher.
13. Ele permanecerá em prosperidade, e a sua descendência herdará a
terra.
14. O conselho do Senhor é para aqueles que o temem, e ele lhes faz
saber o seu pacto.
15. Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois ele tirará
do laço os meus pés.
16. Olha para mim, e tem misericórdia de mim, porque estou desamparado e
aflito.
17. Alivia as tribulações do meu coração; tira-me das minhas
angústias.
18. Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os
meus pecados.
19. Olha para os meus inimigos, porque são muitos e me odeiam com ódio
cruel.
20. Guarda a minha alma, e livra-me; não seja eu envergonhado, porque em
ti me refúgio.
21. A integridade e a retidão me protejam, porque em ti espero.
22. Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 26
1. Julga-me, ó Senhor, pois tenho andado na minha integridade; no Senhor
tenho confiado sem vacilar.
2. Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha o meu coração e a minha
mente.
3. Pois a tua benignidade está diante dos meus olhos, e tenho andado na
tua verdade.
4. Não me tenho assentado com homens falsos, nem associo com
dissimuladores.
5. Odeio o ajuntamento de malfeitores; não me sentarei com os ímpios.
6. Lavo as minhas mãos na inocência; e assim, ó Senhor, me acerco do
teu altar,
7. para fazer ouvir a voz de louvor, e contar todas as tuas maravilhas.
8Senhor, eu amo o recinto da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória.
9. Não colhas a minha alma com a dos pecadores, nem a minha vida a dos
homens sanguinolentos,
10. em cujas mãos há malefício, e cuja destra está cheia de subornos.
11. Quanto a mim, porém, ando na minha integridade; resgata-me e tem
compaixão de mim.
12. O meu pé está firme em terreno plano; nas congregações bendirei
ao Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 27
1. O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor
é a força da minha vida; de quem me recearei?
2. Quando os malvados investiram contra mim, para comerem as minhas
carnes, eles, meus adversários e meus inimigos, tropeçaram e caíram.
3. Ainda que um exército se acampe contra mim, o meu coração não
temerá; ainda que a guerra se levante contra mim, conservarei a minha
confiança.
4. Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do
Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e
inquirir no seu templo.
5. Pois no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no
recôndito do seu tabernáculo me esconderá; sobre uma rocha me elevará.
6. E agora será exaltada a minha cabeça acima dos meus inimigos que
estão ao redor de mim; e no seu tabernáculo oferecerei sacrifícios de
júbilo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor.
7. Ouve, ó Senhor, a minha voz quando clamo; compadece-te de mim e
responde-me.
8. Quando disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração te disse a ti: O
teu rosto, Senhor, buscarei.
9. Não escondas de mim o teu rosto, não rejeites com ira o teu servo,
tu que tens sido a minha ajuda. Não me enjeites nem me desampares, ó Deus da
minha salvação.
10. Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá.
11. Ensina-me, ó Senhor, o teu caminho, e guia-me por uma vereda plana,
por causa dos que me espreitam.
12. Não me entregues à vontade dos meus adversários; pois contra mim
se levantaram falsas testemunhas e os que respiram violência.
13. Creio que hei de ver a bondade do Senhor na terra dos viventes.
14. Espera tu pelo Senhor; anima-te, e fortalece o teu coração; espera,
pois, pelo Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 28
1. A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não emudeças para comigo; não
suceda que, calando-te a meu respeito, eu me torne semelhante aos que descem à
cova.
2. Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti clamo, quando levanto as
minhas mãos para o teu santo templo.
3. Não me arrastes juntamente com os ímpios e com os que praticam a
iniqüidade, que falam de paz ao seu próximo, mas têm o mal no seu coração.
4. Retribui-lhes segundo as suas obras e segundo a malícia dos seus
feitos; dá-lhes conforme o que fizeram as suas mãos; retribui-lhes o que eles
merecem.
5. Porquanto eles não atentam para as obras do Senhor, nem para o que as
suas mãos têm feito, ele os derrubará e não os reedificará
6. Bendito seja o Senhor, porque ouviu a voz das minhas súplicas.
7. O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu
coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o
meu cântico o louvarei.
8. O Senhor é a força do seu povo; ele é a fortaleza salvadora para o
seu ungido.
9. Salva o teu povo, e abençoa a tua herança; apascenta-os e exalta-os
para sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 29
1. Tributai ao Senhor, ó filhos dos poderosos, tributai ao Senhor
glória e força.
2. Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor
vestidos de trajes santos.
3. A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o
Senhor está sobre as muitas águas.
4. A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade.
5. A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do
Líbano.
6. Ele faz o Líbano saltar como um bezerro; e Siriom, como um filhote de
boi selvagem.
7. A voz do Senhor lança labaredas de fogo.
8. A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de
Cades.
9. A voz do Senhor faz as corças dar à luz, e desnuda as florestas; e
no seu templo todos dizem: Glória!
10. O Senhor está entronizado sobre o dilúvio; o Senhor se assenta como
rei, perpetuamente.
11. O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo
com paz.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 30
1. Exaltar-te-ei, ó Senhor, porque tu me levantaste, e não permitiste
que meus inimigos se alegrassem sobre mim.
2. Ó Senhor, Deus meu, a ti clamei, e tu me curaste.
3. Senhor, fizeste subir a minha alma do Seol, conservaste-me a vida,
dentre os que descem à cova.
4. Cantai louvores ao Senhor, vós que sois seus santos, e louvai o seu
santo nome.
5. Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O
choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo.
6. Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: Jamais serei abalado.
7. Tu, Senhor, pelo teu favor fizeste que a minha montanha permanecesse
forte; ocultaste o teu rosto, e fiquei conturbado.
8. A ti, Senhor, clamei, e ao Senhor supliquei:
9. Que proveito haverá no meu sangue, se eu descer à cova? Porventura
te louvará o pó? Anunciará ele a tua verdade?
10. Ouve, Senhor, e tem compaixão de mim! O Senhor, sê o meu ajudador!
11. Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me
cingiste de alegria;
12. para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus
meu, eu te louvarei para sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 31
1. Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu envergonhado; livra-me pela
tua justiça!
2. Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa! Sê para mim uma
rocha de refúgio, uma casa de defesa que me salve!
3. Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do
teu nome, guia-me e encaminha-me.
4. Tira-me do laço que me armaram, pois tu és o meu refúgio.
5. Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me remiste, ó Senhor, Deus
da verdade.
6. Odeias aqueles que atentam para ídolos vãos; eu, porém, confio no
Senhor.
7. Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois tens visto a
minha aflição. Tens conhecido as minhas angústias,
8. e não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num
lugar espaçoso.
9. Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado; consumidos
estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo.
10. Pois a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de
suspiros; a minha força desfalece por causa da minha iniqüidade, e os meus
ossos se consomem.
11. Por causa de todos os meus adversários tornei-me em opróbrio, sim,
sobremodo o sou para os meus vizinhos, e horror para os meus conhecidos; os que
me vêem na rua fogem de mim.
12. Sou esquecido como um morto de quem não há memória; sou como um
vaso quebrado.
13. Pois tenho ouvido a difamação de muitos, terror por todos os lados;
enquanto juntamente conspiravam contra mim, maquinaram tirar-me a vida.
14. Mas eu confio em ti, ó Senhor; e digo: Tu és o meu Deus.
15. Os meus dias estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus
inimigos e dos que me perseguem.
16. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua
bondade.
17. Não seja eu envergonhado, ó Senhor, porque te invoco; envergonhados
sejam os ímpios, emudeçam no Seol.
18. Emudeçam os lábios mentirosos, que falam insolentemente contra o
justo, com arrogância e com desprezo.
19. Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te
temem, a qual na presença dos filhos dos homens preparaste para aqueles que em
ti se refugiam!
20. No abrigo da tua presença tu os escondes das intrigas dos homens; em
um pavilhão os ocultas da contenda das línguas.
21. Bendito seja o Senhor, pois fez maravilhosa a sua bondade para comigo
numa cidade sitiada.
22. Eu dizia no meu espanto: Estou cortado de diante dos teus olhos; não
obstante, tu ouviste as minhas súplicas quando eu a ti clamei.
23. Amai ao Senhor, vós todos os que sois seus santos; o Senhor guarda
os fiéis, e retribui abundantemente ao que usa de soberba.
24. Esforçai-vos, e fortaleça-se o vosso coração, vós todos os que
esperais no Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 32
1. Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é
coberto.
2. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniqüidade, e
em cujo espírito não há dolo.
3. Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu
bramido durante o dia todo.
4. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se
tornou em sequidão de estio.
5. Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse
eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do
meu pecado.
6. Pelo que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder achar;
no trasbordar de muitas águas, estas e ele não chegarão.
7. Tu és o meu esconderijo; preservas-me da angústia; de alegres
cânticos de livramento me cercas.
8. Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir;
aconselhar-te-ei, tendo-te sob a minha vista.
9. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm
entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio; de outra forma não se
sujeitarão.
10. O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no Senhor, a
misericórdia o cerca.
11. Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós justos; e cantai de
júbilo, todos vós que sois retos de coração.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 33
1. Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois aos retos fica bem o
louvor.
2. Louvai ao Senhor com harpa, cantai-lhe louvores com saltério de dez
cordas.
3. Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.
4. Porque a palavra do Senhor é reta; e todas as suas obras são feitas
com fidelidade.
5. Ele ama a retidão e a justiça; a terra está cheia da benignidade do
Senhor.
6. Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles
pelo sopro da sua boca.
7. Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe em tesouros os
abismos.
8. Tema ao Senhor a terra toda; temam-no todos os moradores do mundo.
9. Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e logo tudo apareceu.
10. O Senhor desfaz o conselho das nações, anula os intentos dos povos.
11. O conselho do Senhor permanece para sempre, e os intentos do seu
coração por todas as gerações.
12. Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele
escolheu para sua herança.
13. O Senhor olha lá do céu; vê todos os filhos dos homens;
14. da sua morada observa todos os moradores da terra,
15. aquele que forma o coração de todos eles, que contempla todas as
suas obras.
16. Um rei não se salva pela multidão do seu exército; nem o homem
valente se livra pela muita força.
17. O cavalo é vã esperança para a vitória; não pode livrar ninguém
pela sua grande força.
18. Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que
esperam na sua benignidade,
19. para os livrar da morte, e para os conservar vivos na fome.
20. A nossa alma espera no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso
escudo.
21. Pois nele se alegra o nosso coração, porquanto temos confiado no
seu santo nome.
22. Seja a tua benignidade, Senhor, sobre nós, assim como em ti
esperamos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 34
1. Bendirei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente
na minha boca.
2. No Senhor se gloria a minha alma; ouçam-no os mansos e se alegrem.
3. Engrandeci ao Senhor comigo, e juntos exaltemos o seu nome.
4. Busquei ao Senhor, e ele me respondeu, e de todos os meus temores me
livrou.
5. Olhai para ele, e sede iluminados; e os vossos rostos jamais serão
confundidos.
6. Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o livrou de todas as suas
angústias.
7. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.
8. Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se
refugia.
9. Temei ao Senhor, vós, seus santos, porque nada falta aos que o temem.
10. Os leõezinhos necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao
Senhor, bem algum lhes faltará.
11. Vinde, filhos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor.
12. Quem é o homem que deseja a vida, e quer longos dias para ver o bem?
13. Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem
dolosamente.
14. Aparta-te do mal, e faze o bem: busca a paz, e segue-a.
15. Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos
ao seu clamor.
16. A face do Senhor está contra os que fazem o mal, para desarraigar da
terra a memória deles.
17. Os justos clama, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas
angústias.
18. Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os
contritos de espírito.
19. Muitas são as aflições do justo, mas de todas elas o Senhor o
livra.
20. Ele lhe preserva todos os ossos; nem sequer um deles se quebra.
21. A malícia matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão
condenados.
22. O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele se
refugiam será condenado.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 35
1. Contende, Senhor, com aqueles que contendem comigo; combate contra os
que me combatem.
2. Pega do escudo e do pavês, e levanta-te em meu socorro.
3. Tira da lança e do dardo contra os que me perseguem. Dize à minha
alma: Eu sou a tua salvação.
4. Sejam envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida; voltem
atrás e se confudam os que contra mim intentam o mal.
5. Sejam como a moinha diante do vento, e o anjo do Senhor os faça
fugir.
6. Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do Senhor os
persiga.
7. Pois sem causa me armaram ocultamente um laço; sem razão cavaram uma
cova para a minha vida.
8. Sobrevenha-lhes inesperadamente a destruição, e prenda-os o laço
que ocultaram; caiam eles nessa mesma destruição.
9. Então minha alma se regozijará no Senhor; exultará na sua
salvação.
10. Todos os meus ossos dirão: Ó Senhor, quem é como tu, que livras o
fraco daquele que é mais forte do que ele? sim, o pobre e o necessitado,
daquele que o rouba.
11. Levantam-se testemunhas maliciosas; interrogam-me sobre coisas que eu
ignoro.
12. Tornam-me o mal pelo bem, causando-me luto na alma.
13. Mas, quanto a mim, estando eles enfermos, vestia-me de cilício,
humilhava-me com o jejum, e orava de cabeça sobre o peito.
14. Portava-me como o faria por meu amigo ou meu irmão; eu andava
encurvado e lamentando-me, como quem chora por sua mãe.
15. Mas, quando eu tropeçava, eles se alegravam e se congregavam;
congregavam-se contra mim, homens miseráveis que eu não conhecia; difamavam-me
sem cessar.
16. Como hipócritas zombadores nas festas, rangiam os dentes contra mim.
17. Ó Senhor, até quando contemplarás isto? Livra-me das suas
violências; salva a minha vida dos leões!
18. Então te darei graças na grande assembléia; entre muitíssimo povo
te louvarei.
19. Não se alegrem sobre mim os que são meus inimigos sem razão, nem
pisquem os olhos aqueles que me odeiam sem causa.
20. Pois não falaram de paz, antes inventam contra os quietos da terra
palavras enganosas.
21. Escancararam contra mim a sua boca, e dizem: Ah! Ah! os nossos olhos
o viram.
22. Tu, Senhor, o viste, não te cales; Senhor, não te alongues de mim.
23. Acorda e desperta para o meu julgamento, para a minha causa, Deus
meu, e Senhor meu.
24. Justifica-me segundo a tua justiça, Senhor Deus meu, e não se
regozijem eles sobre mim.
25. Não digam em seu coração: Eia! cumpriu-se o nosso desejo! Não
digam: Nós o havemos devorado.
26. Envergonhem-se e confundam-se à uma os que se alegram com o meu mal;
vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem contra mim.
27. Bradem de júbilo e se alegrem os que desejam a minha justificação,
e digam a minha justificação, e digam continuamente: Seja engrandecido o
Senhor, que se deleita na prosperidade do seu servo.
28. Então a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor o dia
todo.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 36
1. A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu coração; não há
temor de Deus perante os seus olhos.
2. Porque em seus próprios olhos se lisonjeia, cuidando que a sua
iniqüidade não será descoberta e detestada.
3. As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de ser prudente
e de fazer o bem.
4. Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não
odeia o mal.
5. A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, e a tua fidelidade
até as nuvens.
6. A tua justiça é como os montes de Deus, os teus juízos são como o
abismo profundo. Tu, Senhor, preservas os homens e os animais.
7. Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se
refugiam à sombra das tuas asas.
8. Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da
corrente das tuas delícias;
9. pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz.
10. Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos
retos de coração.
11. Não venha sobre mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos
ímpios.
12. Ali caídos estão os que praticavam a iniqüidade; estão
derrubados, e não se podem levantar.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 37
1. Não te enfades por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que
praticam a iniqüidade.
2. Pois em breve murcharão como a relva, e secarão como a erva verde.
3. Confia no Senhor e faze o bem; assim habitarás na terra, e te
alimentarás em segurança.
4. Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu
coração.
5. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará.
6. E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como
o meio-dia.
7. Descansa no Senhor, e espera nele; não te enfades por causa daquele
que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa maus desígnios.
8. Deixa a ira, e abandona o furor; não te enfades, pois isso só leva
à prática do mal.
9. Porque os malfeitores serão exterminados, mas aqueles que esperam no
Senhor herdarão a terra.
10. Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; atentarás para o seu
lugar, e ele ali não estará.
11. Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de
paz.
12. O ímpio maquina contra o justo, e contra ele range os dentes,
13. mas o Senhor se ri do ímpio, pois vê que vem chegando o seu dia.
14. Os ímpios têm puxado da espada e têm entesado o arco, para
derrubarem o poder e necessitado, e para matarem os que são retos no seu
caminho.
15. Mas a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos
quebrados.
16. Mais vale o pouco que o justo tem, do que as riquezas de muitos
ímpios.
17. Pois os braços dos ímpios serão quebrados, mas o Senhor sustém os
justos.
18. O Senhor conhece os dias dos íntegros, e a herança deles
permanecerá para sempre.
19. Não serão envergonhados no dia do mal, e nos dias da fome se
fartarão.
20. Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a
beleza das pastagens; desaparecerão, em fumaça se desfarão.
21. O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e
dá.
22. Pois aqueles que são abençoados pelo Senhor herdarão a terra, mas
aqueles que são por ele amaldiçoados serão exterminados.
23. Confirmados pelo Senhor são os passos do homem em cujo caminho ele
se deleita;
24. ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor lhe segura a
mão.
25. Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a
sua descendência a mendigar o pão.
26. Ele é sempre generoso, e empresta, e a sua descendência é
abençoada.
27. Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada permanente.
28. Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos. Eles
serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será
exterminada.
29. Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre.
30. A boca do justo profere sabedoria; a sua língua fala o que é reto.
31. A lei do seu Deus está em seu coração; não resvalarão os seus
passos.
32. O ímpio espreita o justo, e procura matá-lo.
33. O Senhor não o deixará nas mãos dele, nem o condenará quando for
julgado.
34. Espera no Senhor, e segue o seu caminho, e ele te exaltará para
herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem exterminados.
35. Vi um ímpio cheio de prepotência, e a espalhar-se como a árvore
verde na terra natal.
36. Mas eu passei, e ele já não era; procurei-o, mas não pôde ser
encontrado.
37. Nota o homem íntegro, e considera o reto, porque há para o homem de
paz um porvir feliz.
38. Quanto aos transgressores, serão à uma destruídos, e a posteridade
dos ímpios será exterminada.
39. Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no
tempo da angústia.
40. E o Senhor os ajuda e os livra; ele os livra dos ímpios e os salva,
porquanto nele se refugiam.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 38
1. Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu
furor.
2. Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e sobre mim a tua mão
pesou.
3. Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há
saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.
4. Pois já as minhas iniqüidades submergem a minha cabeça; como carga
pesada excedem as minhas forças.
5. As minhas chagas se tornam fétidas e purulentas, por causa da minha
loucura.
6. Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando o dia todo.
7. Pois os meus lombos estão cheios de ardor, e não há coisa sã na
minha carne.
8. Estou gasto e muito esmagado; dou rugidos por causa do desassossego do
meu coração.
9. Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu suspirar não te
é oculto.
10. O meu coração está agitado; a minha força me falta; quanto à luz
dos meus olhos, até essa me deixou.
11. Os meus amigos e os meus companheiros afastaram-se da minha chaga; e
os meus parentes se põem à distância.
12. Também os que buscam a minha vida me armam laços, e os que procuram
o meu mal dizem coisas perniciosas,
13. Mas eu, como um surdo, não ouço; e sou qual um mudo que não abre a
boca.
14. Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca há com que
replicar.
15. Mas por ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, responderás.
16. Rogo, pois: Ouve-me, para que eles não se regozijem sobre mim e não
se engrandeçam contra mim quando resvala o meu pé.
17. Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre comigo.
18. Confesso a minha iniqüidade; entristeço-me por causa do meu pecado.
19. Mas os meus inimigos são cheios de vida e são fortes, e muitos são
os que sem causa me odeiam.
20. Os que tornam o mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o
que é bom.
21. Não me desampares, ó Senhor; Deus meu, não te alongues de mim.
22. Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 39
1. Disse eu: Guardarei os meus caminhos para não pecar com a minha
língua; guardarei a minha boca com uma mordaça, enquanto o ímpio estiver
diante de mim.
2. Com silêncio fiquei qual um mundo; calava-me mesmo acerca do bem; mas
a minha dor se agravou.
3. Acendeu-se dentro de mim o meu coração; enquanto eu meditava
acendeu-se o fogo; então com a minha língua, dizendo;
4. Faze-me conhecer, ó Senhor, o meu fim, e qual a medida dos meus dias,
para que eu saiba quão frágil sou.
5. Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como
que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é
totalmente vaidade.
6. Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se
inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará.
7. Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha esperança está em ti.
8. Livra-me de todas as minhas transgressões; não me faças o opróbrio
do insensato.
9. Emudecido estou, não abro a minha boca; pois tu és que agiste,
10. Tira de sobre mim o teu flagelo; estou desfalecido pelo golpe da tua
mão.
11. Quando com repreensões castigas o homem por causa da iniquidade,
destróis, como traça, o que ele tem de precioso; na verdade todo homem é
vaidade.
12. Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu
clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou para contigo como
um estranho, um peregrino como todos os meus pais.
13. Desvia de mim o teu olhar, para que eu tome alento, antes que me vá
e não exista mais.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 40
1. Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu
o meu clamor.
2. Também me tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs
os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.
3. Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos
verão isso e temerão, e confiarão no Senhor.
4. Bem-aventurado o homem que faz do Senhor a sua confiança, e que não
atenta para os soberbos nem para os apóstatas mentirosos.
5. Muitas são, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e os
teus pensamentos para conosco; ninguém há que se possa comparar a ti; eu
quisera anunciá-los, e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar.
6. Sacrifício e oferta não desejas; abriste-me os ouvidos; holocausto e
oferta de expiação pelo pecado não reclamaste.
7. Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu
respeito:
8. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está
dentro do meu coração.
9. Tenho proclamado boas-novas de justiça na grande congregação; eis
que não retive os meus lábios;
10. Não ocultei dentro do meu coração a tua justiça; apregoei a tua
fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua
benignidade e a tua verdade.
11. Não detenhas para comigo, Senhor a tua compaixão; a tua benignidade
e a tua fidelidade sempre me guardem.
12. Pois males sem número me têm rodeado; as minhas iniqüidades me
têm alcançado, de modo que não posso ver; são mais numerosas do que os
cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece o meu coração.
13. Digna-te, Senhor, livra-me; Senhor, apressa-te em meu auxílio.
14. Sejam à uma envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida
para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal.
15. Desolados sejam em razão da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah!
16. Regozijem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam. Digam
continuamente os que amam a tua salvação: Engrandecido seja o Senhor.
17. Eu, na verdade, sou pobre e necessitado, mas o Senhor cuida de mim.
Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 41
1. Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no
dia do mal.
2. O Senhor o guardará, e o conservará em vida; será abençoado na
terra; tu, Senhor não o entregarás à vontade dos seus inimigos.
3. O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu lhe amaciarás a
cama na sua doença.
4. Disse eu da minha parte: Senhor, compadece-te de mim, sara a minha
alma, pois pequei contra ti.
5. Os meus inimigos falam mal de mim, dizendo: Quando morrerá ele, e
perecerá o seu nome?
6. E, se algum deles vem ver-me, diz falsidades; no seu coração amontoa
a maldade; e quando ele sai, é disso que fala.
7. Todos os que me odeiam cochicham entre si contra mim; contra mim
maquinam o mal, dizendo:
8. Alguma coisa ruim se lhe apega; e agora que está deitado, não se
levantará mais.
9. Até o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e que
comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.
10. Mas tu, Senhor, compadece-te de mim e levanta-me, para que eu lhes
retribua.
11. Por isso conheço eu que te deleitas em mim, por não triunfar de mim
o meu inimigo
12. Quanto a mim, tu me sustentas na minha integridade, e me colocas
diante da tua face para sempre.
13. Bendito seja o Senhor Deus de Israel de eternidade a eternidade.
Amém e amém.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 42
1. Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma
anseia por ti, ó Deus!
2. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a
face de Deus?
3. As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite,
porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus?
4. Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como eu ia com a
multidão, guiando-a em procissão à casa de Deus, com brados de júbilo e
louvor, uma multidão que festejava.
5. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro
de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua
presença.
6. Ó Deus meu, dentro de mim a minha alma está abatida; porquanto me
lembrarei de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizar.
7. Um abismo chama outro abismo ao ruído das tuas catadupas; todas as
tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.
8. Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade, e de noite a sua
canção está comigo, uma oração ao Deus da minha vida.
9. A Deus, a minha rocha, digo: Por que te esqueceste de mim? por que
ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
10. Como com ferida mortal nos meus ossos me afrontam os meus
adversários, dizendo-me continuamente: Onde está o teu Deus?
11. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro
de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o
meu Deus.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 43
1. Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra uma nação
ímpia; livra-me do homem fraudulento e iníquo.
2. Pois tu és o Deus da minha fortaleza; por que me rejeitaste? por que
ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
3. Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem; levem-me elas ao
teu santo monte, e à tua habitação.
4. Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e
ao som da harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu.
5. Por que estás abatida, ó minha alma? e por que te perturbas dentro
de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o
meu Deus.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 44
1. Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, nossos pais nos têm
contado os feitos que realizaste em seus dias, nos tempos da antigüidade.
2. Tu expeliste as nações com a tua mão, mas a eles plantaste;
afligiste os povos, mas a eles estendes-te largamente.
3. Pois não foi pela sua espada que conquistaram a terra, nem foi o seu
braço que os salvou, mas a tua destra e o teu braço, e a luz do teu rosto,
porquanto te agradaste deles.
4. Tu és o meu Rei, ó Deus; ordena livramento para Jacó.
5. Por ti derrubamos os nossos adversários; pelo teu nome pisamos os que
se levantam contra nós.
6. Pois não confio no meu arco, nem a minha espada me pode salvar.
7. Mas tu nos salvaste dos nossos adversários, e confundiste os que nos
odeiam.
8. Em Deus é que nos temos gloriado o dia todo, e sempre louvaremos o
teu nome.
9. Mas agora nos rejeitaste e nos humilhaste, e não sais com os nossos
exércitos.
10. Fizeste-nos voltar as costas ao inimigo e aqueles que nos odeiam nos
despojam à vontade.
11. Entregaste-nos como ovelhas para alimento, e nos espalhaste entre as
nações.
12. Vendeste por nada o teu povo, e não lucraste com o seu preço.
13. Puseste-nos por opróbrio aos nossos vizinhos, por escárnio e
zombaria àqueles que estão à roda de nós.
14. Puseste-nos por provérbio entre as nações, por ludíbrio entre os
povos.
15. A minha ignomínia está sempre diante de mim, e a vergonha do meu
rosto me cobre,
16. à voz daquele que afronta e blasfema, à vista do inimigo e do
vingador.
17. Tudo isto nos sobreveio; todavia não nos esquecemos de ti, nem nos
houvemos falsamente contra o teu pacto.
18. O nosso coração não voltou atrás, nem os nossos passos se
desviaram das tuas veredas,
19. para nos teres esmagado onde habitam os chacais, e nos teres coberto
de trevas profundas.
20. Se nos tivéssemos esquecido do nome do nosso Deus, e estendido as
nossas mãos para um deus estranho,
21. porventura Deus não haveria de esquadrinhar isso? pois ele conhece
os segredos do coração.
22. Mas por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; somos
considerados como ovelhas para o matadouro.
23. Desperta! por que dormes, Senhor? Acorda! não nos rejeites para
sempre.
24. Por que escondes o teu rosto, e te esqueces da nossa tribulação e
da nossa angústia?
25. Pois a nossa alma está abatida até o pó; o nosso corpo pegado ao
chão.
26. Levanta-te em nosso auxílio, e resgata-nos por tua benignidade.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 45
1. O meu coração trasborda de boas palavras; dirijo os meus versos ao
rei; a minha língua é qual pena de um hábil escriba.
2. Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; a graça se derramou nos
teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre.
3. Cinge a tua espada à coxa, ó valente, na tua glória e majestade.
4. E em tua majestade cavalga vitoriosamente pela causa da verdade, da
mansidão e da justiça, e a tua destra te ensina coisas terríveis.
5. As tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei; os povos
caem debaixo de ti.
6. O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de
eqüidade é o cetro do teu reino.
7. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus,
te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.
8. Todas as tuas vestes cheiram a mirra a aloés e a cássia; dos
palácios de marfim os instrumentos de cordas e te alegram.
9. Filhas de reis estão entre as tuas ilustres donzelas; à tua mão
direita está a rainha, ornada de ouro de Ofir.
10. Ouve, filha, e olha, e inclina teus ouvidos; esquece-te do teu povo e
da casa de teu pai.
11. Então o rei se afeiçoará à tua formosura. Ele é teu senhor,
presta-lhe, pois, homenagem.
12. A filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo
suplicarão o teu favor.
13. A filha do rei está esplendente lá dentro do palácio; as suas
vestes são entretecidas de ouro.
14. Em vestidos de cores brilhantes será conduzida ao rei; as virgens,
suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença.
15. Com alegria e regozijo serão trazidas; elas entrarão no palácio do
rei.
16. Em lugar de teus pais estarão teus filhos; tu os farás príncipes
sobre toda a terra.
17. Farei lembrado o teu nome de geração em geração; pelo que os
povos te louvarão eternamente.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 46
1. Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na
angústia.
2. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os
montes se projetem para o meio dos mares;
3. ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem
pela sua braveza.
4. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das
moradas do Altíssimo.
5. Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará desde o
raiar da alva.
6. Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se
derrete.
7. O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso
refúgio.
8. Vinde contemplai as obras do Senhor, as desolações que tem feito na
terra.
9. Ele faz cessar as guerras até os confins da terra; quebra o arco e
corta a lança; queima os carros no fogo.
10. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as
nações, sou exaltado na terra.
11. O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso
refúgio.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 47
1. Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo.
2. Porque o Senhor Altíssimo é tremendo; é grande Rei sobre toda a
terra.
3. Ele nos sujeitou povos e nações sob os nossos pés.
4. Escolheu para nós a nossa herança, a glória de Jacó, a quem amou.
5. Deus subiu entre aplausos, o Senhor subiu ao som de trombeta.
6. Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei,
cantai louvores.
7. Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com salmo.
8. Deus reina sobre as nações; Deus está sentado sobre o seu santo
trono.
9. Os príncipes dos povos se reúnem como povo do Deus de Abraão,
porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele é sumamente exaltado.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 48
1. Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso
Deus, no seu monte santo.
2. De bela e alta situação, alegria de toda terra é o monte Sião aos
lados do norte, a cidade do grande Rei.
3. Nos palácios dela Deus se fez conhecer como alto refúgio.
4. Pois eis que os reis conspiraram; juntos vieram chegando.
5. Viram-na, e então ficaram maravilhados; ficaram assombrados e se
apressaram em fugir.
6. Aí se apoderou deles o tremor, sentiram dores como as de uma
parturiente.
7. Com um vento oriental quebraste as naus de Társis.
8. Como temos ouvido, assim vimos na cidade do Senhor dos exércitos, na
cidade do nosso Deus; Deus a estabelece para sempre.
9. Temos meditado, ó Deus, na tua benignidade no meio do teu templo.
10. Como é o teu nome, ó Deus, assim é o teu louvor até os confins da
terra; de retidão está cheia a tua destra.
11. Alegre-se o monte Sião, regozijem-se as filhas de Judá, por causa
dos teus juízos.
12. Dai voltas a Sião, ide ao redor dela; contai as suas torres.
13. Notai bem os seus antemuros, percorrei os seus palácios, para que
tudo narreis à geração seguinte.
14. Porque este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; ele será nosso
guia até a morte.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 49
1. Ouvi isto, vós todos os povos; inclinai os ouvidos, todos os
habitantes do mundo,
2. quer humildes quer grandes, tanto ricos como pobres.
3. A minha boca falará a sabedoria, e a meditação do meu coração
será de entendimento.
4. Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; decifrarei o meu enigma ao
som da harpa.
5. Por que temeria eu nos dias da adversidade, ao cercar-me a iniqüidade
dos meus perseguidores,
6. dos que confiam nos seus bens e se gloriam na multidão das suas
riquezas?
7. Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, nem por ele dar um
resgate a Deus,
8. (pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus
recursos não dariam;)
9. para que continuasse a viver para sempre, e não visse a cova.
10. Sim, ele verá que até os sábios morrem, que perecem igualmente o
néscio e o estúpido, e deixam a outros os seus bens.
11. O pensamento íntimo deles é que as suas casas são perpétuas e as
suas habitações de geração em geração; dão às suas terras os seus
próprios nomes.
12. Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os
animais que perecem.
13. Este é o destino dos que confiam em si mesmos; o fim dos que se
satisfazem com as suas próprias palavras.
14. Como ovelhas são arrebanhados ao Seol; a morte os pastoreia; ao
romper do dia os retos terão domínio sobre eles; e a sua formosura se
consumirá no Seol, que lhes será por habitação.
15. Mas Deus remirá a minha alma do poder do Seol, pois me receberá.
16. Não temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa
aumenta.
17. Pois, quando morrer, nada levará consigo; a sua glória não
descerá após ele.
18. Ainda que ele, enquanto vivo, se considera feliz e os homens o louvam
quando faz o bem a si mesmo,
19. ele irá ter com a geração de seus pais; eles nunca mais verão a
luz
20. Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os
animais que perecem.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 50
1. O Poderoso, o Senhor Deus, fala e convoca a terra desde o nascer do
sol até o seu ocaso.
2. Desde Sião, a perfeição da formosura. Deus resplandece.
3. O nosso Deus vem, e não guarda silêncio; diante dele há um fogo
devorador, e grande tormenta ao seu redor.
4. Ele intima os altos céus e a terra, para o julgamento do seu povo:
5. Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um pacto por meio
de sacrifícios.
6. Os céus proclamam a justiça dele, pois Deus mesmo é Juiz.
7. Ouve, povo meu, e eu falarei; ouve, ó Israel, e eu te protestarei: Eu
sou Deus, o teu Deus.
8. Não te repreendo pelos teus sacrifícios, pois os teus holocaustos
estão de contínuo perante mim.
9. Da tua casa não aceitarei novilho, nem bodes dos teus currais.
10. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de
outeiros.
11. Conheço todas as aves dos montes, e tudo o que se move no campo é
meu.
12. Se eu tivesse fome, não to diria pois meu é o mundo e a sua
plenitude.
13. Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?
14. Oferece a Deus por sacrifício ações de graças, e paga ao
Altíssimo os teus votos;
15. e invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me
glorificarás.
16. Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitares os meus estatutos,
e em tomares o meu pacto na tua boca,
17. visto que aborreces a correção, e lanças as minhas palavras para
trás de ti?
18. Quando vês um ladrão, tu te comprazes nele; e tens parte com os
adúlteros.
19. Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua trama enganos.
20. Tu te sentas a falar contra teu irmão; difamas o filho de tua mãe.
21. Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que na verdade eu
era como tu; mas eu te argüirei, e tudo te porei à vista.
22. Considerai pois isto, vós que vos esqueceis de Deus, para que eu
não vos despedace, sem que haja quem vos livre.
23. Aquele que oferece por sacrifício ações de graças me glorifica; e
àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 51
1. Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as
minhas tansgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
2. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu
pecado.
3. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre
diante de mim.
4. Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos
teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares.
5. Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe.
6. Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois,
conhecer a sabedoria no secreto da minha alma.
7. Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo
do que a neve.
8. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que
esmagaste.
9. Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas
iniqüidades.
10. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito
estável.
11. Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu
santo Espírito.
12. Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um
espírito voluntário.
13. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e pecadores se
converterão a ti.
14. Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a
minha língua cantará alegremente a tua justiça.
15. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca proclamará o teu
louvor.
16. Pois tu não te comprazes em sacrifícios; se eu te oferecesse
holocaustos, tu não te deleitarias.
17. O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao
coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
18. Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de
Jerusalém.
19. Então te agradarás de sacrifícios de justiça dos holocaustos e
das ofertas queimadas; então serão oferecidos novilhos sobre o teu altar.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 52
1. Por que te glorias na malícia, ó homem poderoso? pois a bondade de
Deus subsiste em todo o tempo.
2. A tua língua maquina planos de destruição, como uma navalha afiada,
ó tu que usas de dolo.
3. Tu amas antes o mal do que o bem, e o mentir do que o falar a verdade.
4. Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta.
5. Também Deus te esmagará para sempre; arrebatar-te-á e
arrancar-te-á da tua habitação, e desarraigar-te-á da terra dos viventes.
6. Os justos o verão e temerão; e se rirão dele, dizendo:
7. Eis aqui o homem que não tomou a Deus por sua fortaleza; antes
confiava na abundância das suas riquezas, e se fortalecia na sua perversidade.
8. Mas eu sou qual oliveira verde na casa de Deus; confio na bondade de
Deus para sempre e eternamente.
9. Para sempre te louvarei, porque tu isso fizeste, e proclamarei o teu
nome, porque é bom diante de teus santos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 53
1. Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Corromperam-se e
cometeram abominável iniqüidade; não há quem faça o bem.
2. Deus olha lá dos céus para os filhos dos homens, para ver se há
algum que tenha entendimento, que busque a Deus.
3. Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem
faça o bem, não há sequer um.
4. Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniqüidade, os quais
comem o meu povo como se comessem pão, e não invocam a Deus?
5. Eis que eles se acham em grande pavor onde não há motivo de pavor,
porque Deus espalhará os ossos daqueles que se acampam contra ti; tu os
confundirás, porque Deus os rejeitou.
6. Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando Deus fizer
voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará
Israel.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 54
1. Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me justiça pelo teu poder.
2. Ó Deus, ouve a minha oração, dá ouvidos às palavras da minha
boca.
3. Porque homens insolentes se levantam contra mim, e violentos procuram
a minha vida; eles não põem a Deus diante de si.
4. Eis que Deus é o meu ajudador; o Senhor é quem sustenta a minha
vida.
5. Faze recair o mal sobre os meus inimigos; destrói-os por tua verdade.
6. De livre vontade te oferecerei sacrifícios; louvarei o teu nome, ó
Senhor, porque é bom.
7. Porque tu me livraste de toda a angústia; e os meus olhos viram a
ruína dos meus inimigos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 55
1. Dá ouvidos, ó Deus, à minha oração, e não te escondas da minha
súplica.
2. Atende-me, e ouve-me; agitado estou, e ando perplexo,
3. por causa do clamor do inimigo e da opressão do ímpio; pois lançam
sobre mim iniqüidade, e com furor me perseguem.
4. O meu coração confrange-se dentro de mim, e terrores de morte sobre
mim caíram.
5. Temor e tremor me sobrevêm, e o horror me envolveu.
6. Pelo que eu disse: Ah! quem me dera asas como de pomba! então voaria,
e encontraria descanso.
7. Eis que eu fugiria para longe, e pernoitaria no deserto.
8. Apressar-me-ia a abrigar-me da fúria do vento e da tempestade.
9. Destrói, Senhor, confunde as suas línguas, pois vejo violência e
contenda na cidade.
10. Dia e noite andam ao redor dela, sobre os seus muros; também
iniqüidade e malícia estão no meio dela.
11. Há destruição lá dentro; opressão e fraude não se apartam das
suas ruas.
12. Pois não é um inimigo que me afronta, então eu poderia
suportá-lo; nem é um adversário que se exalta contra mim, porque dele poderia
esconder-me;
13. mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu amigo íntimo.
14. Conservávamos juntos tranqüilamente, e em companhia andávamos na
casa de Deus.
15. A morte os assalte, e vivos desçam ao Seol; porque há maldade na
sua morada, no seu próprio íntimo.
16. Mas eu invocarei a Deus, e o Senhor me salvará.
17. De tarde, de manhã e ao meio-dia me queixarei e me lamentarei; e ele
ouvirá a minha voz.
18. Livrará em paz a minha vida, de modo que ninguém se aproxime de
mim; pois há muitos que contendem contra mim.
19. Deus ouvirá; e lhes responderá aquele que está entronizado desde a
antigüidade; porque não há neles nenhuma mudança, e tampouco temem a Deus.
20. Aquele meu companheiro estendeu a sua mão contra os que tinham paz
com ele; violou o seu pacto.
21. A sua fala era macia como manteiga, mas no seu coração havia
guerra; as suas palavras eram mais brandas do que o azeite, todavia eram espadas
desembainhadas.
22. Lança o teu fardo sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca
permitirá que o justo seja abalado.
23. Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de
sangue e de traição não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti
confiarei.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 56
1. Compadece-te de mim, ó Deus, pois homens me calcam aos pés e,
pelejando, me aflingem o dia todo.
2. Os meus inimigos me calcam aos pés o dia todo, pois são muitos os
que insolentemente pelejam contra mim.
3. No dia em que eu temer, hei de confiar em ti.
4. Em Deus, cuja palavra eu louvo, em Deus ponho a minha confiança e
não terei medo;
5. Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos
são contra mim para o mal.
6. Ajuntam-se, escondem-se, espiam os meus passos, como que aguardando a
minha morte.
7. Escaparão eles por meio da sua iniqüidade? Ó Deus, derruba os povos
na tua ira!
8. Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu
odre; não estão elas no teu livro?
9. No dia em que eu te invocar retrocederão os meus inimigos; isto eu
sei, que Deus está comigo.
10. Em Deus, cuja palavra eu louvo, no Senhor, cuja palavra eu louvo,
11. em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me pode
fazer o homem?
12. Sobre mim estão os votos que te fiz, ó Deus; eu te oferecerei
ações de graças;
13. pois tu livraste a minha alma da morte. Não livraste também os meus
pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz da vida?
ÍVoltar
ao topo
Salmos 57
1. Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em ti se
refugia a minha alma; à sombra das tuas asas me refugiarei, até que passem as
calamidades.
2. Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa.
3. Ele do céu enviará seu auxílio , e me salvará, quando me ultrajar
aquele que quer calçar-me aos pés. Deus enviará a sua misericórdia e a sua
verdade.
4. Estou deitado no meio de leões; tenho que deitar-me no meio daqueles
que respiram chamas, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e
cuja língua é espada afiada.
5. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; seja a tua glória sobre toda
a terra.
6. Armaram um laço para os meus passos, a minha alma ficou abatida;
cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram.
7. Resoluto está o meu coração, ó Deus, resoluto está o meu
coração; cantarei, sim, cantarei louvores.
8. Desperta, minha alma; despertai, alaúde e harpa; eu mesmo despertarei
a aurora.
9. Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as
nações.
10. Pois a tua benignidade é grande até os céus, e a tua verdade até
as nuvens.
11. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e seja a tua glória sobre a
terra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 58
1. Falais deveras o que é reto, vós os poderosos? Julgais retamente, ó
filhos dos homens?
2. Não, antes no coração forjais iniqüidade; sobre a terra fazeis
pesar a violência das vossas mãos.
3. Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram,
proferindo mentiras.
4. Têm veneno semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora
surda, que tapa os seus ouvidos,
5. de sorte que não ouve a voz dos encantadores, nem mesmo do encantador
perito em encantamento.
6. Ó Deus, quebra-lhes os dentes na sua boca; arranca, Senhor, os
caninos aos filhos dos leões.
7. Sumam-se como águas que se escoam; sejam pisados e murcham como a
relva macia.
8. Sejam como a lesma que se derrete e se vai; como o aborto de mulher,
que nunca viu o sol.
9. Que ele arrebate os espinheiros antes que cheguem a aquecer as vossas
panelas, assim os verdes, como os que estão ardendo.
10. O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no
sangue do ímpio.
11. Então dirão os homens: Deveras há uma recompensa para o justo;
deveras há um Deus que julga na terra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 59
1. Livra-me, Deus meu, dos meus inimigos; protege-me daqueles que se
levantam contra mim.
2. Livra-me do que praticam a iniqüidade, e salva-me dos homens
sanguinários.
3. Pois eis que armam ciladas à minha alma; os fortes se ajuntam contra
mim, não por transgressão minha nem por pecado meu, ó Senhor.
4. Eles correm, e se preparam, sem culpa minha; desperta para me
ajudares, e olha.
5. Tu, ó Senhor, Deus dos exércitos, Deus de Israel, desperta para
punir todas as nações; não tenhas misericórdia de nenhum dos pérfidos que
praticam a iniqüidade.
6. Eles voltam à tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade.
7. Eis que eles soltam gritos; espadas estão nos seus lábios; porque
(pensam eles), quem ouve?
8. Mas tu, Senhor, te rirás deles; zombarás de todas as nações.
9. Em ti, força minha, esperarei; pois Deus é o meu alto refúgio.
10. O meu Deus com a sua benignidade virá ao meu encontro; Deus me fará
ver o meu desejo sobre os meus inimigos.
11. Não os mates, para que meu povo não se esqueça; espalha-os pelo
teu poder, e abate-os ó Senhor, escudo nosso.
12. Pelo pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios fiquem
presos na sua soberba. Pelas maldições e pelas mentiras que proferem,
13. consome-os na tua indignação; consome-os, de modo que não existem
mais; para que saibam que Deus reina sobre Jacó, até os confins da terra.
14. Eles tornam a vir à tarde, uivam como cães, e andam rodeando a
cidade;
15. vagueiam buscando o que comer, e resmungam se não se fartarem.
16. Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a
tua benignidade, porquanto tens sido para mim uma fortaleza, e refúgio no dia
da minha angústia.
17. A ti, ó força minha, cantarei louvores; porque Deus é a minha
fortaleza, é o Deus que me mostra benignidade.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 60
1. Ó Deus, tu nos rejeitaste, tu nos esmagaste, tu tens estado
indignado; oh, restabelece-nos.
2. Abalaste a terra, e a fendeste; sara as suas fendas, pois ela treme.
3. Ao teu povo fizeste ver duras coisas; fizeste-nos beber o vinho de
aturdimento.
4. Deste um estandarte aos que te temem, para o qual possam fugir de
diante do arco.
5. Para que os teus amados sejam livres, salva-nos com a tua destra, e
responde-nos.
6. Deus falou na sua santidade: Eu exultarei; repartirei Siquém e
medirei o vale de Sucote.
7. Meu é Gileade, e meu é Manassés; Efraim é o meu capacete; Judá é
o meu cetro.
8. Moabe é a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato;
sobre a Filístia darei o brado de vitória.
9. Quem me conduzirá à cidade forte? Quem me guiará até Edom?
10. Não nos rejeitaste, ó Deus? e tu, ó Deus, não deixaste de sair
com os nossos exércitos?
11. Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da
parte do homem.
12. Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os
nossos inimigos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 61
1. Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende à minha oração.
2. Desde a extremidade da terra clamo a ti, estando abatido o meu
coração; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu.
3. Pois tu és o meu refúgio, uma torre forte contra o inimigo.
4. Deixa-me habitar no teu tabernáculo para sempre; dá que me abrigue
no esconderijo das tuas asas.
5. Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos; deste-me a herança dos que
temem o teu nome.
6. Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas
gerações.
7. Ele permanecerá no trono diante de Deus para sempre; faze que a
benignidade e a fidelidade o preservem.
8. Assim cantarei louvores ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus
votos de dia em dia.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 62
1. Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha
salvação.
2. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é ele a minha
fortaleza; não serei grandemente abalado.
3. Até quando acometereis um homem, todos vós, para o derrubardes, como
a um muro pendido, uma cerca prestes a cair?
4. Eles somente consultam como derrubá-lo da sua alta posição;
deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas no íntimo maldizem.
5. Ó minha alma, espera silenciosa somente em Deus, porque dele vem a
minha esperança.
6. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha fortaleza;
não serei abalado.
7. Em Deus está a minha salvação e a minha glória; Deus é o meu
forte rochedo e o meu refúgio.
8. Confiai nele, ó povo, em todo o tempo; derramai perante ele o vosso
coração; Deus é o nosso refúgio.
9. Certamente que os filhos de Adão são vaidade, e os filhos dos homens
são desilusão; postos na balança, subiriam; todos juntos são mais leves do
que um sopro.
10. Não confieis na opressão, nem vos vanglorieis na rapina; se as
vossas riquezas aumentarem, não ponhais nelas o coração.
11. Uma vez falou Deus, duas vezes tenho ouvido isto: que o poder
pertence a Deus.
12. A ti também, Senhor, pertence a benignidade; pois retribuis a cada
um segundo a sua obra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 63
1. Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem
sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não
há água.
2. Assim no santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua
glória.
3. Porquanto a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios
te louvarão.
4. Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas
mãos.
5. A minha alma se farta, como de tutano e de gordura; e a minha boca te
louva com alegres lábios.
6. quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da
noite,
7. pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas
asas.
8. A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta.
9. Mas aqueles que procuram a minha vida para a destruírem, irão para
as profundezas da terra.
10. Serão entregues ao poder da espada, servidão de pasto aos chacais.
11. Mas o rei se regozijará em Deus; todo o que por ele jura se
gloriará, porque será tapada a boca aos que falam a mentira.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 64
1. Ouve, ó Deus, a minha voz na minha queixa; preserva a minha voz na
minha queixa; preserva a minha vida do horror do inimigo.
2. Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do ajuntamento dos que
praticam a iniqüidade,
3. os quais afiaram a sua língua como espada, e armaram por suas flechas
palavras amargas.
4. Para em lugares ocultos atirarem sobre o íntegro; disparam sobre ele
repentinamente, e não temem.
5. Firmam-se em mau intento; falam de armar laços secretamente, e dizem:
Quem nos verá?
6. Planejam iniqüidades; ocultam planos bem traçados; pois o íntimo e
o coração do homem são inescrutáveis.
7. Mas Deus disparará sobre eles uma seta, e de repente ficarão
feridos.
8. Assim serão levados a tropeçar, por causa das suas próprias
línguas; todos aqueles que os virem fugirão.
9. E todos os homens temerão, e anunciarão a obra de Deus, e
considerarão a obra de Deus, e considerarão prudentemente os seus feitos.
10. O justo se alegrará no Senhor e confiará nele, e todos os de
coração reto cantarão louvores.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 65
1. A ti, ó Deus, é devido o louvor em Sião; e a ti se pagará o voto.
2. Ó tu que ouves a oração! a ti virá toda a carne.
3. Prevalecem as iniqüidades contra mim; mas as nossas transgressões,
tu as perdoarás.
4. Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para
habitar em teus átrios! Nós seremos satisfeitos com a bondade da tua casa, do
teu santo templo.
5. Com prodígios nos respondes em justiça, ó Deus da nossa salvação,
a esperança de todas as extremidades da terra, e do mais remoto mar;
6. tu que pela tua força consolidas os montes, cingido de poder;
7. que aplacas o ruído dos mares, o ruído das suas ondas, e o tumulto
dos povos.
8. Os que habitam os confins da terra são tomados de medo à vista dos
teus sinais; tu fazes exultar de júbilo as saídas da manhã e da tarde.
9. Tu visitas a terra, e a regas; grandemente e enriqueces; o rio de Deus
está cheio d'água; tu lhe dás o trigo quando assim a tens preparado;
10. enches d'água os seus sulcos, aplanando-lhes as leivas, amolecendo-a
com a chuva, e abençoando as suas novidades.
11. Coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura;
12. destilam sobre as pastagens do deserto, e os outeiros se cingem de
alegria.
13. As pastagens revestem-se de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo;
por isso eles se regozijam, por isso eles cantam.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 66
1. Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras.
2. Cantai a glória do seu nome, dai glória em seu louvor.
3. Dizei a Deus: Quão tremendas são as tuas obras! pela grandeza do teu
poder te lisonjeiam os teus inimigos.
4. Toda a terra te adorará e te cantará louvores; eles cantarão o teu
nome.
5. Vinde, e vede as obras de Deus; ele é tremendo nos seus feitos para
com os filhos dos homens.
6. Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos alegramos
nele.
7. Ele governa eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as
nações; não se exaltem os rebeldes.
8. Bendizei, povos, ao nosso Deus, e fazei ouvir a voz do seu louvor;
9. ao que nos conserva em vida, e não consente que resvalem os nossos
pés.
10. Pois tu, ó Deus, nos tens provado; tens nos refinado como se refina
a prata.
11. Fizeste-nos entrar no laço; pesada carga puseste sobre os nossos
lombos.
12. Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças;
passamos pelo fogo e pela água, mas nos trouxeste a um lugar de abundância.
13. Entregarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos,
14. votos que os meus lábios pronunciaram e a minha boca prometeu,
quando eu estava na angústia.
15. Oferecer-te-ei holocausto de animais nédios, com incenso de
carneiros; prepararei novilhos com cabritos.
16. Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que ele
tem feito por mim.
17. A ele clamei com a minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua.
18. Se eu tivesse guardado iniqüidade no meu coração, o Senhor não me
teria ouvido;
19. mas, na verdade, Deus me ouviu; tem atendido à voz da minha
oração.
20. Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem retirou de
mim a sua benignidade.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 67
1. Deus se compadeça de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu
rosto sobre nós,
2. para que se conheça na terra o seu caminho e entre todas as nações
a sua salvação.
3. Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.
4. Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgas os povos com
eqüidade, e guias as nações sobre a terra.
5. Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem os povos todos.
6. A terra tem produzido o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, tem nos
abençoado.
7. Deus nos tem abençoado; temam-no todas as extremidades da terra!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 68
1. Levanta-se Deus! Sejam dispersos os seus inimigos; fujam de diante
dele os que o odeiam!
2. Como é impelida a fumaça, assim tu os impeles; como a cera se
derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus.
3. Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e se
encham de júbilo.
4. Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que cavalga
sobre as nuvens, pois o seu nome é Já; exultai diante dele.
5. Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus na sua santa morada.
6. Deus faz que o solitário viva em família; liberta os presos e os faz
prosperar; mas os rebeldes habitam em terra árida.
7. Ó Deus! quando saías à frente do teu povo, quando caminhavas pelo
deserto,
8. a terra se abalava e os céus gotejavam perante a face de Deus; o
próprio Sinai tremeu na presença de Deus, do Deus de Israel.
9. Tu, ó Deus, mandaste copiosa chuva; restauraste a tua herança,
quando estava cansada.
10. Nela habitava o teu rebanho; da tua bondade, ó Deus, proveste o
pobre.
11. O Senhor proclama a palavra; grande é a companhia dos que anunciam
as boas-novas.
12. Reis de exércitos fogem, sim, fogem; as mulheres em casa repartem os
despojos.
13. Deitados entre redis, sois como as asas da pomba cobertas de prata,
com as suas penas de ouro amarelo.
14. Quando o Todo-Poderoso ali dispersou os reis, caiu neve em Zalmom.
15. Monte grandíssimo é o monte de Basã; monte de cimos numerosos é o
monte de Basã!
16. Por que estás, ó monte de cimos numerosos, olhando com inveja o
monte que Deus desejou para sua habitação? Na verdade o Senhor habitará nele
eternamente.
17. Os carros de Deus são miríades, milhares de milhares. O Senhor
está no meio deles, como em Sinai no santuário.
18. Tu subiste ao alto, levando os teus cativos; recebeste dons dentre os
homens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles.
19. Bendito seja o Senhor, que diariamente leva a nossa carga, o Deus que
é a nossa salvação.
20. Deus é para nós um Deus de libertação; a Jeová, o Senhor,
pertence o livramento da morte.
21. Mas Deus esmagará a cabeça de seus inimigos, o crânio cabeludo
daquele que prossegue em suas culpas.
22. Disse o Senhor: Eu os farei voltar de Basã; fá-los-ei voltar das
profundezas do mar;
23. para que mergulhes o teu pé em sangue, e para que a língua dos teus
cães tenha dos inimigos o seu quinhão.
24. Viu-se, ó Deus, a tua entrada, a entrada do meu Deus, meu Rei, no
santuário.
25. Iam na frente os cantores, atrás os tocadores de instrumentos, no
meio as donzelas que tocavam adufes.
26. Bendizei a Deus nas congregações, ao Senhor, vós que sois da fonte
de Israel.
27. Ali está Benjamim, o menor deles, na frente; os chefes de Judá com
o seu ajuntamento; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes de
Zebulom e os chefes de Naftali.
28. Ordena, ó Deus, a tua força; confirma, ó Deus, o que já fizeste
por nós.
29. Por amor do teu templo em Jerusalém, os reis te trarão presentes.
30. Repreende as feras dos caniçais, a multidão dos touros, com os
bezerros dos povos. Calca aos pés as suas peças de prata; dissipa os povos que
se deleitam na guerra.
31. Venham embaixadores do Egito; estenda a Etiópia ansiosamente as
mãos para Deus.
32. Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor,
33. àquele que vai montado sobre os céus dos céus, que são desde a
antigüidade; eis que faz ouvir a sua voz, voz veemente.
34. Atribuí a Deus força; sobre Israel está a sua excelência, e a sua
força nos firmamento.
35. Ó Deus, tu és tremendo desde o teu santuário; o Deus de Israel,
ele dá força e poder ao seu povo. Bendito seja Deus!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 69
1. Salva-me, ó Deus, pois as águas me sobem até o pescoço.
2. Atolei-me em profundo lamaçal, onde não se pode firmar o pé; entrei
na profundeza das águas, onde a corrente me submerge.
3. Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos
desfalecem de esperar por meu Deus.
4. Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha
cabeça; poderosos são aqueles que procuram destruir-me, que me atacam com
mentiras; por isso tenho de restituir o que não extorqui.
5. Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultícia, e as minhas culpas não
são ocultas.
6. Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó
Senhor Deus dos exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que
te buscam, ó Deus de Israel.
7. Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão me cobriu
o rosto.
8. Tornei-me como um estranho para os meus irmãos, e um desconhecido
para os filhos de minha mãe.
9. Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam
caíram sobre mim.
10. Quando chorei e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou
em afrontas.
11. Quando me vesti de cilício, fiz-me para eles um provérbio.
12. Aqueles que se sentem à porta falam de mim; e sou objeto das
cantigas dos bêbedos.
13. Eu, porém, faço a minha oração a ti, ó Senhor, em tempo
aceitável; ouve-me, ó Deus, segundo a grandeza da tua benignidade, segundo a
fidelidade da tua salvação.
14. Tira-me do lamaçal, e não me deixes afundar; seja eu salvo dos meus
inimigos, e das profundezas das águas.
15. Não me submerja a corrente das águas e não me trague o abismo, nem
cerre a cova a sua boca sobre mim.
16. Ouve-me, Senhor, pois grande é a tua benignidade; volta-te para mim
segundo a tua muitíssima compaixão.
17. Não escondas o teu rosto do teu servo; ouve-me depressa, pois estou
angustiado.
18. Aproxima-te da minha alma, e redime-a; resgata-me por causa dos meus
inimigos.
19. Tu conheces o meu opróbrio, a minha vergonha, e a minha ignomínia;
diante de ti estão todos os meus adversários.
20. Afrontas quebrantaram-me o coração, e estou debilitado. Esperei por
alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas
não os achei.
21. Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber
vinagre.
22. Torne-se a sua mesa diante deles em laço, e sejam-lhes as suas
ofertas pacíficas uma armadilha.
23. Obscureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e faze com que os
seus lombos tremam constantemente.
24. Derrama sobre eles a tua indignação, e apanhe-os o ardor da tua
ira.
25. Fique desolada a sua habitação, e não haja quem habite nas suas
tendas.
26. Pois perseguem a quem afligiste, e aumentam a dor daqueles a quem
feriste.
27. Acrescenta iniqüidade à iniqüidade deles, e não encontrem eles
absolvição na tua justiça.
28. Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos com os
justos.
29. Eu, porém, estou aflito e triste; a tua salvação, ó Deus, me
ponha num alto retiro.
30. Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com
ação de graças.
31. Isto será mais agradável ao Senhor do que um boi, ou um novilho que
tem pontas e unhas.
32. Vejam isto os mansos, e se alegrem; vós que buscais a Deus reviva o
vosso coração.
33. Porque o Senhor ouve os necessitados, e não despreza os seus, embora
sejam prisioneiros.
34. Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.
35. Porque Deus salvará a Sião, e edificará as cidades de Judá, e ali
habitarão os seus servos e a possuirão.
36. E herdá-la-á a descendência de seus servos, e os que amam o seu
nome habitarão nela.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 70
1. Apressa-te, ó Deus, em me livrar; Senhor, apressa-te em socorrer-me.
2. Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram tirar-me a vida;
tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal.
3. Sejam cobertos de vergonha os que dizem: Ah! Ah!
4. Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam
a tua salvação digam continuamente: engrandecido seja Deus.
5. Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te em me valer, ó
Deus. Tu és o meu amparo e o meu libertador; Senhor, não te detenhas.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 71
1. Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu confundido.
2. Na tua justiça socorre-me e livra-me; inclina os teus ouvidos para
mim, e salva-me.
3. Sê tu para mim uma rocha de refúgio a que sempre me acolha; deste
ordem para que eu seja salvo, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.
4. Livra-me, Deus meu, da mão do ímpio, do poder do homem injusto e
cruel,
5. Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança
desde a minha mocidade.
6. Em ti me tenho apoiado desde que nasci; tu és aquele que me tiraste
das entranhas de minha mãe. O meu louvor será teu constantemente.
7. Sou para muitos um assombro, mas tu és o meu refúgio forte.
8. A minha boca se enche do teu louvor e da tua glória continuamente.
9. Não me enjeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se
forem acabando as minhas forças.
10. Porque os meus inimigos falam de mim, e os que espreitam a minha vida
consultam juntos,
11. dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, pois não há
quem o livre.
12. Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em
socorrer-me.
13. Sejam envergonhados e consumidos os meus adversários; cubram-se de
opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal.
14. Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais.
15. A minha boca falará da tua justiça e da tua salvação todo o dia,
posto que não conheça a sua grandeza.
16. Virei na força do Senhor Deus; farei menção da tua justiça, da
tua tão somente.
17. Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho
anunciado as tuas maravilhas.
18. Agora, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares,
ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a
todos os vindouros.
19. A tua justiça, ó Deus, atinge os altos céus; tu tens feito grandes
coisas; ó Deus, quem é semelhante a ti?
20. Tu, que me fizeste ver muitas e penosas tribulações, de novo me
restituirás a vida, e de novo me tirarás dos abismos da terra.
21. Aumentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás.
22. Também eu te louvarei ao som do saltério, pela tua fidelidade, ó
meu Deus; cantar-te-ei ao som da harpa, ó Santo de Israel.
23. Os meus lábios exultarão quando eu cantar os teus louvores, assim
como a minha alma, que tu remiste.
24. Também a minha língua falará da tua justiça o dia todo; pois
estão envergonhados e confundidos aqueles que procuram o meu mal.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 72
1. Ó Deus, dá ao rei os teus juízes, e a tua justiça ao filho do rei.
2. Julgue ele o teu povo com justiça, e os teus pobres com eqüidade.
3. Que os montes tragam paz ao povo, como também os outeiros, com
justiça.
4. Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos do necessitado, e
esmague o opressor.
5. Viva ele enquanto existir o sol, e enquanto durar a lua, por todas as
gerações.
6. Desça como a chuva sobre o prado, como os chuveiros que regam a
terra.
7. Nos seus dias floresça a justiça, e haja abundância de paz enquanto
durar a lua.
8. Domine de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.
9. Inclinem-se diante dele os seus adversários, e os seus inimigos
lambam o pó.
10. Paguem-lhe tributo os reis de Társis e das ilhas; os reis de Sabá e
de Seba ofereçam-lhe dons.
11. Todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam.
12. Porque ele livra ao necessitado quando clama, como também ao aflito
e ao que não tem quem o ajude.
13. Compadece-se do pobre e do necessitado, e a vida dos necessitados ele
salva.
14. Ele os liberta da opressão e da violência, e precioso aos seus
olhos é o sangue deles.
15. Viva, pois, ele; e se lhe dê do ouro de Sabá; e continuamente se
faça por ele oração, e o bendigam em todo o tempo.
16. Haja abundância de trigo na terra sobre os cumes dos montes; ondule
o seu fruto como o Líbano, e das cidades floresçam homens como a erva da
terra.
17. Permaneça o seu nome eternamente; continue a sua fama enquanto o sol
durar, e os homens sejam abençoados nele; todas as nações o chamem
bem-aventurado.
18. Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que faz
maravilhas.
19. Bendito seja para sempre o seu nome glorioso, e encha-se da sua
glória toda a terra. Amém e amém.
20. Findam aqui as orações de Davi, filho de Jessé.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 73
1. Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de
coração.
2. Quanto a mim, os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os
meus passos escorregassem.
3. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios.
4. Não há apertos na sua morte; o seu corpo é forte e sadio.
5. Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos
como os demais homens.
6. Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência
os cobre como um vestido.
7. Os olhos deles estão inchados de gordura; trasbordam as fantasias do
seu coração.
8. Motejam e falam maliciosamente; falam arrogantemente da opressão.
9. Põem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra.
10. Pelo que o povo volta para eles e não acha neles falta alguma.
11. E dizem: Como o sabe Deus? e: Há conhecimento no Altíssimo?
12. Eis que estes são ímpios; sempre em segurança, aumentam as suas
riquezas.
13. Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as
minhas mãos na inocência,
14. pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.
15. Se eu tivesse dito: Também falarei assim; eis que me teria havido
traiçoeiramente para com a geração de teus filhos.
16. Quando me esforçava para compreender isto, achei que era tarefa
difícil para mim,
17. até que entrei no santuário de Deus; então percebi o fim deles.
18. Certamente tu os pões em lugares escorregadios, tu os lanças para a
ruína.
19. Como caem na desolação num momento! ficam totalmente consumidos de
terrores.
20. Como faz com um sonho o que acorda, assim, ó Senhor, quando
acordares, desprezarás as suas fantasias.
21. Quando o meu espírito se amargurava, e sentia picadas no meu
coração,
22. estava embrutecido, e nada sabia; era como animal diante de ti.
23. Todavia estou sempre contigo; tu me seguras a mão direita.
24. Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em glória.
25. A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu
deseje além de ti.
26. A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu coração, porém,
Deus é a fortaleza, e o meu quinhão para sempre.
27. Pois os que estão longe de ti perecerão; tu exterminas todos
aqueles que se desviam de ti.
28. Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; ponho a minha confiança
no Senhor Deus, para anunciar todas as suas obras.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 74
1. Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua
ira contra o rebanho do teu pasto?
2. Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antigüidade,
que remiste para ser a tribo da tua herança, e do monte Sião, em que tens
habitado.
3. Dirige os teus passos para as perpétuas ruínas, para todo o mal que
o inimigo tem feito no santuário.
4. Os teus inimigos bramam no meio da tua assembléia; põem nela as suas
insígnias por sinais.
5. A entrada superior cortaram com machados a grade de madeira.
6. Eis que toda obra entalhada, eles a despedaçaram a machados e
martelos.
7. Lançaram fogo ao teu santuário; profanaram, derrubando-a até o
chão, a morada do teu nome.
8. Disseram no seu coração: Despojemo-la duma vez. Queimaram todas as
sinagogas de Deus na terra.
9. Não vemos mais as nossas insígnias, não há mais profeta; nem há
entre nós alguém que saiba até quando isto durará.
10. Até quando, ó Deus, o adversário afrontará? O inimigo ultrajará
o teu nome para sempre?
11. Por que reténs a tua mão, sim, a tua destra? Tira-a do teu seio, e
consome-os.
12. Todavia, Deus é o meu Rei desde a antigüidade, operando a
salvação no meio da terra.
13. Tu dividiste o mar pela tua força; esmigalhaste a cabeça dos
monstros marinhos sobre as águas.
14. Tu esmagaste as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos
habitantes do deserto.
15. Tu abriste fontes e ribeiros; tu secaste os rios perenes.
16. Teu é o dia e tua é a noite: tu preparaste a luz e o sol.
17. Tu estabeleceste todos os limites da terra; verão e inverno, tu os
fizeste.
18. Lembra-te disto: que o inimigo te afrontou, ó Senhor, e que um povo
insensato ultrajou o teu nome.
19. Não entregues às feras a alma da tua rola; não te esqueça para
sempre da vida dos teus aflitos.
20. Atenta para o teu pacto, pois os lugares tenebrosos da terra estão
cheios das moradas de violência.
21. Não volte envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o
necessitado.
22. Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te da
afronta que o insensato te faz continuamente.
23. Não te esqueças da gritaria dos teus adversários; o tumulto
daqueles que se levantam contra ti sobe continuamente.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 75
1. Damos-te graças, ó Deus, damos-te graças, pois o teu nome está
perto; os que invocam o teu nome anunciam as tuas maravilhas.
2. Quando chegar o tempo determinado, julgarei retamente.
3. Dissolve-se a terra e todos os seus moradores, mas eu lhe fortaleci as
colunas.
4. Digo eu aos arrogantes: Não sejais arrogantes; e aos ímpios: Não
levanteis a fronte;
5. não levanteis ao alto a vossa fronte, nem faleis com arrogância.
6. Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a
exaltação.
7. Mas Deus é o que julga; a um abate, e a outro exalta.
8. Porque na mão do Senhor há um cálice, cujo vinho espuma, cheio de
mistura, do qual ele dá a beber; certamente todos os ímpios da terra sorverão
e beberão as suas fezes.
9. Mas, quanto a mim, exultarei para sempre, cantarei louvores ao Deus de
Jacó.
10. E quebrantarei todas as forças dos ímpios, mas as forças dos
justos serão exaltadas.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 76
1. Conhecido é Deus em Judá, grande é o seu nome em Israel.
2. Em Salém está a sua tenda, e a sua morada em Sião.
3. Ali quebrou ele as flechas do arco, o escudo, a espada, e a guerra.
4. Glorioso és tu, mais majestoso do que os montes eternos.
5. Os ousados de coração foram despojados; dormiram o seu último sono;
nenhum dos homens de força pôde usar as mãos.
6. À tua repreensão, ó Deus de Jacó, cavaleiros e cavalos ficaram
estirados sem sentidos.
7. Tu, sim, tu és tremendo; e quem subsistirá à tua vista, quando te
irares?
8. Desde o céu fizeste ouvir o teu juízo; a terra tremeu e se aquietou,
9. quando Deus se levantou para julgar, para salvar a todos os mansos da
terra.
10. Na verdade a cólera do homem redundará em teu louvor, e do restante
da cólera tu te cingirás.
11. Fazei votos, e pagai-os ao Senhor, vosso Deus; tragam presentes, os
que estão em redor dele, àquele que deve ser temido.
12. Ele ceifará o espírito dos príncipes; é tremendo para com os reis
da terra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 77
1. Levanto a Deus a minha voz; a Deus levanto a minha voz, para que ele
me ouça.
2. No dia da minha angústia busco ao Senhor; de noite a minha mão fica
estendida e não se cansa; a minha alma recusa ser consolada.
3. Lembro-me de Deus, e me lamento; queixo-me, e o meu espírito
desfalece.
4. Conservas vigilantes os meus olhos; estou tão perturbado que não
posso falar.
5. Considero os dias da antigüidade, os anos dos tempos passados.
6. De noite lembro-me do meu cântico; consulto com o meu coração, e
examino o meu espírito.
7. Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável?
8. Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se a sua promessa para
todas as gerações
9. Esqueceu-se Deus de ser compassivo? Ou na sua ira encerrou ele as suas
ternas misericórdias?
10. E eu digo: Isto é minha enfermidade; acaso se mudou a destra do
Altíssimo?
11. Recordarei os feitos do Senhor; sim, me lembrarei das tuas maravilhas
da antigüidade.
12. Meditarei também em todas as tuas obras, e ponderarei os teus feitos
poderosos
13. O teu caminho, ó Deus, é em santidade; que deus é grande como o
nosso Deus?
14. Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu tens feito notória a tua
força entre os povos.
15. Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José.
16. As águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram; os
abismos também se abalaram.
17. As nuvens desfizeram-se em água; os céus retumbaram; as tuas
flechas também correram de uma para outra parte.
18. A voz do teu trovão estava no redemoinho; os relâmpagos alumiaram o
mundo; a terra se abalou e tremeu.
19. Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grandes águas; e as
tuas pegadas não foram conhecidas.
20. Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de
Arão.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 78
1. Escutai o meu ensino, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às
palavras da minha boca.
2. Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antigüidade,
3. coisas que temos ouvido e sabido, e que nossos pais nos têm contado.
4. Não os encobriremos aos seus filhos, cantaremos às gerações
vindouras os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que tem
feito.
5. Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em
Israel, as quais coisas ordenou aos nossos pais que as ensinassem a seus filhos;
6. para que as soubesse a geração vindoura, os filhos que houvesse de
nascer, os quais se levantassem e as contassem a seus filhos,
7. a fim de que pusessem em Deus a sua esperança, e não se esquecessem
das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos;
8. e que não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde,
geração de coração instável, cujo espírito não foi fiel para com Deus.
9. Os filhos de Efraim, armados de arcos, retrocederam no dia da peleja.
10. Não guardaram o pacto de Deus, e recusaram andar na sua lei;
11. esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver.
12. Maravilhas fez ele à vista de seus pais na terra do Egito, no campo
de Zoã.
13. Dividiu o mar, e os fez passar por ele; fez com que as águas
parassem como um montão.
14. Também os guiou de dia por uma nuvem, e a noite toda por um clarão
de fogo.
15. Fendeu rochas no deserto, e deu-lhes de beber abundantemente como de
grandes abismos.
16. Da penha fez sair fontes, e fez correr águas como rios.
17. Todavia ainda prosseguiram em pecar contra ele, rebelando-se contra o
Altíssimo no deserto.
18. E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo comida segundo o seu
apetite.
19. Também falaram contra Deus, dizendo: Poderá Deus porventura
preparar uma mesa no deserto? Acaso fornecerá carne para o seu povo?
20. Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo
contra Jacó, e a sua ira subiu contra Israel;
21. Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo
contra Jacó, e a sua ira subiu contra Israel;
22. porque não creram em Deus nem confiaram na sua salvação.
23. Contudo ele ordenou às nuvens lá em cima, e abriu as portas dos
céus;
24. fez chover sobre eles maná para comerem, e deu-lhes do trigo dos
céus.
25. Cada um comeu o pão dos poderosos; ele lhes mandou comida em
abundância.
26. Fez soprar nos céus o vento do oriente, e pelo seu poder trouxe o
vento sul.
27. Sobre eles fez também chover carne como poeira, e aves de asas como
a areia do mar;
28. e as fez cair no meio do arraial deles, ao redor de suas
habitações.
29. Então comeram e se fartaram bem, pois ele lhes trouxe o que
cobiçavam.
30. Não refrearam a sua cobiça. Ainda lhes estava a comida na boca,
31. quando a ira de Deus se levantou contra eles, e matou os mais fortes
deles, e prostrou os escolhidos de Israel.
32. Com tudo isso ainda pecaram, e não creram nas suas maravilhas.
33. Pelo que consumiu os seus dias como um sopro, e os seus anos em
repentino terror.
34. Quando ele os fazia morrer, então o procuravam; arrependiam-se, e de
madrugada buscavam a Deus.
35. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo o seu
Redentor.
36. Todavia lisonjeavam-no com a boca, e com a língua lhe mentiam.
37. Pois o coração deles não era constante para com ele, nem foram
eles fiéis ao seu pacto.
38. Mas ele, sendo compassivo, perdoou a sua iniqüidade, e não os
destruiu; antes muitas vezes desviou deles a sua cólera, e não acendeu todo o
seu furor.
39. Porque se lembrou de que eram carne, um vento que passa e não volta.
40. Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto, e o ofenderam no
ermo!
41. Voltaram atrás, e tentaram a Deus; e provocaram o Santo de Israel.
42. Não se lembraram do seu poder, nem do dia em que os remiu do
adversário,
43. nem de como operou os seus sinais no Egito, e as suas maravilhas no
campo de Zoã,
44. convertendo em sangue os seus rios, para que não pudessem beber das
suas correntes.
45. Também lhes mandou enxames de moscas que os consumiram, e rãs que
os destruíram.
46. Entregou às lagartas as novidades deles, e o fruto do seu trabalho
aos gafanhotos.
47. Destruiu as suas vinhas com saraiva, e os seus sicômoros com chuva
de pedra.
48. Também entregou à saraiva o gado deles, e aos coriscos os seus
rebanhos.
49. E atirou sobre eles o ardor da sua ira, o furor, a indignação, e a
angústia, qual companhia de anjos destruidores.
50. Deu livre curso à sua ira; não os poupou da morte, mas entregou a
vida deles à pestilência.
51. Feriu todo primogênito no Egito, primícias da força deles nas
tendas de Cão.
52. Mas fez sair o seu povo como ovelhas, e os guiou pelo deserto como a
um rebanho.
53. Guiou-os com segurança, de sorte que eles não temeram; mas aos seus
inimigos, o mar os submergiu.
54. Sim, conduziu-os até a sua fronteira santa, até o monte que a sua
destra adquirira.
55. Expulsou as nações de diante deles; e dividindo suas terras por
herança, fez habitar em suas tendas as tribos de Israel.
56. Contudo tentaram e provocaram o Deus Altíssimo, e não guardaram os
seus testemunhos.
57. Mas tornaram atrás, e portaram-se aleivosamente como seus pais;
desviaram-se como um arco traiçoeiro.
58. Pois o provocaram à ira com os seus altos, e o incitaram a zelos com
as suas imagens esculpidas.
59. Ao ouvir isso, Deus se indignou, e sobremodo abominou a Israel.
60. Pelo que desamparou o tabernáculo em Siló, a tenda da sua morada
entre os homens,
61. dando a sua força ao cativeiro, e a sua glória à mão do inimigo.
62. Entregou o seu povo à espada, e encolerizou-se contra a sua
herança.
63. Aos seus mancebos o fogo devorou, e suas donzelas não tiveram
cântico nupcial.
64. Os seus sacerdotes caíram à espada, e suas viúvas não fizeram
pranto.
65. Então o Senhor despertou como dum sono, como um valente que o vinho
excitasse.
66. E fez recuar a golpes os seus adversários; infligiu-lhes eterna
ignomínia.
67. Além disso, rejeitou a tenda de José, e não escolheu a tribo de
Efraim;
68. antes escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava.
69. Edificou o seu santuário como os lugares elevados, como a terra que
fundou para sempre.
70. Também escolheu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos das
ovelhas;
71. de após as ovelhas e suas crias o trouxe, para apascentar a Jacó,
seu povo, e a Israel, sua herança.
72. E ele os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os
guiou com a perícia de suas mãos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 79
1. Ó Deus, as nações invadiram a tua herança; contaminaram o teu
santo templo; reduziram Jerusalém a ruínas.
2. Deram os cadáveres dos teus servos como pastos às aves dos céus, e
a carne dos teus santos aos animais da terra.
3. Derramaram o sangue deles como água ao redor de Jerusalém, e não
houve quem os sepultasse.
4. Somos feitos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria
dos que estão em redor de nós.
5. Até quando, Senhor? Indignar-te-ás para sempre? Arderá o teu zelo
como fogo?
6. Derrama o teu furor sobre as nações que não te conhecem, e sobre os
reinos que não invocam o teu nome;
7. porque eles devoraram a Jacó, e assolaram a sua morada.
8. Não te lembres contra nós das iniqüidades de nossos pais; venha
depressa ao nosso encontro a tua compaixão, pois estamos muito abatidos.
9. Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome;
livra-nos, e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome.
10. Por que diriam as nações: Onde está o seu Deus? Torne-se manifesta
entre as nações, à nossa vista, a vingança do sangue derramado dos teus
servos.
11. Chegue à tua presença o gemido dos presos; segundo a grandeza do
teu braço, preserva aqueles que estão condenados à morte.
12. E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço, setuplicadamente, a
injúria com que te injuriaram, Senhor.
13. Assim nós, teu povo ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente;
de geração em geração publicaremos os teus louvores.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 80
1. Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como a um
rebanho, que estás entronizado sobre os querubins, resplandece.
2. Perante Efraim, Benjamim e Manassés, desperta o teu poder, e vem
salvar-nos.
3. Reabilita-nos, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, para que
sejamos salvos.
4. Ó Senhor Deus dos exércitos, até quando te indignarás contra a
oração do teu povo?
5. Tu os alimentaste com pão de lágrimas, e lhes deste a beber
lágrimas em abundância.
6. Tu nos fazes objeto de escárnio entre os nossos vizinhos; e os nossos
inimigos zombam de nós entre si.
7. Reabilita-nos, ó Deus dos exércitos; faze resplandecer o teu rosto,
para que sejamos salvos.
8. Trouxeste do Egito uma videira; lançaste fora as nações, e a
plantaste.
9. Preparaste-lhe lugar; e ela deitou profundas raízes, e encheu a
terra.
10. Os montes cobriram-se com a sua sombra, e os cedros de Deus com os
seus ramos.
11. Ela estendeu a sua ramagem até o mar, e os seus rebentos até o Rio.
12. Por que lhe derrubaste as cercas, de modo que a vindimam todos os que
passam pelo caminho?
13. O javali da selva a devasta, e as feras do campo alimentam-se dela.
14. Ó Deus dos exércitos, volta-te, nós te rogamos; atende do céu, e
vê, e visita esta videira,
15. a videira que a tua destra plantou, e o sarmento que fortificaste
para ti.
16. Está queimada pelo fogo, está cortada; eles perecem pela
repreensão do teu rosto.
17. Seja a tua mão sobre o varão da tua destra, sobre o filho do homem
que fortificaste para ti.
18. E não nos afastaremos de ti; vivifica-nos, e nós invocaremos o teu
nome.
19. Reabilita-nos, Senhor Deus dos exércitos; faze resplandecer o teu
rosto, para que sejamos salvos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 81
1. Cantai alegremente a Deus, nossa fortaleza; erguei alegres vozes ao
Deus de Jacó.
2. Entoai um salmo, e fazei soar o adufe, a suave harpa e o saltério.
3. Tocai a trombeta pela lua nova, pela lua cheia, no dia da nossa festa.
4. Pois isso é um estatuto para Israel, e uma ordenança do Deus de
Jacó.
5. Ordenou-o por decreto em José, quando saiu contra a terra do Egito.
Ouvi uma voz que não conhecia, dizendo:
6. Livrei da carga o seu ombro; as suas mãos ficaram livres dos cestos.
7. Na angústia clamaste e te livrei; respondi-te no lugar oculto dos
trovões; provei-te junto às águas de Meribá.
8. Ouve-me, povo meu, e eu te admoestarei; ó Israel, se me escutasses!
9. não haverá em ti deus estranho, nem te prostrarás ante um deus
estrangeiro.
10. Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito; abre bem a
tua boca, e eu a encherei.
11. Mas o meu povo não ouviu a minha voz, e Israel não me quis.
12. Pelo que eu os entreguei à obstinação dos seus corações, para
que andassem segundo os seus próprios conselhos.
13. Oxalá me escutasse o meu povo! oxalá Israel andasse nos meus
caminhos!
14. Em breve eu abateria os seus inimigos, e voltaria a minha mão contra
os seus adversários.
15. Os que odeiam ao Senhor o adulariam, e a sorte deles seria eterna.
16. E eu te sustentaria com o trigo mais fino; e com o mel saído da
rocha eu te saciaria.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 82
1. Deus está na assembléia divina; julga no meio dos deuses:
2. Até quando julgareis injustamente, e tereis respeito às pessoas dos
ímpios?
3. Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei retamente com o aflito
e o desamparado.
4. Livrai o pobre e o necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios.
5. Eles nada sabem, nem entendem; andam vagueando às escuras; abalam-se
todos os fundamentos da terra.
6. Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós.
7. Todavia, como homens, haveis de morrer e, como qualquer dos
príncipes, haveis de cair.
8. Levanta-te, ó Deus, julga a terra; pois a ti pertencem todas as
nações.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 83
1. Ó Deus, não guardes silêncio; não te cales nem fiques impassível,
ó Deus.
2. Pois eis que teus inimigos se alvoroçam, e os que te odeiam levantam
a cabeça.
3. Astutamente formam conselho contra o teu povo, e conspiram contra os
teus protegidos.
4. Dizem eles: Vinde, e apaguemo-los para que não sejam nação, nem
seja lembrado mais o nome de Israel.
5. Pois à uma se conluiam; aliam-se contra ti
6. as tendas de Edom e os ismaelitas, Moabe e os hagarenos,
7. Gebal, Amom e Amaleque, e a Filístia com os habitantes de tiro.
8. Também a Assíria se ligou a eles; eles são o braço forte dos
filhos de Ló.
9. Faze-lhes como fizeste a Midiã, como a Sísera, como a Jabim junto ao
rio Quisom,
10. os quais foram destruídos em En-Dor; tornaram-se esterco para a
terra.
11. Faze aos seus nobres como a Orebe e a Zeebe; e a todos os seus
príncipes como a Zebá e a Zalmuna,
12. que disseram: Tomemos para nós as pastagens de Deus.
13. Deus meu, faze-os como um turbilhão de pó, como a palha diante do
vento.
14. Como o fogo queima um bosque, e como a chama incedeia as montanhas,
15. assim persegue-os com a tua tempestade, e assombra-os com o teu
furacão.
16. Cobre-lhes o rosto de confusão, de modo que busquem o teu nome,
Senhor.
17. Sejam envergonhados e conturbados perpetuamente; sejam confundidos, e
pereçam,
18. para que saibam que só tu, cujo nome é o Senhor, és o Altíssimo
sobre toda a terra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 84
1. Quão amável são os teus tabernáculos, ó Senhor dos exércitos!
2. A minha alma suspira! sim, desfalece pelos átrios do Senhor; o meu
coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.
3. Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde crie
os seus filhotes, junto aos teus altares, ó Senhor dos exércitos, Rei meu e
Deus meu.
4. Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão
continuamente.
5. Bem-aventurados os homens cuja força está em ti, em cujo coração
os caminhos altos.
6. Passando pelo vale de Baca, fazem dele um lugar de fontes; e a
primeira chuva o cobre de bênçãos.
7. Vão sempre aumentando de força; cada um deles aparece perante Deus
em Sião.
8. Senhor Deus dos exércitos, escuta a minha oração; inclina os
ouvidos, ó Deus de Jacó!
9. Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.
10. Porque vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil.
Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da
perversidade.
11. Porquanto o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e
glória; não negará bem algum aos que andam na retidão.
12. Ó Senhor dos exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua
confiança.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 85
1. Mostraste favor, Senhor, à tua terra; fizeste regressar os cativos de
Jacó.
2. Perdoaste a iniqüidade do teu povo; cobriste todos os seus pecados.
3. Retraíste toda a tua cólera; refreaste o ardor da tua ira.
4. Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação, e faze cessar a tua
indignação contra nós.
5. Estarás para sempre irado contra nós? estenderás a tua ira a todas
as gerações?
6. Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se regozije em ti?
7. Mostra-nos, Senhor, a tua benignidade, e concede-nos a tua salvação.
8. Escutarei o que Deus, o Senhor, disser; porque falará de paz ao seu
povo, e aos seus santos, contanto que não voltem à insensatez.
9. Certamente que a sua salvação está perto daqueles que o temem, para
que a glória habite em nossa terra.
10. A benignidade e a fidelidade se encontraram; a justiça e a paz se
beijaram.
11. A fidelidade brota da terra, e a justiça olha desde o céu.
12. O Senhor dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto.
13. A justiça irá adiante dele, marcando o caminho com as suas pegadas.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 86
1. Inclina, Senhor, os teus ouvidos, e ouve-me, porque sou pobre e
necessitado.
2. Preserva a minha vida, pois sou piedoso; o Deus meu, salva o teu
servo, que em ti confia.
3. Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo o dia todo.
4. Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, elevo a minha alma.
5. Porque tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em
benignidade para com todos os que te invocam.
6. Dá ouvidos, Senhor, à minha oração, e atende à voz das minhas
súplicas.
7. No dia da minha angústia clamo a ti, porque tu me respondes.
8. Entre os deuses nenhum há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como
as tuas.
9. Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão diante de ti,
Senhor, e glorificarão o teu nome.
10. Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe o
meu coração para temer o teu nome.
11. Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, de todo o meu coração, e
glorificarei o teu nome para sempre.
12. Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma
das profundezas do Seol.
13. Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma
das profundezas do Seol.
14. Ó Deus, os soberbos têm-se levantado contra mim, e um bando de
homens violentos procura tirar-me a vida; eles não te puseram diante dos seus
olhos.
15. Mas tu, Senhor, és um Deus compassivo e benigno, longânimo, e
abundante em graça e em fidelidade.
16. Volta-te para mim, e compadece-te de mim; dá a tua força ao teu
servo, e a salva o filho da tua serva.
17. Mostra-me um sinal do teu favor, para que o vejam aqueles que me
odeiam, e sejam envergonhados, por me haveres tu, Senhor, ajuntado e confortado.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 87
1. O fundamento dela está nos montes santos.
2. O Senhor ama as portas de Sião mais do que todas as habitações de
Jacó.
3. Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus.
4. Farei menção de Raabe e de Babilônia dentre os que me conhecem; eis
que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este nasceu ali.
5. Sim, de Sião se dirá: Este e aquele nasceram ali; e o próprio
Altíssimo a estabelecerá.
6. O Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu ali.
7. Tanto os cantores como os que tocam instrumentos dirão: Todas as
minhas fontes estão em ti.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 88
1. Ó Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti.
2. Chegue à tua presença a minha oração, inclina os teus ouvidos ao
meu clamor;
3. porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se
aproxima do Seol.
4. Já estou contado com os que descem à cova; estou como homem sem
forças,
5. atirado entre os finados; como os mortos que jazem na sepultura, dos
quais já não te lembras, e que são desamparados da tua mão.
6. Puseste-me na cova mais profunda, em lugares escuros, nas profundezas.
7. Sobre mim pesa a tua cólera; tu me esmagaste com todas as tuas ondas.
8. Apartaste de mim os meus conhecidos, fizeste-me abominável para eles;
estou encerrado e não posso sair.
9. Os meus olhos desfalecem por causa da aflição. Clamo a ti todo dia,
Senhor, estendendo-te as minhas mãos.
10. Mostrarás tu maravilhas aos mortos? ou levantam-se os mortos para te
louvar?
11. Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade
no Abadom?
12. Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na
terra do esquecimento?
13. Eu, porém, Senhor, clamo a ti; de madrugada a minha oração chega
à tua presença.
14. Senhor, por que me rejeitas? por que escondes de mim a tua face?
15. Estou aflito, e prestes a morrer desde a minha mocidade; sofro os
teus terrores, estou desamparado.
16. Sobre mim tem passado a tua ardente indignação; os teus terrores
deram cabo de mim.
17. Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos.
18. Aparte de mim amigos e companheiros; os meus conhecidos se acham nas
trevas.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 89
1. Cantarei para sempre as benignidades do Senhor; com a minha boca
proclamarei a todas as gerações a tua fidelidade.
2. Digo, pois: A tua benignidade será renovada para sempre; tu
confirmarás a tua fidelidade até nos céus, dizendo:
3. Fiz um pacto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi:
4. Estabelecerei para sempre a tua descendência, e firmarei o teu trono
por todas as gerações.
5. Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade
na assembléia dos santos.
6. Pois quem no firmamento se pode igualar ao Senhor? Quem entre os
filhos de Deus é semelhante ao Senhor,
7. um Deus sobremodo tremendo na assembléia dos santos, e temível mais
do que todos os que estão ao seu redor?
8. Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com
a tua fidelidade ao redor de ti?
9. Tu dominas o ímpio do mar; quando as suas ondas se levantam tu as
fazes aquietar.
10. Tu abateste a Raabe como se fora ferida de morte; com o teu braço
poderoso espalhaste os teus inimigos.
11. São teus os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu
os fundaste.
12. O norte e o sul, tu os criaste; o Tabor e o Hermom regozijam-se em
teu nome.
13. Tu tens um braço poderoso; forte é a tua mão, e elevado a tua
destra.
14. Justiça e juízo são a base do teu trono; benignidade e verdade
vão adiante de ti.
15. Bem-aventurado o povo que conhece o som festivo, que anda, ó Senhor,
na luz da tua face,
16. que se regozija em teu nome todo o dia, e na tua justiça é
exaltado.
17. Pois tu és a glória da sua força; e pelo teu favor será exaltado
o nosso poder.
18. Porque o Senhor é o nosso escudo, e o Santo de Israel é o nosso
Rei.
19. Naquele tempo falaste em visão ao teu santo, e disseste: Coloquei a
coroa num homem poderoso; exaltei um escolhido dentre o povo.
20. Achei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi.
21. A minha mão será sempre com ele, e o meu braço o fortalecerá.
22. O inimigo não o surpreenderá, nem o filho da perversidade o
afligirá.
23. Eu esmagarei diante dele os seus adversários, e aos que o odeiam
abaterei.
24. A minha fidelidade, porém, e a minha benignidade estarão com ele, e
em meu nome será exaltado o seu poder.
25. Porei a sua mão sobre o mar, e a sua destra sobre os rios.
26. Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da
minha salvação.
27. Também lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei o mais excelso
dos reis da terra.
28. Conservar-lhe-ei para sempre a minha benignidade, e o meu pacto com
ele ficará firme.
29. Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu trono
como os dias dos céus.
30. Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nas minhas
ordenanças,
31. se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus
mandamentos,
32. então visitarei com vara a sua transgressão, e com açoites a sua
iniqüidade.
33. Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem faltarei
com a minha fidelidade.
34. Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus lábios.
35. Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não mentirei a Davi.
36. A sua descendência subsistirá para sempre, e o seu trono será como
o sol diante de mim;
37. será estabelecido para sempre como a lua, e ficará firme enquanto o
céu durar.
38. Mas tu o repudiaste e rejeitaste, tu estás indignado contra o teu
ungido.
39. Desprezaste o pacto feito com teu servo; profanaste a sua coroa,
arrojando-a por terra.
40. Derribaste todos os seus muros; arruinaste as suas fortificações.
41. Todos os que passam pelo caminho o despojam; tornou-se objeto de
opróbrio para os seus vizinhos.
42. Exaltaste a destra dos seus adversários; fizeste com que todos os
seus inimigos se regozijassem.
43. Embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na peleja;
44. fizeste cessar o seu esplendor, e arrojaste por terra o seu trono;
45. abreviaste os dias da sua mocidade; cobriste-o de vergonha.
46. Até quando, Senhor? Esconder-te-ás para sempre? Até quando arderá
a tua ira como fogo?
47. Lembra-te de quão breves são os meus dias; de quão efêmeros
criaste todos os filhos dos homens!
48. Que homem há que viva e não veja a morte? ou que se livre do poder
do Seol?
49. Senhor, onde estão as tuas antigas benignidades, que juraste a Davi
na tua fidelidade?
50. Lembre-te, Senhor, do opróbrio dos teus servos; e de como trago no
meu peito os insultos de todos os povos poderosos,
51. com que os teus inimigos, ó Senhor, têm difamado, com que têm
difamado os passos do teu ungido.
52. Bendito seja o Senhor para sempre. Amém e amém.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 90
1. Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração.
2. Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado a terra e o
mundo, sim, de eternidade a eternidade tu és Deus.
3. Tu reduzes o homem ao pó, e dizes: Voltai, filhos dos homens!
4. Porque mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou, e
como uma vigília da noite.
5. Tu os levas como por uma torrente; são como um sono; de manhã são
como a erva que cresce;
6. de manhã cresce e floresce; à tarde corta-se e seca.
7. Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos
conturbados.
8. Diante de ti puseste as nossas iniqüidades, à luz do teu rosto os
nossos pecados ocultos.
9. Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se
os nossos anos como um suspiro.
10. A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua
robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa
rapidamente, e nós voamos.
11. Quem conhece o poder da tua ira? e a tua cólera, segundo o temor que
te é devido?
12. Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos
corações sábios.
13. Volta-te para nós, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus
servos.
14. Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que nos regozijemos e
nos alegremos todos os nossos dias.
15. Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos
o mal.
16. Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus
filhos.
17. Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós
a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 91
1. Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do
Todo-Poderoso descansará.
2. Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu
Deus, em quem confio.
3. Porque ele te livra do laço do passarinho, e da peste perniciosa.
4. Ele te cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas encontras
refúgio; a sua verdade é escudo e broquel.
5. Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de dia,
6. nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao
meio-dia.
7. Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não
serás atingido.
8. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos
ímpios.
9. Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua
habitação,
10. nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.
11. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem
em todos os teus caminhos.
12. Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma
pedra.
13. Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a
serpente.
14. Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro,
porque ele conhece o meu nome.
15. Quando ele me invocar, eu lhe responderei; estarei com ele na
angústia, livrá-lo-ei, e o honrarei.
16. Com longura de dias fartá-lo-ei, e lhe mostrarei a minha salvação.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 92
1. Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó
Altíssimo,
2. anunciar de manhã a tua benignidade, e à noite a tua fidelidade,
3. sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério, ao som solene
da harpa.
4. Pois me alegraste, Senhor, pelos teus feitos; exultarei nas obras das
tuas mãos.
5. Quão grandes são, ó Senhor, as tuas obras! quão profundos são os
teus pensamentos!
6. O homem néscio não sabe, nem o insensato entende isto:
7. quando os ímpios brotam como a erva, e florescem todos os que
praticam a iniqüidade, é para serem destruídos para sempre.
8. Mas tu, Senhor, estás nas alturas para sempre.
9. Pois eis que os teus inimigos, Senhor, eis que os teus inimigos
perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniqüidade.
10. Mas tens exaltado o meu poder, como o do boi selvagem; fui ungido com
óleo fresco.
11. Os meus olhos já viram o que é feito dos que me espreitam, e os
meus ouvidos já ouviram o que sucedeu aos malfeitores que se levantam contra
mim.
12. Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro no
Líbano.
13. Estão plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso
Deus.
14. Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes,
15. para proclamarem que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele
não há injustiça.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 93
1. O Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu,
cingiu-se de fortaleza; o mundo também está estabelecido, de modo que não
pode ser abalado.
2. O teu trono está firme desde a antigüidade; desde a eternidade tu
existes.
3. Os rios levantaram, ó Senhor, os rios levantaram o seu ruído, os
rios levantam o seu fragor.
4. Mais que o ruído das grandes águas, mais que as vagas estrondosas do
mar, poderoso é o Senhor nas alturas.
5. Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa,
Senhor, para sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 94
1. Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece!
2. Exalta-te, ó juiz da terra! dá aos soberbos o que merecem.
3. Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios exultarão?
4. Até quando falarão, dizendo coisas arrogantes, e se gloriarão todos
os que praticam a iniqüidade?
5. Esmagam o teu povo, ó Senhor, e afligem a tua herança.
6. Matam a viúva e o estrangeiro, e tiram a vida ao órfão.
7. E dizem: O Senhor não vê; o Deus de Jacó não o percebe.
8. Atendei, ó néscios, dentre o povo; e vós, insensatos, quando haveis
de ser sábios?
9. Aquele que fez ouvido, não ouvirá? ou aquele que formou o olho, não
verá?
10. Porventura aquele que disciplina as nações, não corrigirá? Aquele
que instrui o homem no conhecimento,
11. o Senhor, conhece os pensamentos do homem, que são vaidade.
12. Bem-aventurado é o homem a quem tu repreendes, ó Senhor, e a quem
ensinas a tua lei,
13. para lhe dares descanso dos dias da adversidade, até que se abra uma
cova para o ímpio.
14. Pois o Senhor não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua
herança.
15. Mas o juízo voltará a ser feito com justiça, e hão de segui-lo
todos os retos de coração.
16. Quem se levantará por mim contra os malfeitores? quem se porá ao
meu lado contra os que praticam a iniqüidade?
17. Se o Senhor não tivesse sido o meu auxílio, já a minha alma
estaria habitando no lugar do silêncio.
18. Quando eu disse: O meu pé resvala; a tua benignidade, Senhor, me
susteve.
19. Quando os cuidados do meu coração se multiplicam, as tuas
consolações recreiam a minha alma.
20. Pode acaso associar-se contigo o trono de iniqüidade, que forja o
mal tendo a lei por pretexto?
21. Acorrem em tropel contra a vida do justo, e condenam o sangue
inocente.
22. Mas o Senhor tem sido o meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu
alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu refúgio.
23. Ele fará recair sobre eles a sua própria iniqüidade, e os
destruirá na sua própria malícia; o Senhor nosso Deus os destruirá.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 95
1. Vinde, cantemos alegremente ao Senhor, cantemos com júbilo à rocha
da nossa salvação.
2. Apresentemo-nos diante dele com ações de graças, e celebremo-lo com
salmos de louvor.
3. Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande acima de todos os deuses.
4. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes
são suas.
5. Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a serra terra
seca.
6. Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que
nos criou.
7. Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas que ele
conduz. Oxalá que hoje ouvísseis a sua voz:
8. Não endureçais o vosso coração como em Meribá, como no dia de
Massá no deserto,
9. quando vossos pais me tentaram, me provaram e viram a minha obra.
10. Durante quarenta anos estive irritado com aquela geração, e disse:
É um povo que erra de coração, e não conhece os meus caminhos;
11. por isso jurei na minha ira: Eles não entrarão no meu descanso.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 96
1. Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todos os
moradores da terra.
2. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; anunciai de dia em dia a sua
salvação.
3. Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas
maravilhas.
4. Porque grande é o Senhor, e digno de ser louvado; ele é mais
temível do que todos os deuses.
5. Porque todos os deuses dos povos são ídolos; mas o Senhor fez os
céus.
6. Glória e majestade estão diante dele, força e formosura no seu
santuário.
7. Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória
e força.
8. Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferendas, e
entrai nos seus átrios.
9. Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante dele, todos
os habitantes da terra.
10. Dizei entre as nações: O Senhor reina; ele firmou o mundo, de modo
que não pode ser abalado. Ele julgará os povos com retidão.
11. Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; brame o mar e a sua
plenitude.
12. Exulte o campo, e tudo o que nele há; então cantarão de júbilo
todas as árvores do bosque
13. diante do Senhor, porque ele vem, porque vem julgar a terra: julgará
o mundo com justiça e os povos com a sua fidelidade.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 97
1. O Senhor reina, regozije-se a terra; alegrem-se as numerosas ilhas.
2. Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e eqüidade são a
base do seu trono.
3. Adiante dele vai um fogo que abrasa os seus inimigos em redor.
4. Os seus relâmpagos alumiam o mundo; a terra os vê e treme.
5. Os montes, como cerca, se derretem na presença do Senhor, na
presença do Senhor de toda a terra.
6. Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua
glória.
7. Confundidos são todos os que servem imagens esculpidas, que se
gloriam de ídolos; prostrai-vos diante dele, todos os deuses.
8. Sião ouve e se alegra, e regozijam-se as filhas de Judá por causa
dos teus juízos, Senhor.
9. Pois tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra; tu és sobremodo
exaltado acima de todos os deuses.
10. O Senhor ama aos que odeiam o mal; ele preserva as almas dos seus
santos, ele os livra das mãos dos ímpios.
11. A luz é semeada para o justo, e a alegria para os retos de
coração.
12. Alegrai-vos, ó justos, no Senhor, e rendei graças ao seu santo
nome.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 98
1. Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a
sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória.
2. O Senhor fez notória a sua salvação, manifestou a sua justiça
perante os olhos das nações.
3. Lembrou-se da sua misericórdia e da sua fidelidade para com a casa de
Israel; todas as extremidades da terra viram a salvação do nosso Deus.
4. Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra; dai
brados de alegria, regozijai-vos, e cantai louvores.
5. Louvai ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz de canto.
6. Com trombetas, e ao som de buzinas, exultai diante do Rei, o Senhor.
7. Brame o mar e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam;
8. batam palmas os rios; à uma regozijem-se os montes
9. diante do Senhor, porque vem julgar a terra; com justiça julgará o
mundo, e os povos com eqüidade.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 99
1. O Senhor reina, tremam os povos; ele está entronizado sobre os
querubins, estremeça a terra.
2. O Senhor é grande em Sião, e exaltado acima de todos os povos.
3. Louvem o teu nome, grande e tremendo; pois é santo.
4. És Rei poderoso que amas a justiça; estabeleces a eqüidade,
executas juízo e justiça em Jacó.
5. Exaltai o Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus
pés; porque ele é santo.
6. Moisés e Arão entre os seus sacerdotes, e Samuel entre os que
invocavam o seu nome, clamavam ao Senhor, e ele os ouvia.
7. Na coluna de nuvem lhes falava; eles guardavam os seus testemunhos, e
os estatutos que lhes dera.
8. Tu os ouviste, Senhor nosso Deus; tu foste para eles um Deus
perdoador, embora vingador dos seus atos.
9. Exaltai o Senhor nosso Deus e adorai-o no seu santo monte, porque o
Senhor nosso Deus é santo.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 100
1. Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra.
2. Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico.
3. Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele; somos
o seu povo e ovelhas do seu pasto.
4. Entrai pelas suas portas com ação de graças, e em seus átrios com
louvor; dai-lhe graças e bendizei o seu nome.
5. Porque o Senhor é bom; a sua benignidade dura para sempre, e a sua
fidelidade de geração em geração.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 101
1. Cantarei a benignidade e o juízo; a ti, Senhor, cantarei.
2. Portar-me-ei sabiamente no caminho reto. Oh, quando virás ter comigo?
Andarei em minha casa com integridade de coração.
3. Não porei coisa torpe diante dos meus olhos; aborreço as ações
daqueles que se desviam; isso não se apagará a mim.
4. Longe de mim estará o coração perverso; não conhecerei o mal.
5. Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei;
aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não o tolerarei.
6. Os meus olhos estão sobre os fiéis da terra, para que habitem
comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá.
7. O que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere
mentiras não estará firme perante os meus olhos.
8. De manhã em manhã destruirei todos os ímpios da terra, para
desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniqüidade.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 102
1. Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor.
2. Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina
para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.
3. Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem
como um tição.
4. O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me
esqueço de comer o meu pão.
5. Por causa do meu doloroso gemer, os meus ossos se apegam à minha
carne.
6. Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das
ruínas.
7. Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado.
8. Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se
enfurecem, me amaldiçoam.
9. Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha
bebida,
10. por causa da tua indignação e da tua ira; pois tu me levantaste e
me arrojaste de ti.
11. Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me
vou secando.
12. Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu nome será
lembrado por todas as gerações.
13. Tu te levantarás e terás piedade de Sião; pois é o tempo de te
compadeceres dela, sim, o tempo determinado já chegou.
14. Porque os teus servos têm prazer nas pedras dela, e se compadecem do
seu pó.
15. As nações, pois, temerão o nome do Senhor, e todos os reis da
terra a tua glória,
16. quando o Senhor edificar a Sião, e na sua glória se manifestar,
17. atendendo à oração do desamparado, e não desprezando a sua
súplica.
18. Escreva-se isto para a geração futura, para que um povo que está
por vir louve ao Senhor.
19. Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o Senhor para a
terra,
20. para ouvir o gemido dos presos, para libertar os sentenciados à
morte;
21. a fim de que seja anunciado em Sião o nome do Senhor, e o seu louvor
em Jerusalém,
22. quando se congregarem os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor.
23. Ele abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias.
24. Eu clamo: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos
anos alcançam todas as gerações.
25. Desde a antigüidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas
mãos.
26. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como um vestido,
envelhecerão; como roupa os mudarás, e ficarão mudados.
27. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão.
28. Os filhos dos teus servos habitarão seguros, e a sua descendência
ficará firmada diante de ti.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 103
1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o
seu santo nome.
2. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos
seus benefícios.
3. É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades, quem sara todas as tuas
enfermidades,
4. quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de
misericórdia,
5. quem te supre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova
como a da águia.
6. O Senhor executa atos de justiça, e juízo a favor de todos os
oprimidos.
7. Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos
de Israel.
8. Compassivo e misericordioso é o Senhor; tardio em irar-se e grande em
benignidade.
9. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua
ira.
10. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo as
nossas iniqüidades.
11. Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a
sua benignidade para com os que o temem.
12. Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de
nós as nossas transgressões.
13. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece
daqueles que o temem.
14. Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.
15. Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo,
assim ele floresce.
16. Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não a
conhece mais.
17. Mas é de eternidade a eternidade a benignidade do Senhor sobre
aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos,
18. sobre aqueles que guardam o seu pacto, e sobre os que se lembram dos
seus preceitos para os cumprirem.
19. O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina
sobre tudo.
20. Bendizei ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris
as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra!
21. Bendizei ao Senhor, vós todos os seus exércitos, vós ministros
seus, que executais a sua vontade!
22. Bendizei ao Senhor, vós todas as suas obras, em todos os lugares do
seu domínio! Bendizei, ó minha alma ao Senhor!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 104
1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor, Deus meu, tu és
magnificentíssimo! Estás vestido de honra e de majestade,
2. tu que te cobres de luz como de um manto, que estendes os céus como
uma cortina.
3. És tu que pões nas águas os vigamentos da tua morada, que fazes das
nuvens o teu carro, que andas sobre as asas do vento;
4. que fazes dos ventos teus mensageiros, dum fogo abrasador os teus
ministros.
5. Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não fosse abalada em
tempo algum.
6. Tu a cobriste do abismo, como dum vestido; as águas estavam sobre as
montanhas.
7. À tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão puseram-se em fuga.
8. Elevaram-se as montanhas, desceram os vales, até o lugar que lhes
determinaste.
9. Limite lhes traçaste, que não haviam de ultrapassar, para que não
tornassem a cobrir a terra.
10. És tu que nos vales fazes rebentar nascentes, que correm entre as
colinas.
11. Dão de beber a todos os animais do campo; ali os asnos monteses
matam a sua sede.
12. Junto delas habitam as aves dos céus; dentre a ramagem fazem ouvir o
seu canto.
13. Da tua alta morada regas os montes; a terra se farta do fruto das
tuas obras.
14. Fazes crescer erva para os animais, e a verdura para uso do homem, de
sorte que da terra tire o alimento,
15. o vinho que alegra o seu coração, o azeite que faz reluzir o seu
rosto, e o pão que lhe fortalece o coração.
16. Saciam-se as árvores do Senhor, os cedros do Líbano que ele
plantou,
17. nos quais as aves se aninham, e a cegonha, cuja casa está nos
ciprestes.
18. Os altos montes são um refúgio para as cabras montesas, e as rochas
para os querogrilos.
19. Designou a lua para marcar as estações; o sol sabe a hora do seu
ocaso.
20. Fazes as trevas, e vem a noite, na qual saem todos os animais da
selva.
21. Os leões novos os animais bramam pela presa, e de Deus buscam o seu
sustento.
22. Quando nasce o sol, logo se recolhem e se deitam nos seus covis.
23. Então sai o homem para a sua lida e para o seu trabalho, até a
tarde.
24. Ó Senhor, quão multiformes são as tuas obras! Todas elas as
fizeste com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas.
25. Eis também o vasto e espaçoso mar, no qual se movem seres
inumeráveis, animais pequenos e grandes.
26. Ali andam os navios, e o leviatã que formaste para nele folgar.
27. Todos esperam de ti que lhes dês o sustento a seu tempo.
28. Tu lho dás, e eles o recolhem; abres a tua mão, e eles se fartam de
bens.
29. Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a
respiração, morrem, e voltam para o seu pó.
30. Envias o teu fôlego, e são criados; e assim renovas a face da
terra.
31. Permaneça para sempre a glória do Senhor; regozije-se o Senhor nas
suas obras;
32. ele olha para a terra, e ela treme; ele toca nas montanhas, e elas
fumegam.
33. Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus
enquanto eu existir.
34. Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me regozijarei no Senhor.
35. Sejam extirpados da terra os pecadores, e não subsistam mais os
ímpios. Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Louvai ao Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 105
1. Dai graças ao Senhor; invocai o seu nome; fazei conhecidos os seus
feitos entre os povos.
2. Cantai-lhe, cantai-lhe louvores; falai de todas as suas maravilhas.
3. Gloriai-vos no seu santo nome; regozije-se o coração daqueles que
buscam ao Senhor.
4. Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente.
5. Lembrai-vos das maravilhas que ele tem feito, dos seus prodígios e
dos juízos da sua boca,
6. vós, descendência de Abraão, seu servo, vós, filhos de Jacó, seus
escolhidos.
7. Ele é o Senhor nosso Deus; os seus juízos estão em toda a terra.
8. Lembra-se perpetuamente do seu pacto, da palavra que ordenou para mil
gerações;
9. do pacto que fez com Abraão, e do seu juramento a Isaque;
10. o qual ele confirmou a Jacó por estatuto, e a Israel por pacto
eterno,
11. dizendo: A ti darei a terra de Canaã, como porção da vossa
herança.
12. Quando eles eram ainda poucos em número, de pouca importância, e
forasteiros nela,
13. andando de nação em nação, dum reino para outro povo,
14. não permitiu que ninguém os oprimisse, e por amor deles repreendeu
reis, dizendo:
15. Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas.
16. Chamou a fome sobre a terra; retirou-lhes todo o sustento do pão.
17. Enviou adiante deles um varão; José foi vendido como escravo;
18. feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a ferro,
19. até o tempo em que a sua palavra se cumpriu; a palavra do Senhor o
provou.
20. O rei mandou, e fez soltá-lo; o governador dos povos o libertou.
21. Fê-lo senhor da sua casa, e governador de toda a sua fazenda,
22. para, a seu gosto, dar ordens aos príncipes, e ensinar aos anciãos
a sabedoria.
23. Então Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cão.
24. E o Senhor multiplicou sobremodo o seu povo, e o fez mais poderoso do
que os seus inimigos.
25. Mudou o coração destes para que odiassem o seu povo, e tratassem
astutamente aos seus servos.
26. Enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera,
27. os quais executaram entre eles os seus sinais e prodígios na terra
de Cão.
28. Mandou à escuridão que a escurecesse; e foram rebeldes à sua
palavra.
29. Converteu-lhes as águas em sangue, e fez morrer os seus peixes.
30. A terra deles produziu rãs em abundância, até nas câmaras dos
seus reis.
31. Ele falou, e vieram enxames de moscas em todo o seu termo.
32. Deu-lhes saraiva por chuva, e fogo abrasador na sua terra.
33. Feriu-lhes também as vinhas e os figueirais, e quebrou as árvores
da sua terra.
34. Ele falou, e vieram gafanhotos, e pulgões em quantidade inumerável,
35. que comeram toda a erva da sua terra, e devoraram o fruto dos seus
campos.
36. Feriu também todos os primogênitos da terra deles, as primícias de
toda a sua força.
37. E fez sair os israelitas com prata e ouro, e entre as suas tribos
não havia quem tropeçasse.
38. O Egito alegrou-se quando eles saíram, porque o temor deles o
dominara.
39. Estendeu uma nuvem para os cobrir, e um fogo para os alumiar de
noite.
40. Eles pediram, e ele fez vir codornizes, e os saciou com pão do céu.
41. Fendeu a rocha, e dela brotaram águas, que correram pelos lugares
áridos como um rio.
42. Porque se lembrou da sua santa palavra, e de Abraão, seu servo.
43. Fez sair com alegria o seu povo, e com cânticos de júbilo os seus
escolhidos.
44. Deu-lhes as terras das nações, e eles herdaram o fruto do trabalho
dos povos,
45. para que guardassem os seus preceitos, e observassem as suas leis.
Louvai ao Senhor
ÍVoltar
ao topo
Salmos 106
1. Louvai ao Senhor. Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua
benignidade dura para sempre.
2. Quem pode referir os poderosos feitos do Senhor, ou anunciar todo o
seu louvor?
3. Bem-aventurados os que observam o direito, que praticam a justiça em
todos os tempos.
4. Lembra-te de mim, Senhor, quando mostrares favor ao teu povo;
visita-me com a tua salvação,
5. para que eu veja a prosperidade dos teus escolhidos, para que me
alegre com a alegria da tua nação, e me glorie juntamente com a tua herança.
6. Nós pecamos, como nossos pais; cometemos a iniqüidade, andamos
perversamente.
7. Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se
lembraram da multidão das tuas benignidades; antes foram rebeldes contra o
Altíssimo junto ao Mar Vermelho.
8. Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer
conhecido o seu poder.
9. Pois repreendeu o Mar Vermelho e este se secou; e os fez caminhar
pelos abismos como pelo deserto.
10. Salvou-os da mão do adversário, livrou-os do poder do inimigo.
11. As águas, porém, cobriram os seus adversários; nem um só deles
ficou.
12. Então creram nas palavras dele e cantaram-lhe louvor.
13. Cedo, porém, se esqueceram das suas obras; não esperaram pelo seu
conselho;
14. mas deixaram-se levar pela cobiça no deserto, e tentaram a Deus no
ermo.
15. E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de doença.
16. Tiveram inveja de Moisés no acampamento, e de Arão, o santo do
Senhor.
17. Abriu-se a terra, e engoliu a Datã, e cobriu a companhia de Abirão;
18. ateou-se um fogo no meio da congregação; e chama abrasou os
ímpios.
19. Fizeram um bezerro em Horebe, e adoraram uma imagem de fundição.
20. Assim trocaram a sua glória pela figura de um boi que come erva.
21. Esqueceram-se de Deus seu Salvador, que fizera grandes coisas no
Egito,
22. maravilhas na terra de Cão, coisas tremendas junto ao Mar Vermelho.
23. Pelo que os teria destruído, como dissera, se Moisés, seu
escolhido, não se tivesse interposto diante dele, para desviar a sua
indignação, a fim de que não os destruísse.
24. Também desprezaram a terra aprazível; não confiaram na sua
promessa;
25. antes murmuraram em suas tendas e não deram ouvidos à voz do
Senhor.
26. Pelo que levantou a sua mão contra eles, afirmando que os faria cair
no deserto;
27. que dispersaria também a sua descendência entre as nações, e os
espalharia pelas terras.
28. Também se apegaram a Baal-Peor, e comeram sacrifícios oferecidos
aos mortos.
29. Assim o provocaram à ira com as suas ações; e uma praga rebentou
entre eles.
30. Então se levantou Finéias, que executou o juízo; e cessou aquela
praga.
31. E isto lhe foi imputado como justiça, de geração em geração,
para sempre.
32. Indignaram-no também junto às águas de Meribá, de sorte que
sucedeu mal a Moisés por causa deles;
33. porque amarguraram o seu espírito; e ele falou imprudentemente com
seus lábios.
34. Não destruíram os povos, como o Senhor lhes ordenara;
35. antes se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras.
36. Serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço;
37. sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios;
38. e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas
filhas, que eles sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi manchada com
sangue.
39. Assim se contaminaram com as suas obras, e se prostituíram pelos
seus feitos.
40. Pelo que se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, de modo que
abominou a sua herança;
41. entregou-os nas mãos das nações, e aqueles que os odiavam
dominavam sobre eles.
42. Os seus inimigos os oprimiram, e debaixo das mãos destes foram eles
humilhados.
43. Muitas vezes os livrou; mas eles foram rebeldes nos seus desígnios,
e foram abatidos pela sua iniqüidade.
44. Contudo, atentou para a sua aflição, quando ouviu o seu clamor;
45. e a favor deles lembrou-se do seu pacto, e aplacou-se, segundo a
abundância da sua benignidade.
46. Por isso fez com que obtivessem compaixão da parte daqueles que os
levaram cativos.
47. Salva-nos, Senhor, nosso Deus, e congrega-nos dentre as nações,
para que louvemos o teu santo nome, e nos gloriemos no teu louvor.
48. Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de eternidade em eternidade! E
diga todo o povo: Amém. Louvai ao Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 107
1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade
dura para sempre;
2. digam-no os remidos do Senhor, os quais ele remiu da mão do inimigo,
3. e os que congregou dentre as terras, do Oriente e do Ocidente, do
Norte e do Sul.
4. Andaram desgarrados pelo deserto, por caminho ermo; não acharam
cidade em que habitassem.
5. Andavam famintos e sedentos; desfalecia-lhes a alma.
6. E clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas
angústias;
7. conduziu-os por um caminho direito, para irem a uma cidade em que
habitassem.
8. Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas
para com os filhos dos homens!
9. Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta.
10. Quanto aos que se assentavam nas trevas e sombra da morte, presos em
aflição e em ferros,
11. por se haverem rebelado contra as palavras de Deus, e desprezado o
conselho do Altíssimo,
12. eis que lhes abateu o coração com trabalho; tropeçaram, e não
houve quem os ajudasse.
13. Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das
suas angústias.
14. Tirou-os das trevas e da sombra da morte, e quebrou-lhes as prisões.
15. Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas
para com os filhos dos homens!
16. Pois quebrou as portas de bronze e despedaçou as trancas de ferro.
17. Os insensatos, por causa do seu caminho de transgressão, e por causa
das suas iniqüidades, são afligidos.
18. A sua alma aborreceu toda sorte de comida, e eles chegaram até as
portas da morte.
19. Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das
suas angústias.
20. Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou da destruição.
21. Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas
para com os filhos dos homens!
22. Ofereçam sacrifícios de louvor, e relatem as suas obras com
regozijo!
23. Os que descem ao mar em navios, os que fazem comércio nas grandes
águas,
24. esses vêem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no abismo.
25. Pois ele manda, e faz levantar o vento tempestuoso, que eleva as
ondas do mar.
26. Eles sobem ao céu, descem ao abismo; esvaece-lhes a alma de
aflição.
27. Balançam e cambaleiam como ébrios, e perdem todo o tino.
28. Então clamam ao Senhor na sua tribulação, e ele os livra das suas
angústias.
29. Faz cessar a tormenta, de modo que se acalmam as ondas.
30. Então eles se alegram com a bonança; e assim ele os leva ao porto
desejado.
31. Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas
para com os filhos dos homens!
32. Exaltem-no na congregação do povo, e louvem-no na assembléia dos
anciãos!
33. Ele converte rios em deserto, e nascentes em terra sedenta;
34. a terra frutífera em deserto salgado, por causa da maldade dos que
nela habitam.
35. Converte o deserto em lagos, e a terra seca em nascentes.
36. E faz habitar ali os famintos, que edificam uma cidade para sua
habitação;
37. semeiam campos e plantam vinhas, que produzem frutos abundantes.
38. Ele os abençoa, de modo que se multiplicam sobremaneira; e não
permite que o seu gado diminua.
39. Quando eles decrescem e são abatidos pela opressão, aflição e
tristeza,
40. ele lança o desprezo sobre os príncipes, e os faz desgarrados pelo
deserto, onde não há caminho.
41. Mas levanta da opressão o necessitado para um alto retiro, e dá-lhe
famílias como um rebanho.
42. Os retos o vêem e se regozijam, e toda a iniqüidade tapa a sua
própria boca.
43. Quem é sábio observe estas coisas, e considere atentamente as
benignidades do Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 108
1. Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei, sim, cantarei
louvores, com toda a minha alma.
2. Despertai, saltério e harpa; eu mesmo despertarei a aurora.
3. Louvar-te-ei entre os povos, Senhor, cantar-te-ei louvores entre as
nações.
4. Pois grande, acima dos céus, é a tua benignidade, e a tua verdade
ultrapassa as mais altas nuvens.
5. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus, e seja a tua glória acima de
toda a terra!
6. Para que sejam livres os teus amados, salva-nos com a tua destra, e
ouve-nos.
7. Deus falou no seu santuário: Eu me regozijarei; repartirei Siquém, e
medirei o vale de Sucote.
8. Meu é Gileade, meu é Manassés; também Efraim é o meu capacete;
Judá o meu cetro.
9. Moabe a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre
a Filístia bradarei em triunfo.
10. Quem me conduzirá à cidade fortificada? Quem me guiará até Edom?
11. Porventura não nos rejeitaste, ó Deus? Não sais, ó Deus, com os
nossos exércitos.
12. Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da
parte do homem.
13. Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os
nossos inimigos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 109
1. Ó Deus do meu louvor, não te cales;
2. pois a boca do ímpio e a boca fraudulenta se abrem contra mim; falam
contra mim com uma língua mentirosa.
3. Eles me cercam com palavras de ódio, e pelejam contra mim sem causa.
4. Em paga do meu amor são meus adversários; mas eu me dedico à
oração.
5. Retribuem-me o mal pelo bem, e o ódio pelo amor.
6. Põe sobre ele um ímpio, e esteja à sua direita um acusador.
7. Quando ele for julgado, saia condenado; e em pecado se lhe torne a sua
oração!
8. Sejam poucos os seus dias, e outro tome o seu ofício!
9. Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva a sua mulher!
10. Andem errantes os seus filhos, e mendiguem; esmolem longe das suas
habitações assoladas.
11. O credor lance mão de tudo quanto ele tenha, e despojem-no os
estranhos do fruto do seu trabalho!
12. Não haja ninguém que se compadeça dele, nem haja quem tenha pena
dos seus órfãos!
13. Seja extirpada a sua posteridade; o seu nome seja apagado na
geração seguinte!
14. Esteja na memória do Senhor a iniqüidade de seus pais; e não se
apague o pecado de sua mãe!
15. Antes estejam sempre perante o Senhor, para que ele faça desaparecer
da terra a memória deles!
16. Porquanto não se lembrou de usar de benignidade; antes perseguiu o
varão aflito e o necessitado, como também o quebrantado de coração, para o
matar.
17. Visto que amou a maldição, que ela lhe sobrevenha! Como não
desejou a bênção, que ela se afaste dele!
18. Assim como se vestiu de maldição como dum vestido, assim penetre
ela nas suas entranhas como água, e em seus ossos como azeite!
19. Seja para ele como o vestido com que ele se cobre, e como o cinto com
que sempre anda cingido!
20. Seja este, da parte do Senhor, o galardão dos meus adversários, e
dos que falam mal contra mim!
21. Mas tu, ó Deus, meu Senhor age em meu favor por amor do teu nome;
pois que é boa a tua benignidade, livra-me;
22. pois sou pobre e necessitado, e dentro de mim está ferido o meu
coração.
23. Eis que me vou como a sombra que declina; sou arrebatado como o
gafanhoto.
24. Os meus joelhos estão enfraquecidos pelo jejum, e a minha carne
perde a sua gordura.
25. Eu sou para eles objeto de opróbrio; ao me verem, meneiam a cabeça.
26. Ajuda-me, Senhor, Deus meu; salva-me segundo a tua benignidade.
27. Saibam que nisto está a tua mão, e que tu, Senhor, o fizeste.
28. Amaldiçoem eles, mas abençoa tu; fiquem confundidos os meus
adversários; mas alegre-se o teu servo!
29. Vistam-se de ignomínia os meus acusadores, e cubram-se da sua
própria vergonha como dum manto!
30. Muitas graças darei ao Senhor com a minha boca;
31. Pois ele se coloca à direita do poder, para o salvar dos que o
condenam.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 110
1. Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu
ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
2. O Senhor enviará de Sião o cetro do teu poder. Domina no meio dos
teus inimigos.
3. O teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do teu poder, em
trajes santos; como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua
mocidade.
4. Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque.
5. O Senhor, à tua direita, quebrantará reis no dia da sua ira.
6. Julgará entre as nações; enchê-las-á de cadáveres; quebrantará
os cabeças por toda a terra.
7. Pelo caminho beberá da corrente, e prosseguirá de cabeça erguida.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 111
1. Louvai ao Senhor. De todo o coração darei graças ao Senhor, no
concílio dos retos e na congregação.
2. Grandes são as obras do Senhor, e para serem estudadas por todos os
que nelas se comprazem.
3. Glória e majestade há em sua obra; e a sua justiça permanece para
sempre.
4. Ele fez memoráveis as suas maravilhas; compassivo e misericordioso é
o Senhor.
5. Dá mantimento aos que o temem; lembra-se sempre do seu pacto.
6. Mostrou ao seu povo o poder das suas obras, dando-lhe a herança das
nações.
7. As obras das suas mãos são verdade e justiça; fiéis são todos os
seus preceitos;
8. firmados estão para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão.
9. Enviou ao seu povo a redenção; ordenou para sempre o seu pacto;
santo e tremendo é o seu nome.
10. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento
todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 112
1. Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em
seus mandamentos tem grande prazer!
2. A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos retos
será abençoada.
3. Bens e riquezas há na sua casa; e a sua justiça permanece para
sempre.
4. Aos retos nasce luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e
justo.
5. Ditoso é o homem que se compadece, e empresta, que conduz os seus
negócios com justiça;
6. pois ele nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna.
7. Ele não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando
no Senhor.
8. O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que veja
cumprido o seu desejo sobre os seus adversários.
9. Espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça subsiste para sempre; o
seu poder será exaltado em honra.
10. O ímpio vê isto e se enraivece; range os dentes e se consome; o
desejo dos ímpios perecerá.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 113
1. Louvai ao Senhor. Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor.
2. Bendito seja o nome do Senhor, desde agora e para sempre.
3. Desde o nascimento do sol até o seu ocaso, há de ser louvado o nome
do Senhor.
4. Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória
acima dos céus.
5. Quem é semelhante ao Senhor nosso Deus, que tem o seu assento nas
alturas,
6. que se inclina para ver o que está no céu e na terra?
7. Ele levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o necessitado,
8. para o fazer sentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu
povo.
9. Ele faz com que a mulher estéril habite em família, e seja alegre
mãe de filhos. Louvai ao Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 114
1. Quando Israel saiu do Egito, e a casa de Jacó dentre um povo de
língua estranha,
2. Judá tornou-lhe o santuário, e Israel o seu domínio.
3. O mar viu isto, e fugiu; o Jordão tornou atrás.
4. Os montes saltaram como carneiros, e os outeiros como cordeiros do
rebanho.
5. Que tens tu, ó mar, para fugires? e tu, ó Jordão, para tornares
atrás?
6. E vós, montes, que saltais como carneiros, e vós outeiros, como
cordeiros do rebanho?
7. Treme, ó terra, na presença do Senhor, na presença do Deus de
Jacó,
8. o qual converteu a rocha em lago de águas, a pederneira em manancial.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 115
1. Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por
amor da tua benignidade e da tua verdade.
2. Por que perguntariam as nações: Onde está o seu Deus?
3. Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz.
4. Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem.
5. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;
6. têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram;
7. têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum
sai da sua garganta.
8. Semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam.
9. Confia, ó Israel, no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.
10. Casa de Arão, confia no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.
11. Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor; ele é seu auxílio
e seu escudo.
12. O Senhor tem-se lembrado de nós, abençoar-nos-á; abençoará a
casa de Israel; abençoará a casa de Arão;
13. abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes.
14. Aumente-vos o Senhor cada vez mais, a vós e a vossos filhos.
15. Sede vós benditos do Senhor, que fez os céus e a terra.
16. Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos
dos homens.
17. Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio;
18. nós, porém, bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre. Louvai
ao Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 116
1. Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e a minha súplica.
2. Porque inclina para mim o seu ouvido, invocá-lo-ei enquanto viver.
3. Os laços da morte me cercaram; as angústias do Seol se apoderaram de
mim; sofri tribulação e tristeza.
4. Então invoquei o nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, eu te rogo,
livra-me.
5. Compassivo é o Senhor, e justo; sim, misericordioso é o nosso Deus.
6. O Senhor guarda os simples; quando me acho abatido, ele me salva.
7. Volta, minha alma, ao teu repouso, pois o Senhor te fez bem.
8. Pois livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os
meus pés de tropeçar.
9. Andarei perante o Senhor, na terra dos viventes.
10. Cri, por isso falei; estive muito aflito.
11. Eu dizia na minha precipitação: Todos os homens são mentirosos.
12. Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?
13. Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor.
14. Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo.
15. Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos.
16. Ó Senhor, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva;
soltaste as minhas cadeias.
17. Oferecer-te-ei sacrifícios de ação de graças, e invocarei o nome
do Senhor.
18. Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo,
19. nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém! Louvai
ao Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 117
1. Louvai ao Senhor todas as nações, exaltai-o todos os povos.
2. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor
dura para sempre. Louvai ao Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 118
1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade
dura para sempre.
2. Diga, pois, Israel: A sua benignidade dura para sempre.
3. Diga, pois, a casa de Arão: A sua benignidade dura para sempre.
4. Digam, pois, os que temem ao Senhor: A sua benignidade dura para
sempre.
5. Do meio da angústia invoquei o Senhor; o Senhor me ouviu, e me pôs
em um lugar largo.
6. O Senhor é por mim, não recearei; que me pode fazer o homem?
7. O Senhor é por mim entre os que me ajudam; pelo que verei cumprido o
meu desejo sobre os que me odeiam.
8. É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no homem.
9. É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar nos príncipes.
10. Todas as nações me cercaram, mas em nome do Senhor eu as
exterminei.
11. Cercaram-me, sim, cercaram-me; mas em nome do Senhor eu as
exterminei.
12. Cercaram-me como abelhas, mas apagaram-se como fogo de espinhos; pois
em nome do Senhor as exterminei.
13. Com força me impeliste para me fazeres cair, mas o Senhor me ajudou.
14. O Senhor é a minha força e o meu cântico; tornou-se a minha
salvação.
15. Nas tendas dos justos há jubiloso cântico de vitória; a destra do
Senhor faz proezas.
16. A destra do Senhor se exalta, a destra do Senhor faz proezas.
17. Não morrerei, mas viverei, e contarei as obras do Senhor.
18. O Senhor castigou-me muito, mas não me entregou à morte.
19. Abre-me as portas da justiça, para que eu entre por elas e dê
graças ao Senhor.
20. Esta é a porta do Senhor; por ela os justos entrarão.
21. Graças te dou porque me ouviste, e te tornaste a minha salvação.
22. A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra
angular.
23. Foi o Senhor que fez isto e é maravilhoso aos nossos olhos.
24. Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele.
25. Ó Senhor, salva, nós te pedimos; ó Senhor, nós te pedimos,
envia-nos a prosperidade.
26. Bendito aquele que vem em nome do Senhor; da casa do Senhor vos
bendizemos.
27. O Senhor é Deus, e nos concede a luz; atai a vítima da festa com
cordas às pontas do altar.
28. Tu és o meu Deus, e eu te darei graças; tu és o meu Deus, e eu te
exaltarei.
29. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade
dura para sempre. a tua palavra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 119
1. Bem-aventurados os que trilham com integridade o seu caminho, os que
andam na lei do Senhor!
2. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, que o buscam de
todo o coração,
3. que não praticam iniqüidade, mas andam nos caminhos dele!
4. Tu ordenaste os teus preceitos, para que fossem diligentemente
observados.
5. Oxalá sejam os meus caminhos dirigidos de maneira que eu observe os
teus estatutos!
6. Então não ficarei confundido, atentando para todos os teus
mandamentos.
7. Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido as tuas
retas ordenanças.
8. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente!
9. Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a
tua palavra.
10. De todo o meu coração tenho te buscado; não me deixes desviar dos
teus mandamentos.
11. Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti.
12. Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos.
13. Com os meus lábios declaro todas as ordenanças da tua boca.
14. Regozijo-me no caminho dos teus testemunhos, tanto como em todas as
riquezas.
15. Em teus preceitos medito, e observo os teus caminhos.
16. Deleitar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra.
17. Faze bem ao teu servo, para que eu viva; assim observarei a tua
palavra.
18. Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei.
19. Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.
20. A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanças em todo o
tempo.
21. Tu repreendeste os soberbos, os malditos, que se desviam dos teus
mandamentos.
22. Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois tenho guardado os
teus testemunhos.
23. Príncipes sentaram-se e falavam contra mim, mas o teu servo meditava
nos teus estatutos.
24. Os teus testemunhos são o meu prazer e os meus conselheiros.
25. A minha alma apega-se ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra.
26. Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me os teus
estatutos.
27. Faze-me entender o caminho dos teus preceitos; assim meditarei nas
tuas maravilhas.
28. A minha alma se consome de tristeza; fortalece-me segundo a tua
palavra.
29. Desvia de mim o caminho da falsidade, e ensina-me benignidade a tua
lei.
30. Escolhi o caminho da fidelidade; diante de mim pus as tuas
ordenanças.
31. Apego-me aos teus testemunhos, ó Senhor; não seja eu envergonhado.
32. Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu
coração.
33. Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e eu o guardarei
até o fim.
34. Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei, e a observe de
todo o meu coração.
35. Faze-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque nela me
comprazo.
36. Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e não para a
cobiça.
37. Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu
caminho.
38. Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor.
39. Desvia de mim o opróbrio que temo, pois as tuas ordenanças são
boas.
40. Eis que tenho anelado os teus preceitos; vivifica-me por tua
justiça.
41. Venha também sobre mim a tua benignidade, ó Senhor, e a tua
salvação, segundo a tua palavra.
42. Assim terei o que responder ao que me afronta, pois confio na tua
palavra.
43. De minha boca não tires totalmente a palavra da verdade, pois tenho
esperado nos teus juízos.
44. Assim observarei de contínuo a tua lei, para sempre e eternamente;
45. e andarei em liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos.
46. Falarei dos teus testemunhos perante os reis, e não me
envergonharei.
47. Deleitar-me-ei em teus mandamentos, que eu amo.
48. Também levantarei as minhas mãos para os teus mandamentos, que amo,
e meditarei nos teus estatutos.
49. Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar.
50. Isto é a minha consolação na minha angústia, que a tua promessa
me vivifica.
51. Os soberbos zombaram grandemente de mim; contudo não me desviei da
tua lei.
52. Lembro-me dos teus juízos antigos, ó Senhor, e assim me consolo.
53. Grande indignação apoderou-se de mim, por causa dos ímpios que
abandonam a tua lei.
54. Os teus estatutos têm sido os meus cânticos na casa da minha
peregrinação.
55. De noite me lembrei do teu nome, ó Senhor, e observei a tua lei.
56. Isto me sucedeu, porque tenho guardado os teus preceitos.
57. O Senhor é o meu quinhão; prometo observar as tuas palavras.
58. De todo o meu coração imploro o teu favor; tem piedade de mim,
segundo a tua palavra.
59. Quando considero os meus caminhos, volto os meus pés para os teus
testemunhos.
60. Apresso-me sem detença a observar os teus mandamentos.
61. Enleiam-me os laços dos ímpios; mas eu não me esqueço da tua lei.
62. À meia-noite me levanto para dar-te graças, por causa dos teus
retos juízos.
63. Companheiro sou de todos os que te temem, e dos que guardam os teus
preceitos.
64. A terra, ó Senhor, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus
estatutos.
65. Tens usado de bondade para com o teu servo, Senhor, segundo a tua
palavra.
66. Ensina-me bom juízo e ciência, pois creio nos teus mandamentos.
67. Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas agora guardo a tua
palavra.
68. Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus estatutos.
69. Os soberbos forjam mentiras contra mim; mas eu de todo o coração
guardo os teus preceitos.
70. Torna-se-lhes insensível o coração como a gordura; mas eu me
deleito na tua lei.
71. Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.
72. Melhor é para mim a lei da tua boca do que milhares de ouro e prata.
73. As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que
aprenda os teus mandamentos.
74. Os que te temem me verão e se alegrarão, porque tenho esperado na
tua palavra.
75. Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos são retos, e que em tua
fidelidade me afligiste.
76. Sirva, pois, a tua benignidade para me consolar, segundo a palavra
que deste ao teu servo.
77. Venham sobre mim as tuas ternas misericórdias, para que eu viva,
pois a tua lei é o meu deleite.
78. Envergonhados sejam os soberbos, por me haverem subvertido sem causa;
mas eu meditarei nos teus preceitos.
79. Voltem-se para mim os que te temem, para que conheçam os teus
testemunhos.
80. Seja perfeito o meu coração nos teus estatutos, para que eu não
seja envergonhado.
81. Desfalece a minha alma, aguardando a tua salvação; espero na tua
palavra.
82. Os meus olhos desfalecem, esperando por tua promessa, enquanto eu
pergunto: Quando me consolarás tu?
83. Pois tornei-me como odre na fumaça, mas não me esqueci dos teus
estatutos.
84. Quantos serão os dias do teu servo? Até quando não julgarás
aqueles que me perseguem?
85. Abriram covas para mim os soberbos, que não andam segundo a tua lei.
86. Todos os teus mandamentos são fiéis. Sou perseguido injustamente;
ajuda-me!
87. Quase que me consumiram sobre a terra, mas eu não deixei os teus
preceitos.
88. Vivifica-me segundo a tua benignidade, para que eu guarde os
testemunhos da tua boca.
89. Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus.
90. A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a
terra, e firme permanece.
91. Conforme a tua ordenança, tudo se mantém até hoje, porque todas as
coisas te obedecem.
92. Se a tua lei não fora o meu deleite, então eu teria perecido na
minha angústia.
93. Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me tens
vivificado.
94. Sou teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos.
95. Os ímpios me espreitam para me destruírem, mas eu atento para os
teus testemunhos.
96. A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é ilimitado.
97. Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo.
98. O teu mandamento me faz mais sábio do que meus inimigos, pois está
sempre comigo.
99. Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus
testemunhos são a minha meditação.
100. Sou mais entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus
preceitos.
101. Retenho os meus pés de todo caminho mau, a fim de observar a tua
palavra.
102. Não me aperto das tuas ordenanças, porque és tu quem me instrui.
103. Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do
que o mel à minha boca.
104. Pelos teus preceitos alcanço entendimento, pelo que aborreço toda
vereda de falsidade.
105. Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu
caminho.
106. Fiz juramento, e o confirmei, de guardar as tuas justas ordenanças.
107. Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra.
108. Aceita, Senhor, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca,
e ensina-me as tuas ordenanças.
109. Estou continuamente em perigo de vida; todavia não me esqueço da
tua lei.
110. Os ímpios me armaram laço, contudo não me desviei dos teus
preceitos.
111. Os teus testemunhos são a minha herança para sempre, pois são
eles o gozo do meu coração.
112. Inclino o meu coração a cumprir os teus estatutos, para sempre,
até o fim.
113. Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei.
114. Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero na tua palavra.
115. Apartai-vos de mim, malfeitores, para que eu guarde os mandamentos
do meu Deus.
116. Ampara-me conforme a tua palavra, para que eu viva; e não permitas
que eu seja envergonhado na minha esperança.
117. Sustenta-me, e serei salvo, e de contínuo terei respeito aos teus
estatutos.
118. Desprezas todos os que se desviam dos teus estatutos, pois a
astúcia deles é falsidade.
119. Deitas fora, como escória, todos os ímpios da terra; pelo que amo
os teus testemunhos.
120. Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e tenho medo dos teus
juízos.
121. Tenho praticado a retidão e a justiça; não me abandones aos meus
opressores.
122. Fica por fiador do teu servo para o bem; não me oprimem os
soberbos.
123. Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa
da tua justiça.
124. Trata com o teu servo segundo a tua benignidade, e ensina-me os teus
estatutos.
125. Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu conheça os teus
testemunhos.
126. É tempo de agires, ó Senhor, pois eles violaram a tua lei.
127. Pelo que amo os teus mandamentos mais do que o ouro, sim, mais do
que o ouro fino.
128. Por isso dirijo os meus passos por todos os teus preceitos, e
aborreço toda vereda de falsidade.
129. Maravilhosos são os teus testemunhos, por isso a minha alma os
guarda.
130. A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos
simples.
131. Abro a minha boca e arquejo, pois estou anelante pelos teus
mandamentos.
132. Volta-te para mim, e compadece-te de mim, conforme usas para com os
que amam o teu nome.
133. Firma os meus passos na tua palavra; e não se apodere de mim
iniqüidade alguma.
134. Resgata-me da opressão do homem; assim guardarei os teus preceitos.
135. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo, e ensina-me os teus
estatutos.
136. Os meus olhos derramam rios de lágrimas, porque os homens não
guardam a tua lei.
137. Justo és, ó Senhor, e retos são os teus juízos.
138. Ordenaste os teus testemunhos com retidão, e com toda a fidelidade.
139. O meu zelo me consome, porque os meus inimigos se esquecem da tua
palavra.
140. A tua palavra é fiel a toda prova, por isso o teu servo a ama.
141. Pequeno sou e desprezado, mas não me esqueço dos teus preceitos.
142. A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a verdade.
143. Tribulação e angústia se apoderaram de mim; mas os teus
mandamentos são o meu prazer.
144. Justos são os teus testemunhos para sempre; dá-me entendimento,
para que eu viva.
145. Clamo de todo o meu coração; atende-me, Senhor! Eu guardarei os
teus estatutos.
146. A ti clamo; salva-me, para que guarde os teus testemunhos.
147. Antecipo-me à alva da manhã e clamo; aguardo com esperança as
tuas palavras.
148. Os meus olhos se antecipam às vigílias da noite, para que eu
medite na tua palavra.
149. Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó Senhor,
segundo a tua justiça.
150. Aproximam-se os que me perseguem maliciosamente; andam afastados da
tua lei.
151. Tu estás perto, Senhor, e todos os teus mandamentos são verdade.
152. Há muito sei eu dos teus testemunhos que os fundaste para sempre.
153. Olha para a minha aflição, e livra-me, pois não me esqueço da
tua lei.
154. Pleiteia a minha causa, e resgata-me; vivifica-me segundo a tua
palavra.
155. A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam os teus
estatutos.
156. Muitas são, Senhor, as tuas misericórdias; vivifica-me segundo os
teus juízos.
157. Muitos são os meus perseguidores e os meus adversários, mas não
me desvio dos teus testemunhos.
158. Vi os pérfidos, e me afligi, porque não guardam a tua palavra.
159. Considera como amo os teus preceitos; vivifica-me, Senhor, segundo a
tua benignidade.
160. A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas
ordenanças dura para sempre.
161. Príncipes me perseguem sem causa, mas o meu coração teme as tuas
palavras.
162. Regozijo-me com a tua palavra, como quem acha grande despojo.
163. Odeio e abomino a falsidade; amo, porém, a tua lei.
164. Sete vezes no dia te louvo pelas tuas justas ordenanças.
165. Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada que os faça
tropeçar.
166. Espero, Senhor, na tua salvação, e cumpro os teus mandamentos.
167. A minha alma observa os teus testemunhos; amo-os extremamente.
168. Observo os teus preceitos e os teus testemunhos, pois todos os meus
caminhos estão diante de ti.
169. Chegue a ti o meu clamor, ó Senhor; dá-me entendimento conforme a
tua palavra.
170. Chegue à tua presença a minha súplica; livra-me segundo a tua
palavra.
171. Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas os teus estatutos.
172. Celebre a minha língua a tua palavra, pois todos os teus
mandamentos são justos.
173. Esteja pronta a tua mão para me socorrer, pois escolhi os teus
preceitos.
174. Anelo por tua salvação, ó Senhor; a tua lei é o meu prazer.
175. Que minha alma viva, para que te louve; ajudem-me as tuas
ordenanças.
176. Desgarrei-me como ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me
esqueço dos teus mandamentos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 120
1. Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me ouviu.
2. Senhor, livra-me dos lábios mentirosos e da língua enganadora.
3. Que te será dado, ou que te será acrescentado, língua enganadora?
4. Flechas agudas do valente, com brasas vivas de zimbro!
5. Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito entre as tendas de
Quedar!
6. Há muito que eu habito com aqueles que odeiam a paz.
7. Eu sou pela paz; mas quando falo, eles são pela guerra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 121
1. Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro?
2. O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.
3. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará.
4. Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel.
5. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão
direita.
6. De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite.
7. O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida.
8. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para
sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 122
1. Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.
2. Os nossos pés estão parados dentro das tuas portas, ó Jerusalém!
3. Jerusalém, que és edificada como uma cidade compacta,
4. aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho para
Israel, a fim de darem graças ao nome do Senhor.
5. Pois ali estão postos os tronos de julgamento, os tronos da casa de
Davi.
6. Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam.
7. Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus
palácios.
8. Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz dentro de ti.
9. Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 123
1. A ti levanto os meus olhos, ó tu que estás entronizado nos céus.
2. Eis que assim como os olhos dos servos atentam para a mão do seu
senhor, e os olhos da serva para a mão de sua senhora, assim os nossos olhos
atentam para o Senhor nosso Deus, até que ele se compadeça de nós.
3. Compadece-te de nós, ó Senhor, compadece-te de nós, pois estamos
sobremodo fartos de desprezo.
4. A nossa alma está sobremodo farta da zombaria dos arrogantes, e do
desprezo dos soberbos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 124
1. Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel:
2. Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se
levantaram contra nós,
3. eles nos teriam tragado vivos, quando a sua ira se acendeu contra
nós;
4. as águas nos teriam submergido, e a torrente teria passado sobre
nós;
5. sim, as águas impetuosas teriam passado sobre nós.
6. Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos dentes
deles.
7. Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço
quebrou-se, e nós escapamos.
8. O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 125
1. Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode
ser abalado, mas permanece para sempre.
2. Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim o Senhor está ao
redor do seu povo, desde agora e para sempre.
3. Porque o cetro da impiedade não repousará sobre a sorte dos justos,
para que os justos não estendam as suas mãos para cometer a iniqüidade.
4. Faze o bem, ó Senhor, aos bons e aos que são retos de coração.
5. Mas aos que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o
Senhor juntamente com os que praticam a maldade. Que haja paz sobre Israel.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 126
1. Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, éramos
como os que estão sonhando.
2. Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cânticos.
Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles.
3. Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres.
4. Faze regressar os nossos cativos, Senhor, como as correntes no sul.
5. Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão.
6. Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com
cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 127
1. Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam;
se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
2. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão
de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.
3. Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do
ventre o seu galardão.
4. Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.
5. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão
confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 128
1. Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e anda nos seus
caminhos.
2. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.
3. A tua mulher será como a videira frutífera, no interior da tua casa;
os teus filhos como plantas de oliveira, ao redor da tua mesa.
4. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor.
5. De Sião o Senhor te abençoará; verás a prosperidade de Jerusalém
por todos os dias da tua vida,
6. e verás os filhos de teus filhos. A paz seja sobre Israel.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 129
1. Gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, diga agora Israel;
2. gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, todavia não
prevaleceram contra mim.
3. Os lavradores araram sobre as minhas costas; compridos fizeram os seus
sulcos.
4. O Senhor é justo; ele corta as cordas dos ímpios.
5. Sejam envergonhados e repelidos para trás todos os que odeiam a
Sião.
6. Sejam como a erva dos telhados, que seca antes de florescer;
7. com a qual o segador não enche a mão, nem o regaço o que ata os
feixes;
8. nem dizem os que passam: A bênção do Senhor seja sobre vós; nós
vos abençoamos em nome do Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 130
1. Das profundezas clamo a ti, ó Senhor.
2. Senhor, escuta a minha voz; estejam os teus ouvidos atentos à voz das
minhas súplicas.
3. Se tu, Senhor, observares as iniqüidades, Senhor, quem subsistirá?
4. Mas contigo está o perdão, para que sejas temido.
5. Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra.
6. A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da
manhã, sim, mais do que os guardas pela manhã.
7. Espera, ó Israel, no Senhor! pois com o Senhor há benignidade, e com
ele há copiosa redenção;
8. e ele remirá a Israel de todas as suas iniqüidades.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 131
1. Senhor, o meu coração não é soberbo, nem os meus olhos são
altivos; não me ocupo de assuntos grandes e maravilhosos demais para mim.
2. Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma; qual
criança desmamada sobre o seio de sua mãe, qual criança desmamada está a
minha alma para comigo.
3. Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 132
1. Lembra-te, Senhor, a bem de Davi, de todas as suas aflições;
2. como jurou ao Senhor, e fez voto ao Poderoso de Jacó, dizendo:
3. Não entrarei na casa em que habito, nem subirei ao leito em que
durmo;
4. não darei sono aos meus olhos, nem adormecimento às minhas
pálpebras,
5. até que eu ache um lugar para o Senhor uma morada para o Poderoso de
Jacó.
6. Eis que ouvimos falar dela em Efrata, e a achamos no campo de Jaar.
7. Entremos nos seus tabernáculos; prostremo-nos ante o escabelo de seus
pés.
8. Levanta-te, Senhor, entra no lugar do teu repouso, tu e a arca da tua
força.
9. Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e exultem de júbilo os teus
santos.
10. Por amor de Davi, teu servo, não rejeites a face do teu ungido.
11. O Senhor jurou a Davi com verdade, e não se desviará dela: Do fruto
das tuas entranhas porei sobre o teu trono.
12. Se os teus filhos guardarem o meu pacto, e os meus testemunhos, que
eu lhes hei de ensinar, também os seus filhos se assentarão perpetuamente no
teu trono.
13. Porque o Senhor escolheu a Sião; desejou-a para sua habitação,
dizendo:
14. Este é o lugar do meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o
tenho desejado.
15. Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus
necessitados.
16. Vestirei de salvação os seus sacerdotes; e de júbilo os seus
santos exultarão
17. Ali farei brotar a força de Davi; preparei uma lâmpada para o meu
ungido.
18. Vestirei de confusão os seus inimigos; mas sobre ele resplandecerá
a sua coroa.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 133
1. Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!
2. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a
barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes;
3. como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque
ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 134
1. Eis aqui, bendizei ao Senhor, todos vós, servos do Senhor, que de
noite assistis na casa do Senhor.
2. Erguei as mãos para o santuário, e bendizei ao Senhor.
3. Desde Sião te abençoe o Senhor, que fez os céus e a terra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 135
1. Louvai ao Senhor. Louvai o nome do Senhor; louvai-o, servos do Senhor,
2. vós que assistis na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso
Deus.
3. Louvai ao Senhor, porque o Senhor é bom; cantai louvores ao seu nome,
porque ele é bondoso.
4. Porque o Senhor escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu tesouro
peculiar.
5. Porque eu conheço que o Senhor é grande e que o nosso Senhor está
acima de todos os deuses.
6. Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e
em todos os abismos.
7. Faz subir os vapores das extremidades da terra; faz os relâmpagos
para a chuva; tira os ventos dos seus tesouros.
8. Foi ele que feriu os primogênitos do Egito, desde os homens até os
animais;
9. que operou sinais e prodígios no meio de ti, ó Egito, contra Faraó
e contra os seus servos;
10. que feriu muitas nações, e matou reis poderosos:
11. a Siom, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basã, e a todos os reinos
de Canaã;
12. e deu a terra deles em herança, em herança a Israel, seu povo.
13. O teu nome, ó Senhor, subsiste para sempre; e a tua memória, ó
Senhor, por todas as gerações.
14. Pois o Senhor julgará o seu povo, e se compadecerá dos seus servos.
15. Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens;
16. têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;
17. têm ouvidos, mas não ouvem; nem há sopro algum na sua boca.
18. Semelhantemente a eles se tornarão os que os fazem, e todos os que
neles confiam.
19. Ó casa de Israel, bendizei ao Senhor; ó casa de Arão, bendizei ao
Senhor;
20. ó casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós, os que temeis ao Senhor,
bendizei ao Senhor.
21. Desde Sião seja bendito o Senhor, que habita em Jerusalém. Louvai
ao Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 136
1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade
dura para sempre.
2. Dai graças ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade dura para
sempre
3. Dai graças ao Senhor dos senhores, porque a sua benignidade dura para
sempre;
4. ao único que faz grandes maravilhas, porque a sua benignidade dura
para sempre;
5. àquele que com entendimento fez os céus, porque a sua benignidade
dura para sempre;
6. àquele que estendeu a terra sobre as águas, porque a sua benignidade
dura para sempre;
7. àquele que fez os grandes luminares, porque a sua benignidade dura
para sempre;
8. o sol para governar de dia, porque a sua benignidade dura para sempre;
9. a lua e as estrelas para presidirem a noite, porque a sua benignidade
dura para sempre;
10. àquele que feriu o Egito nos seus primogênitos, porque a sua
benignidade dura para sempre;
11. e que tirou a Israel do meio deles, porque a sua benignidade dura
para sempre;
12. com mão forte, e com braço estendido, porque a sua benignidade dura
para sempre;
13. àquele que dividiu o Mar Vermelho em duas partes, porque a sua
benignidade dura para sempre;
14. e fez passar Israel pelo meio dele, porque a sua benignidade dura
para sempre;
15. mas derrubou a Faraó com o seu exército no Mar Vermelho, porque a
sua benignidade dura para sempre;
16. àquele que guiou o seu povo pelo deserto, porque a sua benignidade
dura para sempre;
17. àquele que feriu os grandes reis, porque a sua benignidade dura para
sempre;
18. e deu a morte a reis famosos, porque a sua benignidade dura para
sempre.
19. a Siom, rei dos amorreus, porque a sua benignidade dura para sempre;
20. e a Ogue, rei de Basã, porque a sua benignidade dura para sempre;
21. e deu a terra deles em herança, porque a sua benignidade dura para
sempre;
22. sim, em herança a Israel, seu servo, porque a sua benignidade dura
para sempre;
23. que se lembrou de nós em nossa humilhação, porque a sua
benignidade dura para sempre;
24. e nos libertou dos nossos inimigos, porque a sua benignidade dura
para sempre;
25. que dá alimento a toda a carne, porque a sua benignidade dura para
sempre.
26. Dai graças ao Deus dos céus, porque a sua benignidade dura para
sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 137
1. Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a
chorar, recordando-nos de Sião.
2. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas,
3. pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os
que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos
de Sião.
4. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira?
5. Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da
sua destreza.
6. Apegue-se-me a língua ao céu da boca, se não me lembrar de ti, se
eu não preferir Jerusalém à minha maior alegria.
7. Lembra-te, Senhor, contra os edomitas, do dia de Jerusalém, porque
eles diziam: Arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces.
8. Ah! filha de Babilônia, devastadora; feliz aquele que te retribuir
consoante nos fizeste a nós;
9. feliz aquele que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedra.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 138
1. Graças te dou de todo o meu coração; diante dos deuses a ti canto
louvores.
2. Inclino-me para o teu santo templo, e louvo o teu nome pela tua
benignidade, e pela tua fidelidade; pois engrandeceste acima de tudo o teu nome
e a tua palavra.
3. No dia em que eu clamei, atendeste-me; alentaste-me, fortalecendo a
minha alma.
4. Todos os reis da terra de louvarão, ó Senhor, quando ouvirem as
palavras da tua boca;
5. e cantarão os caminhos do Senhor, pois grande é a glória do Senhor.
6. Ainda que o Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde; mas ao
soberbo, conhece-o de longe.
7. Embora eu ande no meio da angústia, tu me revivificas; contra a ira
dos meus inimigos estendes a tua mão, e a tua destra me salva.
8. O Senhor aperfeiçoará o que me diz respeito. A tua benignidade, ó
Senhor, dura para sempre; não abandones as obras das tuas mãos.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 139
1. Senhor, tu me sondas, e me conheces.
2. Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu
pensamento.
3. Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus
caminhos.
4. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo
conheces.
5. Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão.
6. Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o
posso atingir.
7. Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua
presença?
8. Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis
que tu ali estás também.
9. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
10. ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
11. Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me
circunda;
12. nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece
como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.
13. Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha
mãe.
14. Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui
formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
15. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado,
e esmeradamente tecido nas profundezas da terra.
16. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro
foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando
ainda não havia nem um deles.
17. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande
é a soma deles!
18. Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando
acordo ainda estou contigo.
19. Oxalá que matasses o perverso, ó Deus, e que os homens
sanguinários se apartassem de mim,
20. homens que se rebelam contra ti, e contra ti se levantam para o mal.
21. Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam? e não me aflijo por
causa dos que se levantam contra ti?
22. Odeio-os com ódio completo; tenho-os por inimigos.
23. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os
meus pensamentos;
24. vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho
eterno.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 140
1. Livra-me, ó Senhor, dos homens maus; guarda-me dos homens violentos,
2. os quais maquinam maldades no coração; estão sempre projetando
guerras.
3. Aguçaram as línguas como a serpente; peçonha de áspides está
debaixo dos seus lábios.
4. Guarda-me, ó Senhor, das mãos dos ímpios; preserva-me dos homens
violentos, os quais planejaram transtornar os meus passos.
5. Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam uma rede à beira
do caminho; puseram-me armadilhas.
6. Eu disse, ao Senhor: Tu és o meu Deus; dá ouvidos, ó Senhor, à voz
das minhas súplicas.
7. Ó Senhor, meu Senhor, meu forte libertador, tu cobriste a minha
cabeça no dia da batalha.
8. Não concedas, ó Senhor, aos ímpios os seus desejos; não deixes ir
por diante o seu mau propósito.
9. Não levantem a cabeça os que me cercam; cubra-os a maldade dos seus
lábios.
10. Caiam sobre eles brasas vivas; sejam lançados em covas profundas,
para que não se tornem a levantar!
11. Não se estabeleça na terra o caluniador; o mal persiga o homem
violento com golpe sobre golpe.
12. Sei que o Senhor manterá a causa do aflito, e o direito do
necessitado.
13. Decerto os justos louvarão o teu nome; os retos habitarão na tua
presença.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 141
1. Ó Senhor, a ti clamo; dá-te pressa em me acudir! Dá ouvidos à
minha voz, quando a ti clamo!
2. Suba a minha oração, como incenso, diante de ti, e seja o levantar
das minhas mãos como o sacrifício da tarde!
3. Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus
lábios!
4. Não inclines o meu coração para o mal, nem para se ocupar de coisas
más, com aqueles que praticam a iniqüidade; e não coma eu das suas gulodices!
5. Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e repreenda-me, isso
será como óleo sobre a minha cabeça; não o recuse a minha cabeça; mas
continuarei a orar contra os feitos dos ímpios.
6. Quando os seus juízes forem arremessados duma penha abaixo, saberão
que as palavras do Senhor são verdadeiras.
7. Como quando alguém lavra e sulca a terra, são os nossos ossos
espalhados à boca do Seol.
8. Mas os meus olhos te contemplam, ó Senhor, meu Senhor; em ti tenho
buscado refúgio; não me deixes sem defesa!
9. Guarda-me do laço que me armaram, e das armadilhas dos que praticam a
iniqüidade.
10. Caiam os ímpios nas suas próprias redes, até que eu tenha escapado
inteiramente.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 142
1. Com a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico.
2. Derramo perante ele a minha queixa; diante dele exponho a minha
tribulação.
3. Quando dentro de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a
minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço.
4. Olha para a minha mão direita, e vê, pois não há quem me conheça;
refúgio me faltou; ninguém se interessa por mim.
5. A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu
quinhão na terra dos viventes.
6. Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus
perseguidores, porque são mais fortes do que eu.
7. Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me
rodearão, pois me farás muito bem.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 143
1. Ó Senhor, ouve a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas!
Atende-me na tua fidelidade, e na tua retidão;
2. e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se
achará justo nenhum vivente.
3. Pois o inimigo me perseguiu; abateu-me até o chão; fez-me habitar em
lugares escuros, como aqueles que morreram há muito.
4. Pelo que dentro de mim esmorece o meu espírito, e em mim está
desolado o meu coração.
5. Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na
obra das tuas mãos.
6. A ti estendo as minhas mãos; a minha alma, qual terra sedenta, tem
sede de ti.
7. Atende-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desfalece; não
escondas de mim o teu rosto, para que não me torne semelhante aos que descem à
cova.
8. Faze-me ouvir da tua benignidade pela manhã, pois em ti confio;
faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti elevo a minha alma.
9. Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; porque em ti é que eu me
refugio.
10. Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o
teu bom Espírito por terreno plano.
11. Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua
justiça, tira-me da tribulação.
12. E por tua benignidade extermina os meus inimigos, e destrói todos os
meus adversários, pois eu sou servo.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 144
1. Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a
peleja e os meus dedos para a guerra;
2. meu refúgio e minha fortaleza, meu alto retiro e meu e meu
libertador, escudo meu, em quem me refugio; ele é quem me sujeita o meu povo.
3. Ó Senhor, que é o homem, para que tomes conhecimento dele, e o filho
do homem, para que o consideres?
4. O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que
passa.
5. Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os montes, para que
fumeguem!
6. Arremessa os teus raios, e dissipa-os; envia as tuas flechas, e
desbarata-os!
7. Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das
poderosas águas e da mão do estrangeiro,
8. cuja boca fala vaidade, e cuja mão direita é a destra da falsidade.
9. A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te
cantarei louvores,
10. sim, a ti que dás a vitória aos reis, e que livras da espada
maligna a teu servo Davi.
11. Livra-me, e tira-me da mão do estrangeiro, cuja boca fala mentiras,
e cuja mão direita é a destra da falsidade.
12. Sejam os nossos filhos, na sua mocidade, como plantas bem
desenvolvidas, e as nossas filhas como pedras angulares lavradas, como as de um
palácio.
13. Estejam repletos os nossos celeiros, fornecendo toda sorte de
provisões; as nossas ovelhas produzam a milhares e a dezenas de milhares em
nossos campos;
14. os nossos bois levem ricas cargas; e não haja assaltos, nem
sortidas, nem clamores em nossas ruas!
15. Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado o povo cujo
Deus é o Senhor.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 145
1. Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu; e bendirei o teu nome pelos
séculos dos séculos.
2. Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos
séculos.
3. Grande é o Senhor, e mui digno de ser louvado; e a sua grandeza é
insondável.
4. Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciará
os teus atos poderosos.
5. Na magnificência gloriosa da tua majestade e nas tuas obras
maravilhosas meditarei;
6. falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e eu contarei a tua
grandeza.
7. Publicarão a memória da tua grande bondade, e com júbilo
celebrarão a tua justiça.
8. Bondoso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se, e de grande
benignidade.
9. O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre
todas as suas obras.
10. Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te
bendirão.
11. Falarão da glória do teu reino, e relatarão o teu poder,
12. para que façam saber aos filhos dos homens os teus feitos poderosos
e a glória do esplendor do teu reino.
13. O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas as
gerações.
14. O Senhor sustém a todos os que estão a cair, e levanta a todos os
que estão abatidos.
15. Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a
seu tempo;
16. abres a mão, e satisfazes o desejo de todos os viventes.
17. Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e benigno em todas as
suas obras.
18. Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o
invocam em verdade.
19. Ele cumpre o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor, e os salva.
20. O Senhor preserva todos os que o amam, mas a todos os ímpios ele os
destrói.
21. Publique a minha boca o louvor do Senhor; e bendiga toda a carne o
seu santo nome para todo o sempre.
ÍVoltar
ao topo
Salmos 146
1. Louvai ao Senhor. Ó minha alma, louva ao Senhor.
2. Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus
enquanto viver.
3. Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há
auxílio.
4. Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia
perecem os seus pensamentos.
5. Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja
esperança está no Senhor seu Deus
6. que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que
guarda a verdade para sempre;
7. que faz justiça aos oprimidos, que dá pão aos famintos. O Senhor
solta os encarcerados;
8. o Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o
Senhor ama os justos.
9. O Senhor preserva os peregrinos; ampara o órfão e a viúva; mas
transtorna o caminho dos ímpios.
10. O Senhor reinará eternamente: o teu Deus, ó Sião, reinará por
todas as gerações. Louvai ao Senhor!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 147
1. Louvai ao Senhor; porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; pois
isso é agradável, e decoroso é o louvor.
2. O Senhor edifica Jerusalém, congrega os dispersos de Israel;
3. sara os quebrantados de coração, e cura-lhes as feridas;
4. conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes.
5. Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; não há limite ao seu
entendimento.
6. O Senhor eleva os humildes, e humilha os perversos até a terra.
7. Cantai ao Senhor em ação de graças; com a harpa cantai louvores ao
nosso Deus.
8. Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra, e
que faz produzir erva sobre os montes;
9. que dá aos animais o seu alimento, e aos filhos dos corvos quando
clamam.
10. Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do
homem.
11. O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua
benignidade.
12. Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus.
13. Porque ele fortalece as trancas das tuas portas; abençoa aos teus
filhos dentro de ti.
14. Ele é quem estabelece a paz nas tuas fronteiras; quem do mais fino
trigo te farta;
15. quem envia o seu mandamento pela terra; a sua palavra corre mui
velozmente.
16. Ele dá a neve como lã, esparge a geada como cinza,
17. e lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio?
18. Manda a sua palavra, e os derrete; faz soprar o vento, e correm as
águas;
19. ele revela a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e as suas
ordenanças a Israel.
20. Não fez assim a nenhuma das outras nações; e, quanto às suas
ordenanças, elas não as conhecem. Louvai ao Senhor!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 148
1. Louvai ao Senhor! Louvai ao Senhor desde o céu, louvai-o nas alturas!
2. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas hostes!
3. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes!
4. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus!
5. Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram
criados.
6. Também ele os estabeleceu para todo sempre; e lhes fixou um limite
que nenhum deles ultrapassará.
7. Louvai ao Senhor desde a terra, vós, monstros marinhos e todos os
abismos;
8. fogo e saraiva, neve e vapor; vento tempestuoso que escuta a sua
palavra;
9. montes e todos os outeiros; árvores frutíferas e todos os cedros;
10. feras e todo o gado; répteis e aves voadoras;
11. reis da terra e todos os povos; príncipes e todos os juízes da
terra;
12. mancebos e donzelas; velhos e crianças!
13. Louvem eles o nome do Senhor, pois só o seu nome é excelso; a sua
glória é acima da terra e do céu.
14. Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus
santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 149
1. Louvai ao Senhor! Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na
assembléia dos santos!
2. Alegre-se Israel naquele que o fez; regozijem-se os filhos de Sião no
seu Rei.
3. Louvem-lhe o nome com danças, cantem-lhe louvores com adufe e harpa.
4. Porque o Senhor se agrada do seu povo; ele adorna os mansos com a
salvação.
5. Exultem de glória os santos, cantem de alegria nos seus leitos.
6. Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e na sua mão
espada de dois gumes,
7. para exercerem vingança sobre as nações, e castigos sobre os povos;
8. para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com
grilhões de ferro;
9. para executarem neles o juízo escrito; esta honra será para todos os
santos. Louvai ao Senhor!
ÍVoltar
ao topo
Salmos 150
1. Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no
firmamento do seu poder!
2. Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da
sua grandeza!
3. Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa!
4. Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas
e com flauta!
5. Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes!
6. Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!
ÍVoltar
ao topo